O vereador de Urussanga, Odivaldo Bonetti (PP), o Bonettinho, afirmou que foi afastado pela Polícia Civil por ter sido citado em uma ligação de que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae) seria vendido e de que 10% do valor seria para o vereador. De acordo com Odivaldo, o ligação foi entre uma pessoa investigada pela Polícia Civil em conversa com a esposa, sendo que o telefone da pessoa estava grampeado, o que resultou nos mandados de busca e apreensão de documentos na casa de Bonettinho.

Bonettinho ressaltou que nunca pensou em privatizar o Samae e que a informação não é verdadeira, porém, a Polícia Civil irá investigar a situação. O parlamentar está afastado do cargo desde a manhã desta segunda-feira, dia 13, quando a Polícia Civil desencadeou a Operação Hera. Bonettinho afirmou, em entrevista ao Comando Marconi, que respeita a decisão da autoridade policial e que está aguardando para esclarecer os fatos no depoimento que será realizado na tarde desta quinta-feira, dia 16.

Bonettinho disse que este era o motivo que constava nos mandados de busca e apreensão de documentos e que ele não possui relação com a Fundação Ambiental Municipal de Urussanga (Famu) ou com outros setores que foram investigados pela polícia. “Quero dizer que não existe nada disso, isso nunca existiu da minha parte, espero que a pessoa que falou vá até a delegacia, seja ouvida e esclareça até para que a verdade seja restabelecida”, disse Bonettinho. O vereador ainda completou que as investigações ainda não terminaram e que acha que o motivo de seu afastamento é referente a citação da possível venda do Samae que constava nos mandados.

O vereador era presidente do Legislativo e disse que, com o afastamento dos três parlamentares, a situação prejudica a eleição da nova mesa diretora, que está marcada para a próxima semana. “Tem decisões importantes na Câmara que o vereador titular que é quem tem que estar lá, não menosprezando o vereador suplente, mas o titular que foi eleito, ele que tem a legitimidade do povo para estar lá, e jurídica também, porque foi dentro da lei que a gente se elegeu. Não teve problema nenhum de compra de voto, de um votou no outro ou coisas assim. Nós somos eleitos pelo povo e nós temos o direito de exercer esse direito de representar o povo”, ressaltou sobre a eleição da nova mesa diretora.

O delegado Ulisses Gabriel afirmou em entrevista coletiva que os três vereadores, entre eles Bonettinho, ficarão afastados por 90 dias do cargo. Porém, Odivaldo disse que pelo o que ele leu não existe o prazo de 90 dias e por isso irá fazer o pedido de retorno após todos os esclarecimentos necessários. Por enquanto, quem assume o seu lugar no Legislativo é a suplente Isolete Duarte Vieira. Elson Roberto Ramos (Beto Cabeludo), do MDB, assumiu o lugar de Odivaldo na presidência da Câmara. O vereador Bonettinho explicou o seu parecer sobre o seu afastamento e sobre a situação da Operação Hera em entrevista ao Comando Marconi.

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Entenda a operação

Na manhã desta segunda-feira, dia 13, a Polícia Civil desencadeou a Operação Hera com o objetivo de apurar crimes possivelmente perpetrados no âmbito da Fundação Ambiental Municipal de Urussanga (Famu), especialmente os crimes de extravio ou sonegação de documento público, corrupção passiva, prevaricação, crimes ambientais e organização criminosa. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sete afastamentos cautelares de função pública, duas prisões temporárias e quebra de sigilo de aparelhos telefônicos para  colheita de mais indícios e provas. São alvo empresas privadas, residências de particulares e servidores, além de duas secretarias municipais, setor de licitações e Famu. Além do vereador Bonettinho, os vereadores Rozemar Sebastião (PDT), o Taliano, e Fabiano De Bona (PSDB), também foram afastados durante a operação.

Polícia Civil fala sobre as investigações da Operação Hera