Os desdobramentos da Operação Terra Nostra, a manutenção das estradas do interior e a divulgação de recursos em prol do município foram os principais assuntos abordados pelos vereadores de Urussanga durante a tribuna, na sessão dessa terça-feira, dia 26. A reunião também contou com os parlamentares solicitando informações sobre os aprovados no processo seletivo e a cobrança de sinalização e manutenção de estradas.

Além disso, o encontro contou com a participação da equipe Alpha de Karatê e da coordenadora regional de Educação, Ronisi Cristina Agostinho Silva Guimarães, para recebimento de Moção de Aplausos. O vigário da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, padre Fernando dos Santos de Oliveira, também participou para falar sobre a Campanha da Fraternidade.

Confira o resumo das falas dos vereadores na tribuna.

Fabiano destacou que a corrupção reflete na falta de dinheiro para investimento na manutenção de estradas, Saúde e Educação

Fabiano Murialdo De Bona (sem partido) destacou que a corrupção resulta na falta de dinheiro para investimentos na Saúde, Educação, Esporte e manutenção da malha viária do município e registrou que a oposição vem fazendo o seu trabalho e fiscalizando a atual administração. “Em relação a mais uma nova operação envolvendo a prefeitura e alguns funcionários do prefeito, podemos dizer que nós, vereadores da oposição, estamos cumprindo o nosso papel, fiscalizando e denunciando”, comentou. “Esperamos agora que os demais órgãos também cumpram suas obrigações, como vem ocorrendo ultimamente a polícia investigando, o Ministério Público denunciando e o Judiciário condenando os responsáveis por esses desmandos”, completou.

O vereador ressaltou que com os recursos gastos com compras de terrenos superfaturados o Poder Executivo poderia garantir a manutenção da malha viária e investimentos na compra de exames e investimentos no esporte e educação. “O que é pior do que ele ser corrupto? Existe alguma coisa pior? Sim, a certeza da impunidade, o sorriso da impunidade. Quero falar do preço da corrupção com a certeza da impunidade. R$ 1.200.000,00 dividido por 1.200 alunos daria R$ 1 mil para cada um. Esse é o preço da corrupção e a certeza da impunidade”, afirmou.

Fabiano de Bona mostrou imagens das péssimas condições da rodovia que liga as localidades de Rio Molha e Santana e cobrou uma solução urgente para o problema. “Quantos drenos dariam para comprar com um milhão e duzentos mil reais? Não tem manutenção por quê? Porque foi comprado terrenos superfaturados”. “Quantos exames dariam para comprar com o um milhão e duzentos mil? Quando tiver alguém doente e você não tiver de onde tirar. Lembre-se. Este é o preço da corrupção e a certeza da impunidade”.

Ademir solicitou a manutenção de estradas no interior e cobrou a colocação de placas de sinalização nas comunidades

Ademir Bonomi (MDB) cobrou a manutenção de estradas e a colocação de placas indicativas nos acessos das comunidades do interior do município. O vereador mostrou imagens das condições precárias da estrada que liga a localidade de Santaninha ao Município de Treviso. “São muitos pedidos. Muita gente me procurando, porque a situação está horrível. A estrada que liga Santaninha a Treviso recebeu um patrolamento há sete anos. Foi um pedido meu, quando o Nandi era prefeito”, comentou. “A população me procura, porque eles mandam mensagem para o secretário Sangaletti, cobrando e ele não responde para ninguém. Ele é o único secretário que não responde para os vereadores, para as pessoas”, afirmou.

O vereador relatou que sempre ouve falar que as máquinas estão quebradas e quando estão trabalhando fazem somente as estradas principais e deixam abandonadas as secundárias de acesso às casas dos moradores. “Há vários moradores nessas estradas secundárias, é onde o caminhão do leite, da ração, precisa chegar e por onde o agricultor passa com sua produção para vender, eles não estão conseguindo chegar na estrada geral”, disse.

Ademir lembrou que faz um ano que pediu a colocação de sinalização para orientar o trajeto de caminhões no centro da cidade. O vereador solicitou ainda a colocação de sinalização nos acessos às comunidades do interior e de advertência numa curva perigosa nas proximidades do cemitério. “Eu queria agradecer ao Robson Miranda, pela disponibilidade de me ouvir e atender o pedido para a colocação da sinalização para os caminhões no centro e de avaliar a da estrada do cemitério, bem como, de ficar à disposição para irmos juntos conferir as localidades do interior que precisam de placas”.

Ademir Bonomi lamentou Urussanga viver novamente mais um escândalo de corrupção com a compra de terrenos superfaturados. “Mais uma vez fomos surpreendidos com outra operação policial. Estamos com imagem negativa em toda a nossa região. Que vergonha para a nossa gente, que construiu a nossa cidade com tanto amor e carinho”.

