Todos os nove vereadores de Urussanga fizeram uso da tribuna na reunião ordinária dessa terça-feira, dia 20. Entre os assuntos mais abordados, estiveram a infraestrutura e o contexto político do município, com destaque para divergências quanto à atuação do Poder Executivo Municipal.

Primeiro a discursar, o vereador Fabiano De Bona cobrou o término dos trabalhos de canalização e pintura na pavimentação asfáltica na Rodovia Municipal Gaetano de Lorenzi Cancellier, no bairro Palmeira do Meio, sentido Palmeira Baixa.

De Bona informou que a comunidade é grata pelo asfalto e aos deputados que asseguraram recursos para a obra, mas frisou que o atual estado traz insegurança aos motoristas e pedestres.

“O que me intriga é que mais uma vez se trata de uma obra inacabada. Está faltando calha, tem um poste que ainda não tiraram. O asfalto já está cedendo. Até um burro com os olhos tapados vê o que está faltando, que é um dreno a mais”, criticou.

O vereador exibiu imagens e informou que há, inclusive, um poste dentro da calha. “Vocês conseguem imaginar isso? Se vem a água, ela para no poste e passa por fora da calha”, afirmou.

“Dinheiro foi bastante, porque houve aditivos e tem só duas drenagens. Não tem como deixar inacabada e dizer que faltou dinheiro”, declarou. De Bona destacou que a Câmara criou recentemente uma Comissão Especial de Acompanhamento e Fiscalização, que poderá atuar para evitar situações assim. “Enquanto houver coisa errada no município, nós vereadores não vamos nos calar”, garantiu.

Caio De Noni agradece por estar vereador

Usando a tribuna pela primeira vez, o vereador Caio De Noni (MDB) manifestou gratidão ao titular da cadeira, vereador licenciado Ademir Bonomi, o Datcho, aos amigos e familiares que compareceram à Câmara.

“Um vereador ao se eleger, não representa apenas um segmento ou comunidade, mas a cidade como um todo”, resumiu.

Caio reforçou a disposição para trabalhar por projetos que “realmente tragam benefícios para Urussanga”, além de buscar entender todas as necessidades e construir soluções e bem-estar aos urussanguenses.

O vereador destacou a luta que encampou antes mesmo de buscar cargo eletivo, como a ampliação dos banheiros da escola do Bom Jesus, que até então tinha apenas um. Os recursos para melhorar a situação foram obtidos com o deputado estadual Volnei Weber (MDB).

“Hoje são dez banheiros. Mas a obra faz um ano que está parada. Estou brigando para que seja retomada agora nas férias de julho. Gosto que promessas sejam cumpridas, e não de ser enrolado”, afirmou Caio De Noni.

O vereador também frisou a necessidade de reforçar a estrutura da Secretaria de Agricultura, que precisa de mais equipamentos, na avaliação dele. Caio ainda se disse disposto a trabalhar para melhorar o programa Porteira Aberta. “Parece que, a cada ano, a porteira está fechando mais. Precisamos ver o que pode ser feito”, afirmou.

Já na primeira reunião ordinária de que participou, Caio De Noni foi autor de duas matérias aprovadas. Por meio de um requerimento, ele solicita ao Executivo informações relacionadas aos casos da febre maculosa, que é uma doença infecciosa transmitida pela picada do carrapato-estrela, encontrado em capivaras.

Ele também cobra, por meio de indicação, a manutenção na Rodovia dos Imigrantes Trevisano, no São Pedro. “Foi feito uma parte calçamento e em outra, asfalto. Na parte de calçamento, está baixando. Gostaria que o setor responsável da Prefeitura avaliasse para ver o que pode ser feito. O meio-fio também não foi aterrado, tem alguns lugares em que o meio-fio já está ‘deitando’”, relatou.

Beto enaltece posse de Caio De Noni

O vereador Elson Roberto Ramos, o Beto Cabeludo (MDB), elogiou o requerimento feito pelo colega de bancada Caio De Noni (MDB), que solicita ao Executivo informações relacionadas aos casos da febre maculosa. A doença é transmitida pela picada do carrapato-estrela, encontrado em capivaras.

