Com a chegada do verão e o aumento da temperatura, o ambiente se torna propício para a atividade de animais peçonhentos, ou seja, animais que injetam veneno quando atacam, como serpentes, que dependem da temperatura do ambiente para regular a temperatura do corpo e reprodução. Esses animais incluem cobras, aranhas, escorpiões, águas-vivas, entre outros. Neste período, os acidentes rurais e urbanos envolvendo esses animais aumentam consideravelmente, e por isso a Rádio Marconi convidou para uma entrevista o vice-diretor da regional Sul da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), doutor Leonardo Lanzarin, para falar sobre prevenção e cuidados, principalmente para evitar acidentes por picadas.
O médico ressalta que cada tipo de animal peçonhento pode apresentar sintomas diferentes, mas na maioria dos casos de mordidas, ocorre uma dor intensa no momento do ataque. No entanto, a picada da aranha marrom é exceção, pois não causa desconforto imediato; porém, após algumas horas, podem surgir sintomas que, se não tratados, podem resultar em necrose, podendo levar à necessidade de amputação. O médico explica que, como primeiros socorros, é necessário procurar identificar o animal que injetou o veneno e cuidar do ferimento, lavando com água e sabão para eliminar possíveis bactérias, e realizando um curativo limpo e protegido. Lanzarin alerta que é fundamental evitar práticas populares, como sugar o veneno do local, aplicar pó de café ou outros produtos químicos, e não fazer torniquetes. Após esses procedimentos, o ideal é buscar atendimento médico o mais rápido possível, pois há uma correlação entre o atraso na busca por cuidados adequados e a necessidade de amputações.
O especialista da SBCM compartilhou dicas sobre cuidados essenciais para lidar com animais peçonhentos neste verão. Confira os detalhes na entrevista realizada no programa Ponto de Encontro:
Em relação à gravidade, Lanzarin afirma que picadas de cobra são sempre graves, sendo necessária a urgência na busca de um atendimento médico. No caso das picadas de aranha, se for uma armadeira, a pessoa afetada sentirá uma dor muito forte. Se houver redução da dor, pode haver um período de espera. Sendo uma aranha marrom, também é necessário buscar atendimento médico para acompanhamento. Lá serão feitos todos os procedimentos necessários, sendo eles, o uso de soros, corticoides, entre outros.
Doutor Leonardo alerta que para prevenção, é necessário, quando forem feitas trilhas em matas, utilizar sapatos fechados e altos, principalmente para evitar cobras, escorpiões e aranhas-armadeiras. Já para evitar a aranha marrom, é necessário manter uma boa higienização domiciliar, procurando os possíveis esconderijos da aranha, como sapatos, buracos na parede, frestas, roupas de cama, atrás de móveis e quadros. O especialista também recomenda que, ao viajar para um local desconhecido, sempre verifique o ambiente e procure os possíveis focos da aranha. Por fim, reforça a importância de buscar pronto atendimento em caso de acidente com animais peçonhentos e manter a calma, o que é fundamental.
