Devido a recentes casos registrados em países vizinhos, o Brasil está em alerta máximo para impedir a entrada da gripe aviária. A gripe, ou influenza aviária, é uma doença causada por um vírus que pode ser transmitido por ar, água, alimentos ou materiais que tiveram contato com aves doentes ou pessoas contaminadas.  A doença é mortal para as aves e pode causar grandes prejuízos econômicos. O médico veterinário da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), José Henrique de Oliveira, ressalta que o Brasil nunca registrou um foco da doença. O alerta é por conta dos casos em outros países da América do Sul, no qual o Uruguai também registrou focos recentemente.

Conforme José, o Brasil tem o risco porque as aves podem passar pelo território durante o fluxo imigratório. “Mais especificamente na nossa região, nós temos um sítio de pouso que fica na foz do Rio Araranguá. Então essas aves que vem da Patagônia, passam pelo Uruguai, elas geralmente descansam ali na foz do Rio Araranguá para fazer sua recuperação, e aí pode haver o contato com as novas aves, tanto silvestres locais, quanto de subsistência das propriedades, e deixar algum vírus ali”, explica o especialista. “A gente está nessa campanha, passando nas propriedades, fazendo os monitoramentos, colhida de materiais das aves, fazendo análises laboratoriais para a gente acompanhar se estamos negativos ou se precisamos agir no foco”, acrescenta.

O veterinário José esclareceu mais detalhes sobre a gripe aviária em entrevista no programa Comando Marconi. Ouça na íntegra:

 

Além do Rio Araranguá, toda a região sul catarinense pode fazer parte do fluxo das aves. “Todas elas têm rios, têm cursos d’água, tem açudes, todos esses locais são locais que realmente fazem com que a ave silvestre pouse e descanse, tendo esse contato”, ressalta Oliveira. O Estado de Santa Catarina está promovendo ações de prevenção sobre a doença. Para quem atua na avicultura comercial, a recomendação é que protocolo de segurança seja mantido. Para as pessoas que criam aves em casa, o “fundo de quintal”, a orientação é que o produtor fique atento a sinais clínicos, como mortalidade fora da comum em pouco tempo; aves com sinais respiratórios como excreção no bico e ocular; apatia; ovos fracos; diarreia e outros. A recomendação é que as aves domésticas sejam mantidas em lugares fechados, como em galpões e cercados.

José ainda ressalta que Orleans e Treviso tiveram notificações sobre um possível foco da doença aviária em propriedades de subsistência (o fundo de quintal). No entanto, testes foram encaminhados para o laboratório do Ministério da Agricultura, que fica em São Paulo, e o resultado deu negativo, apontando outro tipo de causa.

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