Existem vários tipos de demências e suas causas são multifatoriais. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, doutor Wuilker Knoner, o Alzheimer é a doença mais conhecida. “A demência envolve, claro, a habilidade de recordar, de memória, mas também envolve a habilidade de linguagem, do raciocínio lógico, matemático, de dar nome a figuras”, explica o especialista. “Essa parte que é o nosso drive executivo do cérebro, que faz com que a gente tenha pensamentos, crie raciocínios, na demência vai declinando”, acrescenta o doutor.

Conforme o presidente, a demência possui vários graus. “Você pode sofrer uma demência, por exemplo, a gente chama de alteração cognitiva, um déficit cognitivo mínimo ou alteração cognitiva mínima, ou seja, é aquele esquecimento do dia a dia, onde é que eu deixei o carro, onde é que eu deixei a chave, isso aí é uma coisa do dia a dia e falta de atenção. Quando isso fica mais acentuado, quando isso fica do tipo atrapalhando o teu cotidiano, o cotidiano dos familiares, aí é que chama a atenção”, comenta o doutor. “Se isso ficar mais agudizado a ponto de você sempre acontecer isso e isso piorar, isso atrapalhar o seu dia a dia, aí sim você tem que prestar atenção e procurar um profissional”, destaca Wuilker.

A idade é a principal relação com a demência. “O envelhecimento do sistema nervoso envolve o envelhecimento das artérias que nutrem o cérebro e aí, com isso, aumenta a chance de demência”, esclarece. O assunto foi abordado em entrevista no Ponto de Encontro. Ouça:

 

O fator genético também está ligado com o desenvolvimento da demência. Segundo o doutor, quanto mais parentes de primeiro grau tiverem a doença, maiores são as chances de a pessoa desenvolver a demência. “Tendo ou não essa tendência, você vai ter que trabalhar com a prevenção. O que é isso: trabalhar com a prevenção? É você fazer um estilo de vida saudável, principalmente alimentos sem carboidratos, evitar o carboidrato, evitar açúcares, que é realmente um veneno para o cérebro, o álcool, e praticar exercícios físicos”, frisa o presidente.

Conforme Wuilker, o consumo de álcool e o tabagismo aumentam as chances de desenvolver uma demência. “Se você bebe mais de três vezes por semana, você aumenta para 50% a tua chance de ter demência lá no futuro, porque o álcool não só faz uma lesão direta nos neurônios, mas também rouba alguns tipos de vitamina, como o ácido fólico e a vitamina B. isso faz com que o paciente, no futuro, tenha uma desnutrição crônica e essa desnutrição, por falta dessas vitaminas, além da lesão direta, vai favorecer a demência”, explica. “O cigarro também, no efeito da nicotina ele promove a lesão nos sinapses, nos neurônios”, reforça o especialista.