Uma iniciativa que surgiu em 2020 busca dar voz às pessoas com deficiência. O projeto Eu Existo foi idealizado pela urussanguense Bruna Gabriela Salvador e pela sua amiga de Palhoça, que faleceu no ano passado devido à complicações da deficiência. “Eu me ausentei um pouco do projeto na época, em 2020, 2021, por conta da política e tudo mais”, conta. “Em homenagem a ela (a amiga), eu decidi retomar o projeto e dar voz a outras pessoas com deficiência também”, complementa.

As ações do projeto podem ser conferidas na conta do Instagram. “O projeto iniciou sendo um canal informativo sobre deficiência. Então, a gente falava sobre o que é acessibilidade, capacitismo e tudo mais. Quando eu reiniciei o projeto, eu decidi que, além de ele ser informativo, ele precisava ser demonstrativo também. Precisava mostrar, além de informar, o que é acessibilidade, mostrar o que é a falta dela também, para que as pessoas entendessem e conseguissem, junto comigo, cobrar as mudanças e tudo mais”, explica Bruna.

As reivindicações não se limitam a apenas Urussanga. De acordo com Bruna, meses atrás o perfil expôs uma situação em Içara. O caso repercutiu e o projeto teve o retorno da prefeitura. O assunto foi abordado em entrevista no programa Ponto de Encontro, no qual Bruna comentou mais sobre acessibilidade. Ouça:

Parte 01

 

Parte 02

 

Em uma das recentes publicações, Bruna expôs problemas de acessibilidade em ambientes públicos de Urussanga, principalmente por ser cadeirante. O vídeo alcançou, até a tarde desta segunda-feira, dia 25, quase 35 mil visualizações. “Teve muitos comentários em relação a ‘eu sou mãe e tenho um carrinho de bebê e eu não consigo transitar em Urussanga’. Há pessoas idosas que talvez precisem de muletas, andadores, enfim, também não conseguem”, conta Bruna.

Conforme a urussanguense, os principais problemas de falta de acessibilidade envolvem calçadas sem rampas, com buracos ou sem o espaço necessário para a passagem de uma cadeira de rodas, já que há postes no meio de calçadas. “Fora que locais como a prefeitura, por exemplo, hoje em dia não tem acessibilidade. Para poder ir lá reivindicar os meus direitos, nem isso eu consigo, porque na prefeitura, a entrada é um degrau e para falar com o prefeito para reivindicar é uma escada”, destaca Bruna.

De acordo com a idealizadora do projeto, Urussanga possui mais de 350 pessoas com deficiência. “Eu não luto só por mim na questão da acessibilidade, eu luto para as pessoas com deficiência que virão, porque a gente nunca espera, a gente nunca sabe o que vai acontecer. Então, a gente tem deficiências que são ocasionadas devido a acidentes, que como eu nasceram com a deficiência, um pai, uma mãe, nunca esperam que um filho nasça com deficiência, e a sociedade precisa estar preparada para isso, não é o pai ou a mãe que precisam estar preparados”, salienta.

Confira um dos vídeos publicados pelo projeto: