Poda, tipo de substrato, adubação, quantidade de rega e sal. Essas simples técnicas podem proporcionar uma arte única: os bonsais. Da tradução “árvore plantada em bandeja”, os bonsais representam a beleza e carregam com si muita dedicação. Isso porque o seu desenvolvimento requer atenção. Alisson Rosso, natural de Urussanga, possui mais de 29 anos dedicados à arte. Destes anos, passou mais de oito na Alemanha aprendendo sobre a técnica do bonsai. “Isso me deu uma experiência fora do que é comum aqui no Brasil, porque a visão da arte, de tudo, é muito diferente. Isso me enriqueceu muito, tanto culturalmente, quanto dentro da arte”, ressalta.

Alisson explica que a técnica teve precursão na China, já que os bonsais são muito usados na composição das paisagens. Porém, o Japão foi o responsável por tornar a técnica como arte, sendo propagada oficialmente. O especialista destaca que qualquer planta pode ser transformada em um bonsai. Para isso, é necessário se dedicar às técnicas. Porém, as plantas com caule lenhoso costumam ser mais usadas para a prática. O assunto foi destaque em entrevista no programa Ponto de Encontro. Entenda mais na íntegra:

 

Alisson esclarece que o seu interesse pelos bonsais surgiu muito antes de ir morar na Alemanha. Ao se mudar, passou um ano sem se dedicar às técnicas, já que faltava espaço e tempo, além de que não sabia se comunicar direito no alemão. Foi através de grupos no Facebook que o interesse ressurgiu. A partir daí, segundo Alisson, uma das administradoras do grupo “adotou ele”. Através de um convite, Alisson pode participar de um evento de bonsais, onde sua colega o apresentou para outros que também se dedicavam à arte. “O pessoal começou a me chamar, me integrar cada vez mais, até que no final eu saí de lá e já estava dando aula de bonsai”, afirma.

Confira a entrevista realizada também em vídeo:

Rosso comenta que a técnica do bonsai consiste em controlar o crescimento da planta. Através de certos cuidados, é possível fazer com que a planta cresça no próprio vaso. “Algumas raízes a gente poda para estimular o aparecimento de outras, não é para deixar ela sem, porque as raízes que alimentam de verdade a planta, que conseguem fazer a parte de captação de nutrientes, são as chamadas raízes capilares, que são as raízes bem fininhas, jovens. Elas têm um ciclo de vida útil de seis meses a um ano. Então, como ali o espaço é limitado por conta do vaso, a gente precisa, dependendo da espécie, pelo menos uma vez por ano tirar ela desse substrato, fazer algumas podas, para a gente estimular o aparecimento de novas raízes capilares”, explica Alisson. Tudo isso permite que o bonsai tenha uma grande quantidade de raízes em um espaço pequeno.

Saiba mais sobre os trabalhos de Alisson:

Texto: Karine Possamai Della