O sonho de ser jogador de futebol é alimentado, desde criança, nas mentes de muitos meninos do Brasil, porém não é mais objetivo do jovem Diego da Silva Rodrigues, morador de Criciúma/SC. Até chegar aos seus 13 anos de idade ele jogava em escolinhas de futebol pela região, mas a partir de setembro de 2017 os pensamentos modificaram. Diego segue atuando em gramados como árbitro. O jovem tem sido destaque nas mídias de Santa Catarina. A história dele foi contada pela reportagem Marconi.

Como ele não havia encontrado, em Santa Catarina, curso de arbitragem que aceitasse menores de 18 anos, surgiu o interesse na busca por escolas de arbitragem de base pelo Brasil. A sua curiosidade aguçou o interesse dele ao acessar e conhecer o site www.dbaf.com.br. Foi pelo site da Divisão de Base de Árbitro de Futebol que o garoto descobriu a sua paixão por outra maneira de viver do futebol. “Arbitragem para mim não é apenas uma válvula de escape por não conseguir ser jogador. É algo que estou fazendo porque eu amo. É uma escolha, é o que eu quero ser. Não faço por obrigação”, confessa ele.

“No começo foi um pouco difícil de receber o apoio 100% da família, mas quando verificaram que era o meu desejo todos começaram a dar créditos e me incentivam. Eu não cheguei até aqui sozinho, sei reconhecer quem tá me ajudando, isto inclui o professor Rildo Góis que tem me apoiado desde o início do meu interesse em conhecer a DBAF”, conta Rodrigues. Hoje Diego já atua como árbitro, em Urussanga, no Campeonato da Liga Urussanguense de Desporto (LUD). O objetivo do rapaz para o futuro é conquistar os escudos de árbitro da Confederação Brasileira de Futebol e, se possível, o escudo de árbitro da Fifa que é o órgão máximo de futebol mundial.

Sobre Rildo Góis

Rildo Góis, que é árbitro formado pela Federação Bahiana de Futebol, considera importante haver uma divisão de base para árbitros. “A DBAF é um projeto social pioneiro no futebol Brasileiro e que atende os jovens de 10 à 17 anos. Para ser árbitro no país era necessário ter 19 anos. Com a Divisão de Base os meninos com 12 ou 13 anos já podem apitar partidas de futebol. Nós trabalhamos nas categorias de base. Assim o aprendiz vai sendo orientado. Sabemos que a cultura do futebol é só fazer jogadores, mas este projeto da DBAF atrai vários garotos de Salvador e de todo o Brasil, como é o caso do Diego direcionando para outra maneira de viver nos gramados. Com o nosso trabalho percebemos que realmente há interesses para ser árbitro de futebol. Receber o Diego, de Santa Catarina, para fazer parte da DBAF nos deixa mais confiantes’, explica Góis.

A avaliação

O Diego teve um processo de avaliação para integrar a DBAF. Os pais precisaram assinar a liberação. O garoto seguiu as orientações para iniciar os treinos com a Divisão, em Salvador/BA. “A nossa ideia não é para somente formar árbitros, mas colaborar na formação do cidadão. Quando o adolescente se envolve no esporte ele adquire conhecimentos e precisa seguir regras, disciplinas. Não ensinamos apenas a parte prática do esporte, incentivamos a leitura, a interpretação de textos, a oratória, a ética, moral e cidadania. Ser árbitro é uma consequência”, comenta o instrutor.

“É importante o acompanhamento da LUD, em Urussanga. A parte prática será muito boa para o Diego. Ele vai vivenciar o meio, os períodos. O contato com a LUD é para tentar ajudar na inserção da metodologia de ensino para o Diego. O mais importante para ele, agora, é ser um bom aluno na escola normal. Buscamos contribuir com a formação dele também junto a família”, divulga o idealizador do projeto.

Confira as entrevistas com o Diego e com o Rildo:

 

DBAF

A Divisão de Base de Árbitros de Futebol (DBAF) é uma instituição voluntária mantida pelo próprio Rildo Góis e com a colaboração de algumas pessoas que apostam na ideia. “Estamos na busca por mais colaboradores. Nosso intuito é ter um centro de treinamentos. Cremos que vai dar certo! Nós acreditamos neste projeto. Já são sete anos, mas mesmo sem patrocinadores fortes temos o apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Quando iniciamos foi difícil, as pessoas não acreditavam. Hoje já estamos recebendo o reconhecimento gradativo”, salienta Góis.

O aluno Diego e professor Rildo não se conhecem pessoalmente. A falta de apoio financeiro ainda é um empecilho para seguir com o projeto. São 150 jovens na inclusão social, 40 envolvidos no esporte futebol e arbitragem, 10 formados com carga horária da CBF. Temos 12 jovens na faculdade e três com nível superior. Todos saíram da DBAF.

Sobre o Diego e seu futuro nós notamos nele o comprometimento com as atividades que passamos para ele realizar. O comprometimento que ele tem com os treinos é um ponto positivo. Ele já mostrou que tem um futuro promissor, através do que estamos ensinando. Neste momento é necessário trabalhar a mentalidade, pois talento ele tem.

Sobre Arbitragem

“Ser árbitro é ter uma vida normal. É necessário dedicação aos estudos. Trabalhamos os quatro pilares de estudos: técnico, psicológico, social e técnico. É preciso ter ética, pois estamos sempre sendo observados pelos nossos familiares e sociedade. São inúmeras responsabilidades diferentes. Ser árbitro é ser nobre”, afirma Góis.

Formação de Árbitro

De acordo com o professor para ser árbitro nas esferas estaduais é exigido o segundo grau completo. Já pela CBF a pessoa deve ter nível superior ou estar cursando o nível superior. E para atuar como árbitro pela Fifa é importante saber falar dois os três idiomas.

A DBAF pode ser encontra no site www.dbaf.com.br. É possível fazer contato pelo telefone 71 9 88 30 42 79.

Da Redação