A sensação de estar em uma corte da Festa do Vinho não fica presente somente por um ano. Ela ainda segue viva por meses, anos e décadas. Não só para as mulheres que foram rainhas ou princesas, mas para o público, que lembra de cada uma que passou pela corte. Elenice Padoin Juliani Engel, rainha da 3ª Festa do Vinho, em 1988, sabe muito bem desse sentimento. “É um momento especial. É um momento especial enquanto mulher, é um momento especial para a própria cidade, porque você acaba representando um evento que tem uma magnitude bastante grande, que é importante e que divulga a cidade para toda a região, para o estado. Isso é importante, mantém as tradições”, ressalta.

Elenice conta que tudo começou aos 17 anos, quando estudava no Colégio Maximiliano Gaidzinski, em Cocal do Sul. Na época, as alunas foram chamadas pela diretora da escola, porque as mulheres da família Gaidzinski queriam uma jovem para representar a Eliane Revestimentos Cerâmicos na escolha da corte da Festa do Vinho. Elenice foi a escolhida, sendo patrocinada pela empresa. Em clima de Festa do Vinho, o programa Ponto de Encontro realiza um especial de entrevistas para destacar histórias e momentos marcantes das edições do evento. Ouça a participação especial de Elenice na íntegra:

Parte 01

 

Parte 02

 

Em 1988, além da rainha Elenice, a corte era composta pelas princesas Ana Paula Pereira e Suzana Gladis Baldin. “Nós erámos um trio: a loira, a morena e a ruiva. Nós tínhamos que estar juntas, e aí passou a ter uma rotina, eram dois finais de semana de festa. Tinha desfiles de rua lindos, os nossos carros eram todos decorados, lindíssimos”, recorda. “A rainha, a princesa, é uma figura que as pessoas querem chegar perto, e eu acho que é por isso que a gente tem que ser acessível, a gente precisa estar disponível para as pessoas, para as crianças, para tirar fotos”, destaca.

Elenice comenta sobre a emoção que sentiu em participar da escolha. “Eu nunca tinha sido produzida, e aí na produção eu me vi rainha, me vi em uma condição de dizer ‘poxa vida, eu tenho condições’. E dá um nervosismo danado”, comenta. Apesar do frio na barriga antes de entrar na passarela, Elenice conta que olhar para os jurados garante uma confiança. “Quando uma pessoa te olha, normalmente você para pra prestar atenção nessa pessoa. Se ela põe um olhar distante para todo mundo, você pode desviar para qualquer lugar a tua atenção. Olhar nos olhos te ajuda a captar a atenção, acho que funciona, deu certo”, afirma.

Elenice ressalta que ser a rainha da Festa do Vinho abriu um novo caminho de oportunidades. Ela completou 18 anos de idade no mesmo ano em que foi eleita. Após formada no curso técnico em cerâmica, passou a trabalhar na Eliane, empresa que a patrocinou meses antes. Lá, começou a atuar na área da comunicação, especialmente no setor de marketing, onde ficou por 11 anos. Em 2001, começou a atuar na Unesc, onde está até hoje. Elenice já atuou em vários setores dentro da Unesc, coordenando cursos e projetos. Atualmente, aos 52 anos, é gerente de inovação e empreendedorismo na Unesc.

Confira a entrevista também em imagens:

Sobre um conselho para as jovens que têm o desejo de um dia participar da corte, Elenice ressalta que: uma vez rainha, sempre rainha. “A nossa atitude antes da festa, durante a festa e depois da festa é observada”, afirma. “A gente tem que saber disso, dessa responsabilidade que nós temos enquanto rainhas que fomos. A gente vai servir de exemplo, a gente serve de exemplo pelo bom ou mal comportamento, pela atitude se é positiva ou não. Então, temos que ser acessíveis, tem que honrar aquela coroa simbólica que representa muito bem a cidade, porque isso depois vai ser uma lembrança grata e feliz que a gente leva para a vida toda”, comenta

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