O excesso de sede pode indicar a presença de doenças no organismo. Uma dessas doenças mais comuns é a diabetes mellitus, caracterizada pelo excesso de glicose no sangue. A diabetes insipidus, que acontece por lesões no sistema nervoso central, também pode ser identificada pelo excesso de sede. Outros problemas psiquiátricos, como a ansiedade, também podem fazer com que a pessoa tome água compulsivamente, como é chamada a potomania. O excesso de água pode prejudicar, inclusive, no sono da pessoa, já que ela irá acordar durante o repouso, seja pela sede ou por vontade de urinar.

A endocrinologista e professora da Universidade Nove de Julho, doutora Lorena Lima Amato, explica também que a ausência de sede não indica doenças, mas pode ocasionar a desidratação. Conforme a pessoa vai envelhecendo, a falta de sede acaba se tornando mais comum. O ideal é que a pessoa beba de dois a três litros de água por dia. A recomendação dada por profissionais é que a pessoa ingira água antes mesmo de sentir a sede de fato. Além disso, muitas pessoas costumam beber somente sucos ou refrigerantes, como forma de hidratação. Porém, de acordo com Lorena, essas bebidas possuem calorias, o que torna pouco benéfico trocar a água por sucos ou outras bebidas.

O assunto foi destaque em entrevista no programa Ponto de Encontro. Ouça:

 

“Se for diabetes mellitus descompensado, é preciso fazer o tratamento e o excesso de sede acaba diminuindo. Já o diagnóstico de diabetes insipidus nos leva a investigar o que está acontecendo na hipófise, porque não está regulando adequadamente a sede. Tumor no sistema nervoso central ou uma alteração congênita que não secrete o hormônio diurético de maneira adequada podem estar entre as causas. Caso o diagnóstico esteja relacionado a doenças psiquiátricas, a pessoa deve ser encaminhada ao especialista em psiquiatria para que receba o tratamento”, explica Lorena sobre os problemas que podem ser desenvolvidos com o excesso de sede.

Doutora Lorena Lima Amato

A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É doutora pela USP e professora na Universidade Nove de Julho.