O impasse segue entre o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Plásticas (Descartáveis) e patrões das Empresas de Descartáveis Plásticos do sul do Estado. A tarde desta segunda-feira (19) foi de reunião para analisar a proposta oferecida pelo patronal e os pedidos da categoria. A falta de sintonia entre eles indica que a greve do setor poderá iniciar nos próximos dias.

“Os patrões, mais uma vez, foram intransigentes e tentamos de todas as formas apresentar soluções para que os salários fossem valorizados e o abono mantido como de costume; eles chegaram com uma proposta pronta, não evoluíram e não resta outra alternativa senão o direito legítimo e derradeiro dos trabalhadores, que é a greve, que pode começar a qualquer momento”, informa Carlos de Cordes, o Dé, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas de Criciúma e Região.

“Neste momento da economia em que o Setor Plástico, em especial o Descartável enfrenta demissões, redução de produção e perda de competitividade, não foi possível atender a expectativa de ganho real pleiteado pelo sindicato, ainda que as empresas tenham ofertado aumento real sobre o valor do abono pago ano passado. Para nos manter no mercado precisamos acompanhar a realidade praticada pelo setor em outras regiões, onde operam empresas concorrentes” conclui o executivo do Sindicato das Indústrias Plásticas dos Setores de Descartáveis (Sindesc), Elias Caetano.

Inicialmente a proposta partiu de 3,66% de reajuste e sem nenhum valor de abono. Ao longo de oito rodadas, inclusive com a mediação do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (TRT/SC), as negociações se esgotaram, sendo que a última oferta foi de 4,60% de reajuste salarial e R$ 850 de abono férias, sendo esta a maior proposta do setor no país até o momento ao longo deste ano, é o que informa o Sindicato das Indústrias Plásticas dos Setores de Descartáveis (Sindesc).

E segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas de Criciúma e Região não foi aceito o oferecido pelos patrões das empresas da indústria de descartáveis do sul do Estado. Não houve acordo para conceder aumento real aos trabalhadores e nem o abono anual, tradicional no setor há cerca de uma década pago em duas parcelas, só admitindo a transformação da conquista em “abono de férias”, quitado quando o trabalhador retornar de férias. Com este impasse terminou a rodada de negociações entre a classe patronal e a diretoria do sindicato da categoria, nesta tarde.

O único avanço patronal foi “arredondar” o índice de inflação do período, informa Dé. A categoria, que conta com cerca de 4 mil trabalhadores em uma centena de empresas em toda região sul, tem data base em 1º de abril e a inflação do período é de 4,57%. Os patrões ofereceram reajuste de 4,60%. “Em uma categoria com piso salarial de R$ 1.329,91 não ter aumento real é inaceitável”, acrescenta Carlos de Cordes.

O outro segmento representado, o de trabalhadores do ramo de plásticos flexíveis (embalagens), que já requereu instauração de Dissídio Coletivo na Justiça do Trabalho, apresentou pedido para rodada de negociação nesta terça-feira (20), às 14h. “Na prática, com estes patrões nem negociamos e eles foram à justiça do trabalho e esperamos que tenham uma proposta para evitar a greve”, finaliza o presidente do Sindicato profissional.

Colaboração: Ana Sofia Schuster