As reservas hídricas da Região Carbonífera e a necessidade de planejamento para evitar futuros problemas de escassez estiveram em pauta na reunião com os prefeitos da Amrec. Na tarde desta quinta-feira (09), representantes das Bacias dos Rios Araranguá e Urussanga estiveram participando do encontro com os chefes do executivo tratando sobre os assuntos.

Conforme a professora e assessora técnica voluntária da Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá (AGUAR), Rose Adami, a estiagem este ano está branda na região, diferente com o que vem acontecendo com o oeste catarinense. “Nós precisamos, enquanto comitê, alertar que os gestores precisam fazer o planejamento”, comentou Rose.

O planejamento hídrico deve voltar à pauta dos prefeitos já no próximo mês. “Nós viemos atrás de algumas informações a fim obter dados sobre a oferta e demanda de água dos municípios para que possamos propor um planejamento”, informa Rose. Ala ainda sublinha a questão do planejamento, dizendo que isso poderá evitar futuros problemas em atividades sociais, econômicas e até ambientais.

“Temos que fazer um planejamento para que não tenhamos a falta desse recurso para os próximos anos. A ideia seria otimizar essa água nos municípios. Pensar na possibilidade de produzir água”, aponta a técnica, listando ações como a preservação das áreas ambientais, preservação de vegetação nas nascentes, nos entornos dos rios, e nas áreas mais altas, além de fazer reserva de água nas áreas rurais. “Seria uma maneira para que tenhamos água ‘estocada’, para fazer o uso”, diz a professora.

ACP do Carvão voltou à pauta

Os prefeitos da Amrec voltaram a se reunir com representantes dos legislativos da região para buscar soluções para a Ação Civil Pública (ACP) do Carvão. Representantes do município de Capivari de Baixo também estiveram presentes. Os técnicos do Siesesc fizeram uma apresentação sobre o tema, informando que todos os dados estão disponíveis no site acpdocarvao.com.br.

Como encaminhamento, representantes dos municípios devem trazer reivindicações, para um novo encontro daqui 10 dias. O presidente da Amrec e prefeito de Orleans, Jorge Koch, disse que é uma ação de 20 anos, mas que está se tentando procurar soluções e mecanismos para recuperar as áreas degradadas. “É um problema que gira em torno dos municípios que têm áreas degradadas pela mineração. A justiça já disse que tem que recuperar, e é por isso que estamos procurando debater com as empresas e buscando uma solução junto à União, que é solidária na ação e precisa fazer essa recuperação. Nesse momento perde os municípios e perde a população, porque são áreas que não podem ser utilizadas”, comentou o prefeito.

Conforme o presidente da Comissão sobre a ACP do Carvão da Câmara de Vereadores de Criciúma, vereador Márcio Dáros (PSDB), o encontro foi técnico. “Tivemos hoje os encaminhamentos da parte técnica do Siecesc e aí ficou definido que os municípios serão responsáveis por fazer uma avaliação das suas demandas e trazer no próximo encontro, porque cada cidade possui uma necessidade diferente”, explicou.

Estiveram presentes ainda o presidente do Sindicato Indústria de Extração Carvão de Santa Catarina (Siecesc), Márcio Cabral, o diretor técnico do Siecesc, Márcio Zanuz, e o ex-deputado estadual Ronaldo Benedet e representantes da prefeitura de Criciúma.

Colaboração: Antônio Rozeng / Assessoria de Comunicação