A educação em Urussanga, desde a situação das creches até a possibilidade de uma escola cívico-militar no município, foi a pauta majoritária na tribuna da Câmara de Vereadores na reunião ordinária desta terça-feira, dia 28. Os parlamentares também levaram à discussão temas como a doação de sangue e os serviços de limpeza urbana.

Primeiro a fazer uso da palavra, o vereador Gilson Casagrande (PP)  abordou o mutirão de doação de sangue que será realizado pelo Governo de Urussanga, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, no dia 5 de abril. “Para a ação, o transporte até o Hemosc de Criciúma, será disponibilizado gratuitamente, com saída da Secretaria de Saúde, às 8h da manhã. É muito importante que os nossos munícipes também façam as suas doações, que assim estamos salvando o próximo”, convocou Casagrande.

Interessados em participar do mutirão podem entrar em contato pelo telefone (48) 3465-1254 ou pelo WhatsApp (48) 99911-3903. Será necessário preencher um formulário de pré-triagem. No dia da doação o voluntário deve apresentar um documento oficial com foto.

Outro tema levantado pelo vereador Gilson Casagrande foi a reivindicação por adequações no projeto da SC-108, entre Urussanga e Cocal do Sul. No dia 23 de fevereiro, ele e o vereador Zé Bis (PP) foram a Florianópolis tratar do assunto.

Como resultado, uma audiência pública será realizada no dia 4 de maio de 2023, às 19h. “Isso é muito importante. Nós todos estamos engajados, porque, segundo as informações que temos, não será possível passar de um lado para o outro da rodovia, então o pessoal vai ter que ir a Cocal ou a Urussanga fazer o trevo para ir ao Rio Galo ou a Santa Luzia. Queremos que isso seja revisto”, explicou o vereador progressista.

Avanços na limpeza urbana

O vereador Odivaldo Bonetti, o Bonettinho (PP), enalteceu o esforço da Administração Municipal em prover serviços como o de limpeza urbana e iluminação pública nos últimos dias.

“A gente conversou com o prefeito e ele vai dar estrutura para as secretarias que foram penalizadas pela chuva. Está havendo a contratação de mão de obra para as limpezas de bocas de lobo, as manutenções. Uma caminhonete nova está chegando para regularizar a iluminação pública. Já há duas equipes em uma força-tarefa para restabelecer. Aos poucos, as coisas vão ficando em ordem”, relatou Bonettinho.

Ele elogiou o trabalho do novo diretor de limpeza urbana, Vanderlei Marcírio, o Deco. Um mutirão foi feito recentemente no Rio América e, segundo o vereador, a Serrinha e Santana também devem receber os trabalhos para desentupir os sistemas de drenagem.

O vereador disse que tem articulado junto à Defesa Civil a presença de um geólogo na Serrinha. A intenção é apontar uma solução definitiva para evitar problemas futuros que inviabilizem a estrada, de acordo com Bonettinho.

O parlamentar também se disse insatisfeito com a falta de vagas na educação infantil. “É um problema que vem se arrastando há muito tempo. Temos três escolas com obras atrasadas, que já deveriam ter sido entregues e ajudariam a desafogar. Não é culpa do prefeito, não é culpa da secretária, mas tem que resolver”, frisou.

Bonettinho cobrou mais agilidade na regularização dos imóveis em Urussanga por meio do Reurb. Segundo ele, Içara é um exemplo de município que está à frente nesta questão e pode servir de modelo para Urussanga.

Bonettinho também destacou a importância do projeto de lei do Executivo que trata da cessão ao Minerasil Futebol Clube do imóvel onde fica o campo de futebol da agremiação. “Tanto amor vocês têm pelo clube que, certamente, a Câmara vai se posicionar de forma favorável”, afirmou. Em seguida, o projeto foi aprovado pelo Legislativo por unanimidade.

Cobrança por escola cívico-militar

Fabiano De Bona (PSDB) falou da participação dele no lançamento da Frente Parlamentar pela Criação de Escolas Cívico-Militares em Santa Catarina, no dia 21 de março, na Assembleia Legislativa. O vereador urussanguense compôs a mesa e falou em nome de todos os vereadores catarinenses.

De Bona voltou a cobrar o Executivo para que tire a ideia do papel. “Aqui em Urussanga, está pronto (o projeto). Veio uma minuta de Brasília, empresários já investiram mais de R$ 6 mil, porque Urussanga quer uma escola cívico-militar. Temos um abaixo-assinado com pais”, assegurou.

“Não tem como não dar certo. Eu só pedi uma escola no município, só uma. O investimento mensal é de R$ 30 mil, e um deputado federal e um estadual, o Ismael dos Santos e o Marcos da Rosa, já se comprometeram em doar uniformes e materiais para que o projeto aconteça. Eu apelo ao senhor prefeito que disse que foi promessa de campanha. Cumpra essa promessa”, afirmou.

O vereador lembrou que, inclusive, a transformação pode ocorrer com alguma escola mais problemática, uma vez que o modelo cívico-militar proporciona mudanças positivas no comportamento dos alunos. “Só peço que o prefeito cumpra com a sua palavra”, reiterou.

Reconhecimento e cobrança por limpeza urbana

O vereador Ademir Bonomi (MDB) reconheceu o bom trabalho do setor de limpeza urbana do município no entorno da escola Dirceo Maccari, no Rio América. Esse serviço já havia sido sugerido por Datcho no início do mês. “Quando a gente cobra aqui na Câmara e o serviço acontece, a gente vem aqui, mostra e agradece. Foi feito um serviço muito bom”, observou o vereador emedebista.