“Uma administração que mancha a história de Urussanga. Desde o início desse governo não param os casos de roubo de dinheiro público. Agora, a nova modalidade de corrupção é comprar terreno com o preço acima dos valores do mercado. O mais chocante é que sabemos quem é o dono dos terrenos. Vergonha e decepção. Essa gente não merece morar em Urussanga. Vocês nos envergonham”, afirmou.

Luan cobrou o atraso no pagamento de fornecedores e criticou a falta de contrapartida da prefeitura na obra de pavimentação no Rio Carvalho

Luan Francisco Varnier (MDB) informou que uma empresa de Urussanga procurou o Legislativo para protocolar notas de serviços prestados não pagos pela prefeitura no valor de aproximadamente R$ 400 mil. A empresa presta serviços de manutenção de máquinas e veículos. “Fui me informar qual era a empresa. A empresa é conhecida, parceira do município de Urussanga há muito tempo. A dívida com a Hidramix gira em torno de R$ 400 mil. O prefeito é um velhaco, não pagou a empresa de 2017 a 2020”, afirmou.

O vereador disse que o prefeito não valoriza os empreendedores do município e ao invés de pagar os fornecedores se preocupa em contratar show na praça. “Além de réu no Ministério Público Federal, é velhaco, o que é mais feio ainda. Aqui na nossa cidade tem uma coisa que a gente honra. É o fio de bigode. A gente se arrebenta, mas paga as contas. E o prefeito, esse velhaco, tem a obrigação de manter as contas da prefeitura em dia”, alegou. “Onde é que isso é normal? Tem um monte de máquina parada porque não paga.  É vergonhoso. Além de ter a polícia na porta, meia dúzia de vezes, ainda não paga fornecedor. Essa é a administração que a gente tem”, completou.

Luan disse ainda que quando as pessoas souberem quem vendeu os terrenos superfaturados para a prefeitura ficarão chocados. “As forças policiais estão fazendo o seu papel. Quem está fazendo errado é quem vendeu terreno superfaturado. A gente sabe quem é. Quando vocês souberem, vocês vão ficar de boca aberta. Vamos continuar lutando pela cidade e mostrando para a população essa vergonha da prefeitura municipal”.

O vereador cobrou a falta de convite para a entrega da ordem de serviço para a pavimentação de 400 metros de estrada na localidade de Rio Carvalho que acontece nesta quarta-feira, dia 27. “Não convidaram nem eu que consegui o recurso e nem o deputado Tiago Zilli que repassou o dinheiro. Agora vai ser somente 400 metros, parece que não vai ter contrapartida, mais uma promessa de tantas não cumpridas”, comentou.

Erotides criticou o superfaturamento na compra de terrenos e o silêncio do prefeito quanto às denúncias 

Erotides Borges Filho (União Brasil) registrou vários fatos que ocorreram no município e disse que considera impossível alguém achar tudo normal. “Vocês realmente entendem como normal tudo o que vem acontecendo em nosso município? Eu falo isso pois eu ouvi a entrevista de um dos visitados pela polícia, um dos que acordaram com a presença do Gaeco, falando que está tudo certo, que só levaram o celular e que isso é normal”.

“Como assim normal? Vamos relembrar. É normal que o empréstimo de 14 milhões tenha sido aprovado com o voto do vereador que era da oposição naquele momento? É normal que esse mesmo vereador, um ano antes da reeleição do prefeito, estava por aí anunciando que seria o secretário do Samae? É normal que dentro de todas as probabilidades disso acontecer, ele se tornou realmente secretário? Foi demitido por problemas na justiça e depois foi contratado? Isso é normal?”, comentou.

Erotides lembrou ainda que o TRF4 concluiu que o prefeito e o irmão faziam parte de uma organização criminosa. “É normal termos um prefeito denunciado por desvio de recursos públicos federais? É normal o prefeito voltar através de uma liminar concedida de uma forma monocrática e recontratar todos os membros da suposta organização criminosa que haviam sido exonerados? É normal isso?”, disse.

O vereador afirmou que todas as vezes que o Legislativo tentou fazer o seu trabalho alguns membros das comissões de investigação acabaram pedindo vistas ou entraram com liminar para atrapalhar os trabalhos. “É normal os secretários estarem proibidos de falarem sobre suas ações nos meios de comunicação local? É mesmo normal que um dos vereadores que mais combateu o prefeito simplesmente tenha mudado de lado? E que logo após a mudança tenha retirado os pedidos judiciais que estavam no STF, que poderiam acabar culminando com o novo afastamento do prefeito? É normal isso?”.

