O mês de agosto tem sido de apoio, promoção e orientação a amamentação no município de Urussanga. A ação faz parte da campanha Agosto Dourado, criada em 1992 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A cor dourada está ligada ao padrão ouro de qualidade atribuído ao leite materno. Mas, o que muita gente não comenta, mas precisa de atenção e conscientização, são as doenças que podem acometer as mamas durante a o período de aleitamento materno e as medidas para tratar e prevenir a ocorrência das mesmas.

Para a doutora Luiza de Bona Sartor, que é médica da Atenção Básica de Urussanga, abordar o assunto é de extrema importância para que as mães saibam como resolver e tratar o problema, mas também prevenir. As doenças mais comuns, segundo a médica, são o ingurgitamento mamário, as fissuras mamárias e a mastite. A doutora Luiza participou de entrevista no programa Comando Marconi e explicou mais detalhes. Confira:

Parte 01

 

Parte 02

 

“O ingurgitamento mamário geralmente está associado ao início tardio da amamentação, as mamadas infrequentes, restrição da duração, frequência das mamadas ou sucção ineficaz do bebê. Nessa condição a mama encontra-se aumentada de tamanho, dolorosa, avermelhada, edemaciada e brilhante. Os mamilos ficam achatados, dificultando a pega do bebê, e o leite muitas vezes não flui com facilidade”, explica Luiza. Como tratamento, algumas medidas podem ser tomadas. “Se a aréola estiver tensa, ordenhar manualmente um pouco de leite antes da mamada, fará com que ela fique macia o suficiente para o bebê abocanhar a mama adequadamente”, cita.

Outras soluções podem ser: amamentar com frequência em livre demanda; fazer massagens delicadas nas mamas para fluidificação do leite viscoso e ajudar no estímulo do reflexo de ejeção do leite; usar analgésicos sistêmicos/anti-inflamatórios; usar protetores de seios; usar sutiã com alças largas e firmes; usar compressas mornas para ajudar na liberação do leite; e usar compressas frias após ou nos intervalos das mamadas para diminuir o edema, a vascularização e a dor.

Uma situação comum a quem amamenta, também citada pela médica, são as fissuras mamarias. “Elas geralmente acontecem devido a pega incorreta do bebê e da não interrupção da sucção antes de retirá-lo do peito. Outra causa comum é o uso de produtos como óleos e cremes que tiram a proteção natural do mamilo”, comenta.

Para prevenir a situação, a doutora ressalta que é importante corrigir a pega da criança se estiver inadequada, interromper a sucção colocando o dedo mínimo no canto da boca do bebê para reduzir o vácuo antes de retirá-lo do peito, além de evitar usar produtos sem recomendação de especialistas. “Caso a situação aconteça, o uso do próprio leite materno seria indicado para aliviar o quadro. Além disso, pode-se iniciar a mamada pela mama menos afetada, ordenhar um pouco de leite antes da amamentação para o bebê não precisar empenhar tanta força no mamilo, e o uso de protetores de seio para diminuir o contato do mamilo com as roupas”, destaca.

A terceira ocorrência frequente, é a temida mastite, que é uma inflamação em uma região da mama devido a retenção láctea, condição na qual a mulher lactante não consegue esvaziar completamente as mamas. “Na maioria dos casos acaba ocorrendo infecção bacteriana no local. Levando a paciente a apresentar dor, edema, vermelhidão e aumento de temperatura local, além de febre em alguns casos. O tratamento é feito com o uso de antibióticos, de forma precoce, para evitar a principal complicação que seria a formação de um abscesso mamário, o qual além de antibióticos necessitaria de drenagem, um pequeno procedimento cirúrgico para retirar a secreção purulenta do local”, frisa Luiza.

Mas embora as doenças possam trazer desconforto e preocupação às mães, a médica explica que não é necessário interromper a amamentação em nenhum dos três casos citados. “Nem mesmo as que necessitam de uso de antibióticos devem parar com o aleitamento. As infecções não passam para o bebê. Inclusive, manter a amamentação é importante para a resolução desses problemas”, completa.

Quando o assunto é prevenção, os pontos indicados para evitar o surgimento dessas doenças são:

  • Iniciar a amamentação o mais cedo possível;
  • Amamentar em livre demanda;
  • Amamentar com técnica correta;
  • Ordenhar a mama caso a criança não esteja conseguindo esvaziá-la;
  • Não utilizar produtos nas mamas sem orientação de algum especialista.

Palestra direcionada ao tema

A Secretária de Saúde organizou uma equipe que está levando o assunto para as mídias oficiais da prefeitura e também para os veículos de imprensa locais. Mas o ponto alto da campanha, está marcado para o dia 22 de agosto, onde uma palestra aberta ao público, abordará o tema de maneira abrangente.

“Pensamos em um curso que acolha a todas as mulheres que tem bebê em fase de amamentação, bem como as grávidas que já querem se preparar para esse momento tão especial. Vamos falar sobre a pega correta, dar dicas, falar sobre fases, cuidados, motivos e benefícios, entre tantos outros assuntos”, garante a enfermeira da Atenção Primária à Saúde, Beatriz Rossetti.

Outro tema que será explorado durante o mês de agosto, será a parte psicológica e clínica do processo de amamentação, inclusive sobre os casos de mães que não conseguem amamentar seus filhos. “Abordaremos também a parte farmacológica e nutricional. Quais medicamentos e alimentos podem ser consumidos ou devem ser evitados; quais chás são indicados ou proibidos durante a fase de amamentação”, completa a profissional.

Mais detalhes podem ser acompanhados nas redes sociais da prefeitura de Urussanga e Secretaria de Saúde.

Colaboração: Ana Paula Nesi / Assessoria de Imprensa