A Câmara de Vereadores de Cocal do Sul aprovou um Projeto de Lei que dispõe sobre a utilização do Cordão de Girassol, como símbolo para identificado da pessoa com deficiência oculta no município. O PL 05/2023 é de autoria da vereadora Maria Luiza Da Rolt (PP) e foi aprovado nesta terça-feira, dia 30.

A confecção da carteira de identificação e fornecimento do cordão verde com estampas de girassóis está sendo realizada pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cocal do Sul há alguns meses. Embora já em uso, ainda não havia uma lei que regulamentasse a utilização do instrumento que auxilia na identificação de deficiências e transtornos ocultos como: autismo, transtorno de déficit de atenção (TDAH), doença de Crohn, fibromialgia e fobias extremas.

O assunto foi abordado em entrevista no programa Comando Marconi com a vereadora Maria Luiza. Ouça mais na íntegra:

 

“Quando falamos em lei, há muito mais respeito. Isso vai evitar que as famílias passem por momentos constrangedores em filas”, explica Juliana Mathias. Mãe de duas crianças autistas, ela relata a importância do projeto que agora se tornará lei. “Eles não têm o senso de esperar, não conseguem entender como outras crianças. Então vai evitar o constrangimento e os olhares. Sabemos que não vai resolver tudo, mas já é algo muito importante para a nossa comunidade de pessoas, mães e famílias atípicas”, destaca.

Segundo a vereadora Maria Luiza, o cordão elimina a necessidade de explicações e justificativas e evita constrangimentos de ambas as partes, garantindo assistência diferenciada, prioridade nos atendimentos e mais segurança durante viagens, passeios, compras, entre outros locais. “No Brasil, o uso do Cordão de Girassol está se tornando uma crescente em espaços públicos. Atualmente, as Casas Legislativas de todo país têm chamado atenção para conscientização do cordão. Sendo assim, a implantação da presente medida no município de Cocal do Sul trará inúmeros benefícios e muitas melhorias em questões de acessibilidade, inclusão e conscientização de toda a população”, afirma.

O projeto segue agora para sanção, através do prefeito Fernando de Fáveri (MDB).

Para toda a população

A assistente social da Apae, Pamela Graciano, lembra que, inicialmente, a proposta era oferecer o serviço para os alunos que possuíam algum tipo de deficiência oculta. “Porém, vimos a necessidade de estender o serviço para toda a população sul-cocalense que também apresenta algum tipo de deficiência ou transtorno oculto, mesmo não sendo o público-alvo da Apae. Depois da implantação do serviço, as famílias têm nos relatado com frequência, uma melhora significativa tanto nos atendimentos públicos quanto nos atendimentos privados”, comentou.

Para receber o Cordão de Girassol, o responsável ou a pessoa que apresenta deficiência ou transtorno deve comparecer na Apae Cocal do Sul, portando comprovante de residência, documento com foto, e laudo médico com CID. O serviço é gratuito.

Conscientização

Em todos os eventos realizados, a Apae tem levado o cordão como forma de apresentar e conscientizar a população sobre o respeito e o uso do mesmo. Com a lei aprovada, a expectativa é que mais pessoas e estabelecimentos tenham conhecimento da identificação. “Acreditamos que por meio da lei, toda a população poderá compreender sobre a importância do cordão na vida das pessoas, e com uma ação conjunta com a administração municipal, poderemos levar a informação e o conhecimento do uso do cordão para mais pessoas”, enfatiza Pamela. “Eu sei que é só o começo, e logo Cocal do Sul vai ser referência em inclusão, com a ajuda da APAE, governantes e das famílias”, afirma a mãe Juliana.

Colaboração: Ana Paula Nesi / Assessoria de Imprensa