Beto defendeu que haja um projeto não só em Urussanga, mas de abrangência estadual, para mitigar os problemas e prejuízos causados pelas capivaras. “Quem tem uma roça de cana ou de milho sabe o que uma capivara só faz numa noite. Este é um assunto muito importante que precisa ser discutido em um projeto macro, claro, levando em consideração também o meio ambiente. A gente sabe de todo malefício que agora estão trazendo esses carrapatos”, afirmou.

O vereador elogiou e parabenizou Caio De Noni pela posse no Legislativo. “O município de Urussanga ganha mais um grande vereador nesta casa”, reconheceu.

Luan cobra promessa no Rio Carvalho e segurança nas escolas

O Luan Varnier (MDB) cobrou o cumprimento de promessas de pavimentação já feitas à comunidade de Rio Carvalho. “Toda eleição, o prefeito Gustavo vai lá prometer asfalto, e não somente nessa comunidade. A gente sabe que o prefeito Gustavo é líder em promessas, tentando enrolar a população”, afirmou.

Luan informou que protocolou no Legislativo um requerimento para saber se há algum projeto de pavimentação para o Rio Carvalho. “Segundo informações que a gente tem, foram prometidos quatro quilômetros. O requerimento é para vermos se isso vai se efetivar os 500 metros ou se o prefeito vai cumprir com o que prometeu”, explicou o vereador do MDB.

Na avaliação dele, houve “estelionato eleitoral” quando as promessas foram feitas, mas as pessoas “não são mais bobas”.

Isso é mais um crime deste prefeito que roubou a cidade, com a Polícia Federal na porta. A comunidade lembra que eles estão esperando a pavimentação. Está na hora de cumprir com aquilo que prometeu, não para o vereador Luan, mas para a comunidade do Rio Carvalho. Vai colocar asfalto em cima de paralelepípedo, em cima de ponte de madeira. Vergonha”, criticou Luan.

O vereador também comentou sobre o projeto de lei protocolado por ele, e aprovado pela Câmara, que torna obrigatória uma série de medidas de segurança nas escolas. O projeto foi totalmente vetado pelo Executivo, sob a justificativa de que houve “vício de iniciativa”, ou seja, a proposta não poderia ter partido de um vereador.

“Um projeto desse não tinha nem que pensar nisso. Ontem uma moça e o namorado foram mortos baleados na escola no Paraná. E Urussanga fica vetando projetos para garantir a segurança, porque eu sou do MDB, porque eu faço cobranças. Nós temos que pensar nas pessoas, nos filhos dos cidadãos”, defendeu Luan.

Para solucionar o problema, Luan apresentou uma indicação sugerindo, então, que o Executivo apresente o projeto de lei à Câmara. “Se o projeto de lei não vier, é porque o prefeito não quer fazer. Se é vício de iniciativa, ele tem que fazer. Mas não deixe as nossas crianças correndo riscos, sem qualquer política pública para garantir a segurança”, cobrou o vereador.

Tidinho defende que MP seja acionado

Erotides Borges Filho, o Tidinho (PDT), criticou a falta de respostas sobre a sindicância instalada para apurar o extravio de documentos na Secretaria de Agricultura. Ele relatou já ter apresentado requerimentos solicitando informações em diversas ocasiões, mas sempre sem respostas concretas.

“Agora vieram com a desculpa que não podem responder porque levaram o computador. Mas levaram também o sistema?”, indagou.

“Deram uma resposta dizendo que vão tentar encontrar os documentos e, quando encontrarem, vão passar para os vereadores. Eu acho que aqui não precisam passar mais nada. Agora vão apresentar para o Ministério Público”, afirmou. Tidinho observou que o Regimento Interno determina a comunicação ao Ministério Público “para sanções cabíveis” quando não há resposta a requerimentos de informações.

