Desde 2013, o cineasta urussanguense Yves Goulart atua no desenvolvimento de um documentário sobre Aldo Baldin. Também natural de Urussanga, Aldo Baldin é um importante nome da música brasileira, sendo muito reconhecido internacionalmente. Agora, depois de anos preparando todo o material, o documentário será lançado neste domingo, dia 14, em Nova York, nos Estados Unidos. O cineasta Yves falou mais sobre o documentário “Aldo Baldin – Uma Vida Pela Música” e sobre a história de vida do tenor em entrevista ao Ponto de Encontro. Ouça mais na íntegra:

 

Yves lembra que soube da existência de Aldo Baldin durante uma visita na casa de uma amiga, em 2009. “Eu estava fazendo o documentário ‘Além da Luz’, sobre deficientes visuais, e fiz uma exibição privada na casa de uma amiga que trabalha no Itamaraty, oficial de chancelaria do consulado brasileiro, que também é formada em música clássica e tinha coleções de discos importantes. O disco de Aldo Baldin estava na prateleira dela e ela falou ‘Yves, eu acho que tem uma música chamada Pobre Cega do Heitor Villa-Lobos que serve e combina com o teu filme, vou lá pegar'”, conta o cineasta. Ao tirar o disco, Yves reconheceu a Igreja Matriz de Urussanga na capa de um outro disco da prateleira.

Foi neste momento que Yves iniciou a sua jornada em busca de conhecer mais sobre quem foi Aldo Baldin. Ainda em 2009, Yves entrou em contato com a viúva de Aldo, Irene Flesch Baldin, que morava na Alemanha, para pedir autorização e usar a música em seu documentário. “Ali eu plantei a sementinha, falei ‘Irene, eu tenho o desejo de um dia fazer um documentário sobre o Aldo, quem sabe a gente possa fazer junto'”, relembra.

Durante anos, Yves entrevistou diversas pessoas, seja em Urussanga, no Rio de Janeiro, Argentina ou na Alemanha. Muitas das entrevistas aconteceram em outras línguas, o que deixou o documentário mais trabalhoso até a sua conclusão. “Depois tem o dinheiro para pagamentos de direitos autorais de música, de imagens da TV alemã, que tem um acervo gigante, então todo esse processo foi muito lento”, explica. “A gente conseguiu também, através da lei de incentivo à cultura, porque o filme tem a chancela da Ancine, a Agência Nacional de Cinema, para que a gente pudesse obedecer todos os requisitos técnicos de dinheiro público pela lei de incentivo para poder, então, não só fazer a captação, mas também usar o dinheiro para aquilo que a gente se propôs a fazer, que é finalização do filme”, acrescenta.

O documentário será lançado no Havana Film Festival. “É um festival muito respeitado de filmes da América Latina, com muita repercussão dentro da mídia americana. E essa vai ser então a estreia mundial do filme”, comenta. “Esse ano de 2024 a gente não pode esquecer que fazem 30 anos que o Aldo faleceu, que foi em 1994. Esses 30 anos também traz esse revigor, essa carreira desse talentoso artista brasileiro que é o tenor Aldo Baldin. Nós temos o objetivo de exibir em festivais de cinema no mundo e no Brasil para que, em janeiro de 2025, a gente possa entrar em cartaz nas salas de cinema depois de passar por esse percurso de festivais”, destaca.

Confira o trailer do documentário: