Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que, até 2030, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo. Ela afetará as pessoas mais do que qualquer outro problema de saúde. Os dados também mostram que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de depressivos, o equivalente a 5,8% da população. A psicóloga, psicoterapeuta e psicanalista Beatriz Breves alerta para a importância de expressar os sentimentos. A especialista comenta que é comum as pessoas retraírem as emoções, por conta de crenças e tabus, e isso pode aumentar os problemas causados pela depressão, inclusive levar a morte.

Beatriz explica que a tristeza é um sentimento normal dentre os vários que as pessoas sentem dia após dia. Em contrapartida, a depressão acontece quando esses sentimentos se tornam ‘exagerados’, um sentimento pesado, no qual a pessoa se sente desenergizada. “A pessoa está viva, mas ela não se sente, ela sente um peso, um arrasto”, completa a psicóloga. Além disso, a especialista esclarece que existem tipos de depressão como em casos leves, moderados e graves, onde o indivíduo não consegue realizar coisas simples do dia a dia, como levantar e sair da cama e/ou quarto quando está deprimido. “E aí que mora o perigo, porque nessas graduações muitas vezes a pessoa está com depressão, mas não se dá conta que aquilo na verdade é uma patologia e que tem tratamento”.

Beatriz estuda os sentimentos há 35 anos, tem oito livros sobre o tema e é fundadora, presidente e membro efetivo da Sociedade Ciência do Sentir, com sede no Rio de Janeiro. A especialista participou do programa Ponto de Encontro e abordou sobre o tema que é tão importante, especialmente por conta do isolamento ocasionado pela pandemia. Ouça a entrevista na íntegra:

 

A psicóloga explica que a principal dificuldade observada em pacientes depressivos durante o tratamento é a colaboração em receber a ajuda. “Se a pessoa colabora, se a pessoa está disposta a se doar para o tratamento, a reconhecer que ela precisa de ajuda… que isso é difícil, muitas vezes a pessoa não reconhece que precisa de ajuda, acha que é bobagem, que vai passar, que não está precisando, exemplifica.

Beatriz Breves