Aproveitando o assunto, Datcho fez uma nova indicação, desta vez sugerindo que mutirões semelhantes sejam realizados ao menos duas vezes por ano em todos os bairros de Urussanga. “Que todas as comunidades sejam beneficiadas. Pode ir lá, em Santana, por exemplo, durante uma semana e fazer uma limpeza lá de boca de lobos, entulhos, com patrola, roçadeiras, bobcat”, propôs o vereador.

Na avaliação dele, há uma percepção da população de que esses serviços só são realizados quando a comunidade recebe alguma festa.

“É preciso mais responsabilidade com a coisa pública”

O vereador Elson Roberto Ramos, o Beto Cabeludo (MDB), questionou quem vai arcar com os prejuízos causados por erros em projetos. “Será que toda vida vai ser assim? Será que não temos um responsável. Isso é dinheiro do nosso imposto. E se errar mais três ou quatro obras e peder R$ 5 mil, R$ 10 mil ou R$ 100 mil em cada obra? Isso não pode acontecer mais”, criticou.

Beto pediu providências quanto a situações assim, além das obras não entregues no prazo.  “Todas as obras têm atraso. Será que a culpa é de todas as empresas ou da administração? No meu ponto de vista, é preciso contratar mais fiscais”, sugeriu o parlamentar.

O vereador emedebista citou como exemplo a licitação para o telhado do Centro de Múltiplo Uso de Santana. Conforme o documento obtido no portal da transparência do município, um dos anexos, que deveria conter o memorial descritivo, orçamento, cronograma e projeto, aparecia em branco. “Como uma empresa vai participar de uma licitação se não tem o memorial, o orçamento, o projeto e o cronograma? A empresa vai saber quando tem que começar e acabar?”, indagou.

“Ou vão deixar quando faltam dois ou três dias porque já tem a empresa, entre parênteses, ajeitada? É por isso que depois ocorrem todos esses erros, já começa ali”, citou Beto.

O parlamentar afirmou que a área industrial 1 ainda nem foi encerrada e já há máquinas na área industrial 2. “É preciso ter mais responsabilidade com a coisa pública, comprometimento. É falta de gestão”, declarou.

Falta de vagas em creches

Luan Varnier (MDB) levou à tribuna uma denúncia que fez ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) quanto à falta de vagas em educação infantil para atender todas as crianças que estão na fila de espera.

“Nos últimos sete anos, o que temos visto é uma defasagem na educação do município. Um município que está, desde outubro, sendo cobrado pelo Ministério Público para zerar a fila, sob pena de R$ 1 mil, ainda discute as vagas”, relatou Luan.

Segundo ele, ainda não há definição quanto ao local para receber as crianças que estão sem lugar em creches. Esses espaços, conforme Luan, precisam ser adequados com itens de segurança e bem-estar.

Em outubro de 2022, o Supremo Tribunal Federal, em ação movida pelo MPSC, mandou o município zerar a fila de espera num prazo de 120 dias, sob pena de multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento.

“Essas desculpas de ficar arrumando lugar me fazem entender que seja uma forma de justificar ao Ministério Público a irresponsabilidade. Quem duvida que não estejam inventando locais para protelar a oferta de vagas?”, cogitou Luan.

A denúncia do vereador trata especificamente do Centro Educacional Infantil Elias Biz, no Bairro Das Damas, mas ele explica que outras creches de Urussanga também passam por situação semelhante. Segundo ele, uma reunião já foi realizada com pais de crianças e representantes da Secretaria Municipal de Educação, mas sem definição de prazos.
“Esperamos que não passe de 15 dias, porque tem pai e mãe neste município contando moeda para deixar seus filhos e poder trabalhar. Não tem como defender uma situação dessas”, ressaltou o vereador do MDB.

Luan também voltou a falar das roçadas, limpeza urbana e iluminação pública, que, na avaliação dele, estão “uma vergonha”. “O sentimento dos urussanguenses nos últimos anos é de abandono”, expressou.

O impacto da área industrial

O vereador Erotides Borges Filho, o Tidinho (PDT), abordou a geração de empregos no município. Na avaliação dele, os lotes da área industrial ainda estão subutilizados e não se pode falar que estejam impactando positivamente no mercado de trabalho.

Ele citou a resposta a um requerimento solicitando o número de empresas instaladas ou em processo de instalação na área industrial. “Para alguns, pode ser surpresa, mas eu confesso que para mim não é. Temos apenas uma empresa instalada e outras três que querem se instalar. Não vejo como isso possa estar gerando empregos. Estão contratando bastante é na prefeitura”, ironizou.

Tidinho questionou a razão pela qual todos os lotes ainda não estão entregues. Ele comparou fotos das áreas industriais de Cocal do Sul, onde trabalha, com a de Urussanga.

O vereador diz ter procurado a Associação Empresarial de Cocal do Sul para colher informações sobre o que torna uma área industrial atrativa. “Em primeiro lugar, a escolha do local. Em segundo lugar, um bom projeto. É preciso que tenhamos políticas claras para a entrega dos lotes e uma divulgação através da mídia, coisa que eu não vi aqui”, afirmou.

Tidinho também sugeriu a realização de estudos para identificar as demandas necessárias e buscar empresas dentro dessas características para se juntar à área industrial.

“Eu acho que está na hora de trazer empresas, gerar empregos e aumentar a arrecadação. Até o momento, a área industrial surgiu muito mais para fazer política, desviar dinheiro público e atrapalhar alguns moradores que não conseguem ampliar suas casas (por restrição imposta pelo Plano Diretor)”, afirmou o vereador do PDT.

Colaboração: Renan Medeiros Amâncio / Assessoria de Imprensa