Erotides criticou o fato do prefeito, alvo da operação Terra Nostra, não ter se manifestado publicamente sobre as denúncias da compra de terrenos superfaturados e a substituição do presidente da Comissão de Avaliação. “O prefeito adquiriu um terreno que vale no máximo R$ 500 mil, por quase um milhão e meio, sem nenhuma necessidade de compra. E o pior, um terreno cheio de problemas. Mais de 40% do terreno é Área de Proteção Permanente”.

“Vocês urussanguenses, trabalhadores que acordam cedo, que precisam de médicos, de exames, que sentem saudades de seus filhos, que se obrigam a ir para o exterior, para buscar melhores condições financeiras. Vocês conseguem entender a magnitude desses desvios? Somente em um terreno cerca de R$ 600 mil. Olha, é desanimador o que estão fazendo com o nosso município”.

José Carlos anuncia recursos para reforma do Complexo de Assistência Social do Bairro da estação

José Carlos José (PP) anunciou R$ 400 mil para a reforma do Complexo de Assistência Social do município. Os recursos foram conquistados pelo vereador junto ao senador Esperidião Amin (PP). De acordo com José Carlos, os recursos conquistados por ele com a família Amin durante o mandato superam os R$ 9 milhões. “Com mais esse repasse, desde que assumiu na Câmara, já ultrapassou os R$ 9 milhões conquistados com a família Amin. E não para de chegar recurso. Com certeza, contribuíram muito com a qualidade de vida das pessoas de Urussanga, na infraestrutura, na educação, na saúde. E eles nunca se esqueceram de nós. E nós também nunca vamos esquecer deles. Porque são pessoas do bem, ficha limpa. Isso é muito importante”.

O vereador lembrou ainda o apoio da família Amin e da deputada Geovânia de Sá na sua luta para a redução do preço da energia elétrica em Urussanga e que acabou beneficiando várias outras cidades do país. José Carlos destacou ainda a inclusão da emenda do carvão que vai permitir a exploração do minério na região até 2040 e gerar mais de 40 mil empregos no período.

“Hoje somos a terceira energia mais barata da região da Amrec. A décima sexta mais barata do país. As empresas estão economizando bastante. Empresários, olhem as suas faturas de energia. Vocês vão ver o valor que vocês estão economizando. Todos os empresários, todos os consumidores residenciais, produtor rural, o comércio, a prefeitura, o poder público, todos estão pagando uma tarifa bem mais barata”, afirmou. “Foi um trabalho de quatro anos, quatro meses e oito dias. Não houve desistência nenhuma, nenhum desânimo. Não tive qualquer ajuda de ninguém. Mas consegui fazer. Hoje estamos com uma tarifa bem mais justa para todos”, completou.

O vereador lembrou a sua atuação à frente do Centro Social Urbano no bairro Da Estação e de todas as melhorias que implantou durante a sua gestão. Fui presidente do Centro Social Urbano durante 21 anos, construí aquele salão, fundei o grupo da terceira idade, fiz sala para curso, implantei palestra para drogados, para hipertensos, para gestantes.

José Carlos afirmou que a deputada federal Geovânia de Sá vem se destacando no Congresso Nacional com a participação em projetos importantes como o que acabou com a saidinha de presos e do que trata da aposentadoria especial para profissionais que trabalham em local insalubre.

Odivaldo ressaltou que a operação da Polícia Civil não foi contra o Partido Progressista que em seus quadros pessoas honestas e comprometidas com o Município

Odivaldo Bonetti (PP) destacou que a operação Terra Nostra da Polícia Civil não foi contra o Partido Progressista. O vereador registrou convite do ex-vereador Omero de Bona para lançamento do livro “Omero, Uma Vida em Movimento”. “Realmente, o seu Omero tem uma linda história familiar, comunitária e política, participando ativamente de várias entidades filantrópicas de forma voluntária, dando sua contribuição para a nossa cidade. Certamente será um bom livro. Assim como o seu Omero, temos no Partido Progressista várias lideranças sérias, honestas e comprometidas com o município”, contou.

O vereador afirmou que o PP tem sofrido com o afastamento do prefeito e demais ações policiais e disse que se deve separar a atuação do prefeito dos membros e militantes do PP. Odivaldo ressaltou que o partido tem em seus quadros pessoas valorosas que contribuíram para o desenvolvimento do município. “O prefeito tem que responder. Agora, o partido tem que ser cada vez mais forte. E, no momento certo, vai ser tomada a decisão. Podem ter certeza disso. Sobre a operação, tenho que dizer que a denúncia foi feita e a polícia faz o seu papel porque se trata de dinheiro público”.

Odivaldo ressaltou que estão sob investigação as pessoas que fazem parte da Comissão de Avaliação da Prefeitura Municipal. De acordo com o vereador, o gabinete do PP na Câmara foi visitado porque o assessor, doutor Felipe Possamai, faz parte de forma voluntária da Comissão de Avaliação.

