A semana é de decisão para o Criciúma Esporte Clube. O Tigre segue em busca de sua primeira conquista de 2024. A final do Campeonato Catarinense acontece neste sábado, dia 6, contra o Brusque. A decisão vai acontecer no Estádio Heriberto Hülse, com grande expectativa dos torcedores carvoeiros, já que os últimos três títulos foram conquistados longe de casa. Os que estão ansiosos para o resultado, além de já pensarem na Série A do Brasileirão, são os ex-jogadores do Criciúma, que testemunharam conquistas no Catarinense e até na Copa do Brasil de 1991.

Sandro Mota, ex-lateral do Criciúma, começou no time de base até se integrar no profissional, passando por outras equipes também. O ex-jogador esteve no Tigre já a partir de 1989, retornando para o time nos anos 2000. Em terras carvoeiras, além da Copa do Brasil, Sandro conquistou duas taças do catarinense: a de 1993 e 1995. Mota participou de uma entrevista especial na Rádio Marconi e relembrou mais sobre a sua trajetória. Ouça na íntegra:

 

Para o jogo deste sábado, Sandro dá o palpite de 2 a 0 para o Criciúma. “Eu rodei e até converso com alguns amigos também que igual o Criciúma, igual hoje, não tem. Tu vê uma torcida, aquele ganhamento da torcida com os jogadores também é muito importante”, destaca. “O Criciúma estava em uma dificuldade há alguns anos, mas a torcida não deixou de apoiar”, acrescenta Mota. “Eu acho que vai ser 2 a 0 e a gente vai estar aí comemorando”, salienta o ex-jogador.

Sandro Mota no estúdio da Rádio Marconi. Foto: Rosana Sebastião.

Já para Wilson Waterkemper, ex-zagueiro e que atualmente é coordenador de futebol do Criciúma, as expectativas também são grandes. “Eu acho que chegaram duas equipes que se prepararam muito bem para esse campeonato. O Criciúma está a um passo de concretizar o seu primeiro grande objetivo do ano, que é o estadual”, frisa Wilson. “Acredito que todos estão preparados e se preparando ainda mais, porque é um momento importante e acreditamos muito nesse elenco, até porque já é um grupo formado há praticamente três anos. Esse é um dos grandes segredos aí do sucesso que o Criciúma vem atravessando”, acrescenta.

O profissional também enalteceu o trabalho do técnico Cláudio Tencati. “Eu não tô falando somente do resultado de campo, mas sim a pessoa que ele é”, comenta. “O Criciúma está preparado, tanto como comissão, como os atletas que estão e alguns atletas que ainda vão vir”, reforça. “Com muita humildade e transparência o Criciúma vai continuar lutando sempre por seus objetivos”, complementa. Confira mais na entrevista especial realizada com Wilson:

 

Além da final do catarinense, a expectativa também é para a Série A do Brasileirão, no qual o Tigre está na elite novamente após 10 anos. “Acho que passa um sonho na cabeça de cada um”, afirma. “Esperamos que, com esses novos atletas que vão chegar aí, possa juntar, possa se fortalecer com esse grupo aqui e disputar um jogo de cada vez. A gente sabe que é um campeonato extremamente difícil, mas com humildade, simplicidade e com o apoio da torcida, principalmente em casa, o Criciúma mantém condições de fazer bons jovens e, consequentemente, manter o grande objetivo, que é permanecer na Série A”, projeta Wilson.

Wilson Waterkemper. Foto: Fernando Ribeiro

Roberto Fernando Schneiger, o Roberto Cavalo, também esteve presente no Criciúma em suas melhores fases. Além de jogador, Roberto também compôs o Tigre como técnico. Para ele, o que mais marcou sua carreira foi a conquista da Copa do Brasil. “Foi uma sequência muito boa que tivemos nessa época de 90, entendeu? E isso marcou”, destaca. “Não tinha ninguém querendo ser melhor do que o outro. Um time humilde, porém com muita coragem, competência, muita transparência, sinceridade”, relembra. Ouça mais na entrevista:

 

Para Cavalo, a expectativa para a final do catarinense é boa. “Estou vendo assim o Criciúma no caminho que teve lá em 89, 90, 91 e 92”, afirma. Sobre a partida, o ex-jogador também ressalta que as duas equipes estão preparadas para a final. “Vai ser um outro Brusque como também vai ser um outro Criciúma. Eu acho que o Criciúma aqui dentro é muito forte, não adianta, a torcida que faz a diferença e não é de hoje. A torcida sempre foi muito forte aqui dentro, só que hoje tem uma vantagem muito grande”, elogia.

Foto: Caio Marcelo / Arquivo

Hoje no Santo André, de São Paulo, o ex-camisa 19 do Tigre, Lohan Freire, marcou o primeiro gol do Criciúma na final do catarinense de 2023, também contra o Brusque. Lohan relembra os momentos antecedentes aos jogos. “Um momento de dar volta ao Criciúma a ser campeão catarinense de novo após 10 anos. A gente sabia da responsabilidade, sabia da carência que tinha tudo isso”, recorda. “Mas a gente não tinha aquele peso, aquele sentimento de uma obrigação, não. Ali era mais um sentimento de gratidão por fazer parte daquele time, daquela equipe e aproveitar o momento de estar retornando a uma final”, acrescenta o jogador. Ouça mais detalhes na conversa realizada com Lohan:

 

No primeiro jogo da final do catarinense de 2023, Lohan marcou o gol aos 46 minutos do segundo tempo. “Um momento marcante no campeonato para mim foi uma palavra da minha esposa, que ela olhou para mim e falou assim ‘acredita que você vai fazer um gol marcante, que vai ser um gol histórico’, relembra. “Quando o Tencati me chamou para entrar no jogo eu estava com um sentimento muito bom”, salienta.

O jogador acredita que o próximo jogo deste sábado será equilibrado, assim como foi o da última semana. “São duas equipes qualificadas e eu acho que quem estiver no estádio vai ver uma boa final”, destaca. Sobre sua saída do Criciúma, Lohan afirma que o sentimento que tem é de gratidão. “De ter feito parte, que eu costumo dizer, da reconstrução do Criciúma, desde a volta para a Série B, volta para a Série A do Campeonato Catarinense. A gente fica muito feliz de participar de parte da história do clube e ver o crescimento ainda mais”, comenta.

Lohan comemora gol contra o Brusque no jogo de ida da final do Campeonato Catarinense 2023 — Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C.

O lateral Hélder Silva Santos também foi fundamental para a conquista do Catarinense 2023. “Foi um momento muito importante na minha carreira”, comenta. “Durante a semana, o professor Tencati optou por estar me tirando do time em um momento que a gente fica triste, mas não chateado, por estar querendo jogar. Aí eu lembro bem que comecei a mentalizar que eu iria fazer o gol da final e o gol do título. Graças a Deus fui abençoado”, conta.

Hoje no Guarani, Hélder afirma que leva o Criciúma com carinho. “Eu cheguei em um momento que as coisas não estavam muito boas ainda. O Criciúma vinha sofrendo há alguns anos”, fala. “Apesar do rebaixamento, ele manteve uma base, acreditou na gente e isso fez com que a gente criasse força para dar a volta por cima, para recompensar também todo o esforço do Anselmo (ex-presidente). “Eu levo muito carinho aí da torcida carvoeira, de todo mundo da cidade, uma região muito boa”, diz o jogador.

Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C

Da redação