O vereador de Urussanga, Rozemar Sebastião (PDT), o Taliano, afirmou que foi afastado pela Polícia Civil devido a denúncias e processos de quando era secretário da agricultura, em 2019. O parlamentar está afastado do cargo desde a manhã desta segunda-feira, dia 13, quando a Polícia Civil desencadeou a Operação Hera. Taliano afirmou, em entrevista ao Comando Marconi, que na época concedeu o empréstimo de uma máquina da prefeitura para um agricultor que não possuía licença ambiental. Em 2019, este caso gerou repercussão, e que, segundo o vereador, até hoje responde processos sobre o assunto. “Agora veio à tona de novo esse processo e outros parecidos com esse também e mais alguns aí que eu não tive a oportunidade de olhar inteiramente o processo, mas é em cima disso”, comentou.

“Eu só sei que o colono não tinha licença ambiental e eu mandei a máquina, e assim eu fiz durante os meus dois anos que eu fiquei na Secretaria da Agricultura com o maior prazer, inclusive também tem denúncia ali de que eu pedi caminhão de areião pro colono, e eu pedi mesmo e tá ali. Perante a Justiça tem algumas coisas que não podem, mas o meu jeito de trabalhar é assim, é de fazer rápido, é tentar ajudar o máximo possível, e infelizmente eu estou sendo penalizado por uma coisa que eu não consigo entender”, justificou Taliano sobre o seu afastamento. O vereador ainda frisou que o seu afastamento é devido à época em que era secretário e de que não é referente aos trabalhos que faz atualmente como parlamentar.

Taliano também explicou sobre a sua prisão em flagrante, onde recebeu os agentes policiais em sua residência na manhã de ontem para cumprir os mandados de busca e apreensão de documentos. Segundo o vereador, os policiais não encontraram nada, mas acharam uma espingarda de chumbinho modificada, considerando como crime de porte ilegal de arma de fogo. Taliano disse que a espingarda era dos seus avós e que a família possui ela há mais de 40 anos. O vereador disse que por ser de baixo calibre não achava que fosse necessário o porte. A Polícia Civil, através do delegado Márcio Campos Neves, prendeu o vereador em flagrante, mas o mesmo foi liberado após pagar a fiança.

Em entrevista coletiva, o delegado Ulisses Gabriel afirmou que os três vereadores, entre eles Taliano, ficarão afastados por 90 dias. Porém, Taliano disse que acredita que ainda nesta semana voltará ao cargo e que seu advogado já está vendo a situação com a defesa. Por enquanto, quem assumirá o seu cargo no Legislativo é o suplente Erotides Borges Filho. O vereador Taliano explicou o seu parecer sobre o seu afastamento e sobre a situação da Operação Hera em entrevista ao Comando Marconi.

Ouça na íntegra:

 

Entenda a operação

Na manhã desta segunda-feira, dia 13, a Polícia Civil desencadeou a Operação Hera com o objetivo de apurar crimes possivelmente perpetrados no âmbito da Fundação Ambiental Municipal de Urussanga (Famu), especialmente os crimes de extravio ou sonegação de documento público, corrupção passiva, prevaricação, crimes ambientais e organização criminosa. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sete afastamentos cautelares de função pública, duas prisões temporárias e quebra de sigilo de aparelhos telefônicos para  colheita de mais indícios e provas. São alvo empresas privadas, residências de particulares e servidores, além de duas secretarias municipais, setor de licitações e Famu. Além do vereador Taliano, os vereadores Odivaldo Bonetti (PP), o Bonettinho, e Fabiano De Bona (PSDB), também foram afastados durante a operação.

Polícia Civil fala sobre as investigações da Operação Hera