O Dia do Infectologista foi lembrado nesta segunda-feira, dia 11. O profissional da saúde é especializado em doenças infecciosas, que são doenças causadas por microrganismos, como os vírus, fungos, bactérias e protozoários. “Esses agentes, que são patogênicos, ou seja, que são capazes de estimular uma resposta do nosso organismo, inflamatória, infecciosa, todos eles fazem parte da gama de atuação do infectologista”, ressaltou a médica infectologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), doutora Regina Célia Santos Valim. O programa Ponto de Encontro abordou a importância do profissional em entrevista com a especialista. Ouça na íntegra:

 

Regina explica que, de modo geral, as prescrições dos infectologistas são baseadas na descoberta desses agentes infecciosos. Quando o especialista estuda um determinado agente infeccioso, é analisado como ele vai se desenvolver dentro do organismo de uma pessoa. Através de estudos científicos e do avanço tecnológico, o infectologista consegue conhecer mais sobre como o agente vai se desenvolver, mostrando sinais e possíveis sintomas da infecção. “As novas tecnologias que auxiliam nessa descoberta estão cada vez extremamente bem-vindas no nosso dia a dia”, reforçou.

A pandemia da Covid-19 pegou o mundo todo de surpresa e os infectologistas também. De acordo com Regina, os infectologistas vinham há anos se reunindo em encontros científicos e congressos sobre uma nova possível pandemia. Conforme a especialista, a comunidade científica se preparava para uma possível pandemia da Influenza, como já visto em 2009 e 2010. No entanto, uma pandemia do novo coronavírus pegou todos de surpresa. “Nós já sabíamos que existiam pequenas epidemias no oriente em outros anos, mas a gente não esperava uma proporção de um tipo de coronavírus, que foi o SARS-Cov-2, tomar essa dimensão, de uma pandemia. Então realmente pegou todos nós de surpresa”, comentou.

O avanço da tecnologia também permitiu o rápido conhecimento do agente infeccioso e o desenvolvimento de vacinas. Comparado a outras décadas de pandemia, a rápida resposta de conhecimento em 2020 possibilitou a criação de alternativas para que fossem combatidas a doença. “As tecnologias que foram usadas para o desenvolvimento da vacina, para desenvolvimento de medicamentos, agora para o SARS-Cov-2, a gente vai conseguir implementar isso para outras doenças, não só as infecciosas, mas a gente vai conseguir pegar essa base e aplicar em outras doenças que precisam também de melhores tratamentos, melhores diagnósticos”, ressaltou Regina.

Não só nos medicamentos e vacinas, a pandemia da Covid-19 veio para mostrar uma nova realidade na prevenção de doenças infecciosas. Para a especialista, as pessoas ainda devem usar a máscara quando estiverem com algum sintoma no sistema respiratório para evitar a transmissão para outras pessoas. Além disso, noções de higiene individual foram ainda mais reforçadas, como a higiene da tosse, a lavagem correta das mãos e o uso de álcool em gel.

Doutora Regina Célia Santos Valim é membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e atua no ambulatório de especialidades da Universidade do Vale do Itajaí (Univali)