“Se monta uma comissão, isso todo ano tem, todo prefeito faz. Simplesmente o gabinete foi visitado porque nosso assessor faz parte da referida comissão. Somente isso. Nada contra os nossos vereadores ou contra o Partido Progressista. O tempo vai dizer, a polícia vai dizer se tem problema nas avaliações ou não. Não estou aqui dando razão para ninguém. Estou justificando que o PP não tem nada a ver com a operação”.

“Quero dizer também que a Rádio Marconi tem que ter mais cuidado nessas coberturas. Parece que faz questão de denegrir a imagem do Partido Progressista e desse vereador, que é pré-candidato a prefeito pelo PP. Isso porque ficou exaustivamente falando do meu nome e do meu escritório profissional”, comentou. 

“Eles foram no meu escritório porque tinham informação que o doutor Filipe trabalhava comigo. Coisa que não ocorre desde 2021. Ele me substituiu porque eu era presidente desta casa e estava impedido de advogar. Somente isso. Então foram em 2024 achando que ele trabalhava comigo ainda. Olha só a injustiça que estão fazendo comigo. Então antes de divulgar o meu nome e do meu escritório, teriam que se informarem se o alvo era eu. Uma palhaçada contra a minha pessoa. Eu peço respeito. Quem ouviu o início do programa na Marconi e não ouviu a minha explicação, como é que fica? Creio que você deve ter mais responsabilidade ao informar.

Odivaldo afirmou que a nota negativa da operação foi de não investigar antes se o doutor Filipe trabalhava no seu escritório. Odivaldo reiterou que passou por um constrangimento desnecessário. “A nota positiva para mim, o que considero mais importante foi o sequestro dos valores para que o nosso município em caso de comprovação de crime não perca o dinheiro. O mais importante é que os recursos voltem, em caso de condenação, para o nosso município. Para ser aplicado para o bem comum. No mais é aguardar o término das investigações e tem que condenar e punir se tiver problema”.

DA RÁDIO MARCONI

A Rádio Marconi se manifestou, no programa Comando Marconi desta quarta-feira, dia 27, sobre as falas do vereador Odivaldo durante a sessão dessa terça-feira, dia 26. Sobre a operação Terra Nostra, a emissora solicitou um posicionamento do vereador ainda durante a ação da Polícia Civil, na manhã de quinta-feira, dia 21. Ouça mais detalhes sobre o assunto:

 

Operação policial é realizada na prefeitura de Urussanga

Daniel critica a falta de máquinas e diz que nem a revisão de rotina dos freios dos ônibus escolares foi feita pela prefeitura

Daniel Rejes Pereira Moraes (PSD) disse que esteve na empresa Hidramix que cobra os serviços de manutenção prestados à prefeitura e constatou que três retroescavadeiras estão no pátio quebradas. “Entendendo a situação da empresa e de todas essas cobranças porque o prefeito se nega a pagar. Eu acho que é uma falta primeiramente de respeito com o empresário e consequentemente com toda população”.

O vereador ressaltou que na oficina tem uma S90 que poderia estar desassoreando os rios com a concha quebrada por falta de R$ 700 para pagar o serviço. Daniel registrou que em relação a compra de terrenos superfaturados o prefeito trocou o presidente da Comissão de Avaliação, porque o presidente anterior não quis assinar, porque viu que o terreno estava acima do valor.

O vereador alertou para a falta de revisão de rotina dos sistemas de freios dos ônibus escolares. “Olhem a gravidade, o prefeito não fez e não deixou fazer para segurar custos. As nossas crianças, o nosso maior tesouro, correndo risco, dia a dia nessas estradas lamentáveis, todas esburacadas”.

Daniel reiterou que o prefeito gosta de fazer shows porque fica fácil para o dinheiro voltar para o bolso dele. “Compra terreno superfaturado porque o dinheiro volta para o bolso. E o básico não funciona. Continuamos esperando vigilantes nas escolas, manutenção preventiva dos ônibus e patrola para as estradas”.

O vereador disse que não sabe como o prefeito não faz um planejamento de manutenção preventiva. “Foi avisado três meses antes que a patrola iria pegar fogo, porque tinha que fazer a manutenção nos fios, estava derretendo e ele mandou continuar até estourar. Estamos há quase 20 dias depois daquela chuvarada no domingo. São 10 dias de sol e eu cobrei, achei o secretário de obras e não tem máquina”.

“Como mente, engana, dia após dia, e vai tocando, e vai tocando. E a preocupação do prefeito é o quê? É resolver os problemas? Não. A preocupação do prefeito é organizar o depoimento de cada um. Eles ficaram dois dias trancados em sala de reunião, não estavam atendendo nem secretário. A preocupação dele é organizar, para encaixar os depoimentos”.

Colaboração: Wilson Adriani / Assessoria de Imprensa