O vereador do PDT cobra explicações sobre uma despesa de R$ 60 mil no programa Porteira Aberta, cuja destinação não foi informada. “A verdade é uma só. Põe na conta dos desvios praticados por essa organização criminosa”, disse.
Tidinho levantou outro assunto na reunião: a nomeação de uma pessoa em cargo comissionado da Prefeitura, por ser próxima a um deputado estadual de partido cujo apoio é buscado pelo prefeito de Urussanga.

“A pessoa não é daqui, é de Tubarão. Segundo informações de alguns conhecidos, a função é cuidar dos carros da Prefeitura. Deve fazer isso com muita maestria, porque o salário é de R$ 3 mil e, no primeiro mês, já recebeu mais de R$ 3 mil de gratificação”, ironizou o vereador.

O parlamentar comparou esse salário e essa gratificação com a remuneração dos professores e dos profissionais da limpeza urbana.

“Quando a desembargadora denominou esse grupo como uma organização criminosa cujo líder é o prefeito municipal, não foi por acaso. Cobramos tanta moralização em nível federal, não podemos esquecer do nosso município”, finalizou Tidinho.

“Gustavo foi o prefeito que mais fez”, defende Casagrande

O vereador Gilson Casagrande (PP) manifestou solidariedade ao colega de bancada José Carlos José, o Zé Bis (PP), pelo falecimento do neto solidariedade Enrico José Stangherlin, de apenas 48 dias de vida.

“Essa luta pela vida mexeu com todos nós urussanguenses. É o bom Deus que nos traz esperança, mas a vida é cheia de surpresas. Nunca sabemos o dia de amanhã, principalmente quanto aos nosso filhos, por quem lutamos tanto por uma vida melhor”, afirmou.

O vereador também defendeu a gestão do prefeito Gustavo Casagrande (PP). Na avaliação dele, não há qualquer prova contra o gestor. “O Gustavo foi o prefeito que mais fez por Urussanga. Plantou esperança. Afastaram o prefeito um ano e três meses, quando estava fazendo tanto por Urussanga. Isso tudo, para mim, é politicagem”, afirmou.

Casagrande citou que, no primeiro mandato de Gustavo, foram 24 quilômetros de asfalto, significativamente mais do que todos os antecessores. O progressista pontuou que, se houvesse provas contra o prefeito, ele não teria retornado ao Executivo.

“Nós temos um jeito de trabalhar e de mostrar como se faz uma gestão. Falo para todos os urussanguenses que estamos sendo impedidos de trabalhar. Se existissem provas suficientes, ele não voltaria a sentar na cadeira”, argumentou.

Zé Bis pede providências para evitar infecções hospitalares

O vereador José Carlos José, o Zé Bis (PP), relatou todo o sofrimento causado pela perda do neto, Enrico José Stangherlin, de apenas 48 dias, após nascer com problemas respiratórios e passar por uma infecção bacteriana no hospital onde estava internado, em Criciúma.

“Viveu 48 dias e, para mim, foi uma lição de vida, de resistência. Foi um guerreiro. Deus o levou e o acolheu”, declarou. Zé Bis agradeceu as manifestações de solidariedade recebidas pelos vereadores, familiares e amigos, além do trabalho realizado por médicos e enfermeiros para tentar salvar a vida do pequeno Enrico.

O vereador lamentou, no entanto, a infecção hospitalar, que considera um problema recorrente em diversos estabelecimentos. “Infelizmente, estamos vendo pessoas entrarem no hospital para um procedimento e saírem de lá num caixão O que fazer? Não quero culpar hospital, médico, ninguém. Mas quero que haja investimento público para que isso não aconteça. Parece que estão fechando os olhos”, avaliou.

Zé Bis também anunciou que seguirá a Brasília ao longo da semana junto com o prefeito Gustavo Cancellier (PP), em busca de recursos para infraestrutura, saúde e educação. “Também vou levar um pedido que fiz em 2021 para aumentar o teto de faturamento do Simples Nacional, que hoje é de R$ 4,8 milhões. Passando esse valor, vai para uma tributação muito maior que pode levar à falência”, explicou.

