A desistência e a não atualização do cadastro de pacientes na fila de espera para as cirurgias eletivas dificulta o chamamento das pessoas. A secretária de Saúde de Urussanga, Robertina Goulart Nunes, explicou que o processo para a realização das cirurgias é feito por um sistema on-line do Sistema de Regulação (SISR). A dificuldade é que alguns pacientes são chamados, porém o cadastro com o contato está desatualizado, impossibilitando que a equipe consiga falar com a pessoa sobre a cirurgia. Robertina também afirmou que há casos onde o paciente já realizou a cirurgia no sistema particular ou desistiu do procedimento e não avisou a secretaria sobre isso.

No entanto, o sistema trava e não se pode chamar outras pessoas que estão na fila enquanto não houver a baixa no processo do paciente que não deu resposta ou desistiu. Por isso que é necessário que a pessoa assine a desistência ou atualize o seu cadastro para que não haja problema. “A gente tenta entrar em contato com a agente comunitária para encontrar esse paciente, nós ligamos, nós mandamos WhatsApp. A gente usa todos os meios para chamar esse paciente e esse paciente não colabora, ele não vem e aí nós não podemos chamar outro para cirurgia. E aí não podemos perder todo esse tempo para ir atrás enquanto tem outros esperando”, explicou Robertina.

A administradora do Hospital Nossa Senhora da Conceição em Urussanga, Andrea Miranda, afirmou que há 198 pessoas na fila para realizarem cirurgias de bucomaxilo, geral e ortopedia de média complexidade. Deste número, 13 pessoas já haviam desistido, seja porque fizeram no particular ou porque vieram a óbito. Porém, essas pessoas não assinaram o termo de desistência ou a família não comunicou a Secretaria de Saúde. “A gente pede, encarecidamente, a toda população, principalmente aqui em Urussanga e região, que esses pacientes que têm cirurgia agendada nessas três especialidades, que entre em contato com a secretaria ou que entre em contato com o próprio hospital para verificar se o seu nome já está, porque às vezes a gente não está conseguindo entrar em contato com ele para avisar”, frisou.

Além disso, há também casos de pessoas que são chamadas para fazer a cirurgia e informam que possuem outro compromisso no dia. “Infelizmente nem o hospital e nem a Secretaria de Saúde tem como remanejar esses pacientes. Nós estamos solicitando ao Ministério Público para que ele entre em contato com o paciente, porque ele vai perder a vaga”, ressalta Andrea. “Então, uma festa de carnaval, uma festa de casamento para quem está esperando há três, cinco anos na fila por uma cirurgia, chegou o momento. Deixe a festinha de lado nesse momento e vamos fazer a cirurgia”, completou. Saiba mais sobre o assunto na entrevista completa com Robertina e Andrea para o programa Comando Marconi:

 

Robertina ainda frisou que não é o município que escolhe a ordem de quais pacientes farão a cirurgia primeiro. O sistema é analisado por uma equipe médica que avalia qual especialista o paciente deve ir e, dependendo da gravidade e urgência do atendimento, pode ser com que determinada pessoa seja prioritária no atendimento do que outra pessoa que está há mais tempo. A secretária reafirmou que é o SISREG que avalia e decide isso. Robertina e Andrea frisaram para que as pessoas que estão na fila de espera ou que desistiram liguem para o hospital ou a secretaria e se informem sobre a situação.

Cirurgias eletivas volta a pauta em reunião com os hospitais

Ficou decidido que as cirurgias eletivas devem ser feitas até o final de abril. A pauta foi debatida em reunião com a Comissão Intergestores Regional da Região Carbonífera (CIR-Carbonífera) e a equipe técnica da Central de Regulação de Internação Hospitalar com os diretores e representantes dos Hospitais da região. As cirurgias de alta complexidade são realizadas no Hospital São José, de Criciúma. As demais serão realizadas nos outros hospitais da região e ainda em algumas situações em hospitais da macrorregião, como é o caso do hospital de Urussanga que faz procedimentos de média complexidade nas áreas geral, bucomaxilo e ortopedia.