Lembrado pela Igreja Católica, o Dia de Finados é dedicado a homenagear e lembrar de entes queridos que faleceram. A data está ligada a tradições religiosas, na qual muitos aproveitam o dia para visitar cemitérios e participar de celebrações. Com a aproximação da data, lembrada nesta quinta-feira, dia 2, muitas pessoas se recordam de momentos e lembranças que tiveram com aqueles que morreram. De acordo com o psicólogo Alex Cambruzzi, a época do ano pode despertar sentimentos de luto, principalmente se a pessoa falecida é muito próxima. “O luto é tanto uma resposta emocional quanto comportamental, que acaba acometendo a maioria das pessoas que nutriam afeto por alguém ou por algo que as deixou”, explica.

Conforme o especialista, o luto é um momento que exige um processo de reorganização. Alex esclarece que é esse momento que pode ajudar a liberar a desorganização emocional da pessoa. “Essa fase ajuda a colocar para fora os sentimentos que vão além da tristeza, a gente tem outros sentimentos que aparecem durante o luto, por exemplo: a raiva, a frustração, a insegurança, a negação, a desesperança. São sentimentos que, quando são despejados, colocados para fora, algumas vezes eles ajudam aquela pessoa na busca até mesmo de uma energia para superação”, comenta.

Alex ainda destaca que essa desorganização emocional não é igual para todas as pessoas. Por isso, cada um reage de uma forma diferente ao processo de luto. “Às vezes esses sentimentos não saem e nem existem com tanta intensidade. Ou seja: é uma hora de a gente não cobrar instabilidade ou um padrão para aquela pessoa nesse momento de caos. Cada um possui o seu mecanismo emocional de enfrentamento para lidar com essa situação”, reforça o psicólogo. O assunto foi abordado no programa Ponto de Encontro. Ouça mais detalhes:

 

O especialista afirma que existem fatores que contribuem para um processo mais saudável ao lidar com alguma perda. O principal deles é evitar o isolamento total. “Existe sim, por parte de algumas pessoas, um comportamento de às vezes querer ficar um pouco mais isoladas, mas a gente tem que cuidar com aquele isolamento total”, salienta. Outra característica de proteção é se engajar com outras atividades, como uma caminhada, uma conversa com amigos, ou momentos fora de casa. “Outro detalhe, cuidar com os pensamentos de culpa, e às vezes eles aparecem nessa fase, só que eles não ajudam em nada, eles mais vão confundir e reelaborar o processo”, acrescenta Alex.

Além disso, o psicólogo também reforça que existem cinco fases do luto, que podem se apresentar em ordens e tempo de duração diferentes, sendo eles: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. A principal recomendação é sempre estar atento às pessoas que perderam algum ente querido e que estão passando pela fase. Um sofrimento prolongado ou um isolamento são sinais de que a pessoa precisa de ajuda e de acompanhamento especializado.