O vereador lembrou de outras lutas semelhantes no passado, como a que resultou na redução da tarifa de energia elétrica praticada em Urussanga, que hoje, segundo ele, é inferior à de municípios vizinhos. A mudança na legislação também trouxe fôlego às empresas carboníferas, que podem explorar o carvão até 2040 e, assim, preservar mais empregos. “Agradeço muito ao nobre senador Esperidião Amin”, registrou Zé Bis.

 

Bonettinho projeta Festa do Vinho mais popular

Odivaldo Bonetti, o Bonettinho (PP), destacou que a Festa do Vinho deste ano terá um diferencial importante. “Vai ser uma festa popular, sem camarote, sem área VIP. Vai ser para todos. O povo terá a oportunidade de ver seu artista de pertinho se chegar cedo”, frisou. Segundo ele, os preços também serão acessíveis.

Bonettinho é presidente da Comissão Central Organizadora, função que exerce como voluntário, e informou que os últimos detalhes já estão sendo acertados. “Vamos fazer as coisas certas, estritamente dentro da lei”, explicou.
O vereador também destacou que o Executivo vem fazendo um esforço muito grande para resolver todos os problemas do município e que os parlamentares da situação também cobram soluções.

Bonettinho reconheceu que é inaceitável, por exemplo, situações como a trazida pelo vereador Fabiano De Bona (PSDB), que apresentou uma obra inacabada na Rodovia Municipal Gaetano de Lorenzi Cancellier, no bairro Palmeira do Meio. “É importante a obra na comunidade, mas tem que acabar, ter início, meio e fim”, afirmou.

O vereador ainda citou que estão próximas as licitações para pavimentações na Imigrantes Trevisano, no São Pedro, e no Rio Carvalho. “Espero que não se diga que foi porque veio dizer na tribuna que vai sair a obra da rodovia do Rio Carvalho. A gente já vem cobrando e vai sair também, que eles merecem”, afirmou.

Nel defende política além dos partidos

O vereador Daniel Moraes, o Nel (PSD), criticou o Executivo por, segundo ele, tomar decisões baseadas unicamente em critérios partidários.

“A política é muito suja, ingrata, principalmente com as pessoas que vão ser desfavorecidas por cor partidária. Nós estamos aqui para ajudar o próximo, atender a todos de maneira igual. Política se faz com o bem para todo mundo”, defendeu.

Nel desafiou qualquer pessoa a apresentar os 24 quilômetros que, segundo o vereador Gilson Casagrande (PP), foram asfaltados durante a gestão do prefeito Gustavo Cancellier (PP). Ele também rechaçou a alegação de que o prefeito teria sido afastado por “politicagem”.

“Não foi nenhum vereador que afastou. Foi por uma operação da Polícia Federal para investigar um suposto crime de corrupção”, lembrou.

O vereador afirmou que o município não parou durante o período de afastamento. “O Nandi (PSD, vice-prefeito e então prefeito em exercício), nesse período, fez bastante coisa. Cito algumas obras, como Pacto pelo Interior, que são R$ 5 milhões e o prefeito está aí fazendo vídeos. Não precisa enaltecer o vice-prefeito e este vereador pela obtenção dos recursos, mas é importante citar o deputado, porque o Júlio Garcia tem sido um grande parceiro de Urussanga”, afirmou.

Nel se posicionou ao lado do vereador Luan Varnier (MDB) na defesa para que as medidas de segurança nas escolas sejam previstas em lei, e não apenas em decreto.

“A gente fica de mãos atadas, porque sentimos aquela situação. A primeira coisa que fiz foi acionar o prefeito. Ele atendeu bem, é importante ser justo, fez um decreto, foram tomadas decisões importantes, mas temos que cobrar a efetividade do decreto”, defendeu. “Quando é lei, o prefeito tem que cumprir, independente de ser azul, vermelho, amarelo ou cor-de-rosa. Os nove vereadores têm que cobrar o prefeito para que encaminhe o projeto para esta Casa”, afirmou Nel.

Confira também: