A luta antimanicomial é pautada no não isolamento e no combate ao estigma de pessoas em sofrimento psíquico grave. O Dia Nacional da Luta Antimanicomial é lembrado em 18 de maio. De acordo com o psicólogo da Secretaria de Saúde de Urussanga, Pablo Feltrin, o movimento também pauta o não depósito de pessoas em hospitais psiquiátricos, como os conhecidos hospícios e manicômios. O especialista ressalta que, no início, esses lugares tinham o objetivo de estudar mais sobre as pessoas que tinham surtos psiquiátricos. No entanto, a ideia se foi desvirtuando por vários motivos, como o retorno financeiro em ter espaços do tipo e a falta de manejo adequado.

Conforme Pablo, muitas pessoas entravam em manicômios ainda jovens, ficavam por uma vida toda, até a morte. Além de ficarem no local a força, muitas vezes eram utilizados medicamentos para controle. “A luta antimanicomial vem na condição de ofertar a liberdade, o direito à vida, a vida em sociedade, direito a um tratamento que realmente ajuste ele para que ele tenha uma condição de vida no meio social”, explica Feltrin. “Todo mundo tem o direito a liberdade, a vida, e de estar inserido em uma sociedade”, acrescenta o psicólogo. O assunto foi destaque em entrevista no programa Ponto de Encontro com o especialista. Ouça na íntegra:

 

Para o especialista, as pessoas que passam por momentos de crise precisam de contenção momentânea, para proteger outras pessoas e a si próprios. “Precisa estar às vezes em um ambiente mais protegido, com pessoas especializadas, para estar oferecendo um suporte. Mas isso não precisa ser por meses ou anos, são alguns dias”, comenta. “O manicômio e hospício é um depósito de pessoas, é segregação. Já o hospital psiquiátrico seria, na minha concepção, uma ideia de um tratamento temporário”, completa.

O psicólogo frisa que o movimento busca divulgar mais sobre os objetivos, destacando a procura dos serviços públicos de saúde. “Nós estamos em 2023, ainda é um tabu, ainda é um estigma ir a um psiquiatra, ir em um psicólogo”, reforça. Pablo comenta que todas as pessoas procuraram diversas especialidades médicas, seja para tratar o coração, rim, intestino, mas têm preconceito em procurar ajuda na questão mental e psíquica. Ouça a entrevista também no Spotify: