A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Urussanga, que apura possíveis irregularidades na prestação de serviços de caminhão-pipa no município, iniciou nesta segunda-feira, dia 24, a tomada de depoimentos que podem auxiliar na investigação. O primeiro a comparecer foi Adriano Ghisoni, servidor municipal. Aos vereadores que compõem a CPI, Ghisoni se comprometeu a falar a verdade sobre os fatos de que tem conhecimento.

Ele informou que atuava na central de recebimento na época dos fatos e que não era fiscal do contrato investigado. De acordo com Ghisoni, os documentos assinados por ele dizem respeito apenas a uma conferência de valores entre a autorização de fornecimento e a nota fiscal, o que por si só não autorizava qualquer pagamento, uma vez que havia ainda a necessidade de a prestação do serviço ser certificada pelo fiscal do contrato. O depoente informou não saber quem era o fiscal. Ao fim do depoimento, Ghisoni se colocou à disposição para futuros esclarecimentos que os vereadores entendam necessários.

A CPI também decidiu convocar o ex-secretário de Infraestrutura, Emerson Jeremias, o engenheiro Arthur Bianchini e um representante da empresa Correa Nunes. As diligências para notificá-los estão sendo realizadas. O prefeito de Urussanga, Luis Gustavo Cancellier, será convidado a prestar depoimento, sem a obrigação de comparecer, uma vez que prefeitos não podem ser convocados por CPIs.

Entenda a CPI

A intenção da CPI é esclarecer se os serviços pagos pelo município entre 2018 e 2019 realmente foram prestados. Os documentos apresentados pelo Executivo informam a utilização de caminhão-pipa em 46,5 mil quilômetros, a um custo total de aproximadamente R$ 211 mil, entre 2018 e 2019.

No entanto, na avaliação dos vereadores Elson Roberto Ramos (MDB), Daniel Moraes (PSD) e Fabiano De Bona (PSDB), que requereram a instalação da CPI, a Prefeitura de Urussanga não apresentou documentação capaz de comprovar que os serviços pagos foram efetivamente prestados. Todos os nove vereadores aprovaram a instituição da Comissão Parlamentar de Inquérito.

De Bona e Ramos são, respectivamente, presidente e relator da CPI, que também tem Odivaldo Bonetti (PP) como membro e Luan Varnier (MDB) na suplência. A Comissão atua com a assessoria jurídica da advogada Erica Ghedin Orlandin Hoffmann.

Colaboração: Renan Medeiros Amâncio / Assessoria de Imprensa