Ao longo deste período de pandemia são muitas as “Notícias Falsas” que circulam pelas redes sociais. A disseminação destas informações são um desserviço para a população que anseia pela notícia correta. Com tanto material que propaga as informações incorretas, os meios de comunicação precisam desmentir estas chamadas “Fake News (notícia falsa)”.

Uma notícia falsa que continua sendo compartilhada é sobre a verificação de temperatura por meio do Termômetro Infravermelho. É falso o vídeo em que um suposto médico diz que o termômetro causa problemas no cérebro.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) precisou emitir uma Nota de Alerta para esclarecimentos à população. O documento oficial é assinado pela Diretora De Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde, Lucélia Scaramussa Ribas Kryckyj.

Confira abaixo a nota:

A Diretoria de Vigilância Sanitária de Santa Catarina (DIVS) ALERTA, ORIENTA e INDICA o uso de termômetros infravermelho para verificação de temperatura na entrada dos estabelecimentos com fluxo de pessoas durante a pandemia de COVID-19. A notícia de que o termômetro infravermelho cause prejuízo à glândula pineal, é considerada FAKE NEWS, pois anatomicamente isto é impossível. A glândula pineal, é uma pequena glândula endócrina no cérebro dos vertebrados. A glândula pineal produz melatonina, um hormônio derivado da serotonina que modula os padrões de sono nos ciclos circadianos e sazonais, e está localizada na parte central do cérebro.

Os termômetros infravermelho medem a energia irradiada pelo corpo, que é convertida em um valor de temperatura. Os termômetros infravermelho mais comuns são o local ou o pirômetro, que verifica a temperatura em um ponto de uma superfície, uma área relativamente pequena. Estes geralmente projetam um ponto vermelho visível para o centro da área que está sendo medida, isso identifica o ponto que está sendo medido. O termômetro que mede a temperatura apontado para a testa não emite raios infravermelhos, o objeto, faz a medição ao captar a radiação infravermelha emitida pelo próprio corpo humano.

Todo corpo naturalmente emite radiação eletromagnética. A intensidade da radiação emitida está relacionada à temperatura do corpo. O termômetro de infravermelho mede a intensidade da radiação de infravermelho emitida pela superfície de um corpo para inferir sobre a temperatura desse. Desta forma, não há prejuízo ao corpo humano. Nenhum termômetro que usa o infravermelho dispara radiação eletromagnética. Um termômetro desse tipo é apenas um detector, e não uma fonte de radiação infravermelha. Portanto a luz vermelha que existe em alguns termômetros do tipo, também não tem nada a ver com um suposto “raio infravermelho”, mas apenas serve como um guia para a medição da temperatura no local correto.

Como a temperatura interna do nosso corpo pode ser ligeiramente diferente da temperatura da superfície, esses termômetros são calibrados antes de comercializados, e geralmente se usa a testa como a área de calibração. Por isso, em geral, se recomenda usar a testa, para que a medida seja mais parecida com a da calibração e, com isso, aumente a precisão na medida da temperatura.

Os termômetros infravermelho, no Brasil, necessitam de certificação do INMETRO e registro junto a ANVISA, antes da sua comercialização. Não há nenhuma evidência científica de que o termômetro infravermelho cause qualquer problema intracraniano. Consideramos o uso dos termômetros infravermelho seguros para seres humanos, e a melhor opção para verificação da temperatura corporal em massa, em decorrência da pandemia, em curso, do coronavírus (Sars-CoV-2).

Florianópolis, 20 de Agosto de 2020. Lucélia Scaramussa Ribas Kryckyj (Diretora de Vigilância Sanitária/SES/SC).

A Nota Oficial pode ser conferida aqui.

Da Redação