O prefeito afastado de Urussanga, Luiz Gustavo Cancellier (PP), afirmou em entrevista exclusiva à Rádio Marconi, que a Polícia Federal cometeu equívocos e que as denúncias que geraram a Operação Benedetta foram por questões políticas. O chefe do executivo está afastado da prefeitura desde 20 de maio deste ano, quando a PF desencadeou a operação. Na manhã de hoje (29), Cancellier concedeu a primeira entrevista após o início das investigações que desencadearam o seu afastamento. O prefeito frisou que não havia se manifestado anteriormente por conta da sua defesa, já que se pronunciar antes do relatório final ser concluído poderia atrapalhar as investigações.

Durante a entrevista ao Comando Marconi, Cancellier disse que as denúncias iniciaram em setembro de 2020, ou seja, no período pré-eleição. “Após as eleições, teve mais denunciantes indo até a Polícia Federal, então isso fica claro que tinha sido uma ação política na época. E após a derrota, ou seja, após a nossa vitória nas eleições, o pessoal continuou indo fazer denúncia porque daí precisava, realmente, tentar nos derrubar, como diz um e outro, no tapetão, porque nas eleições e no voto não conseguiram nos derrubar”, afirmou.

Além disso, o prefeito ressaltou que possui acesso ao indiciamento da PF e que, por isso, ele e sua defesa, consideram que há equívocos nas investigações. Cancellier inclusive acrescentou o exemplo já apresentado pelo advogado Marcos Fey Probst (saiba aqui), sobre um vídeo que foi compartilhado nas redes sociais no ano passado. No vídeo, Cancellier aparecia saindo de seu apartamento junto com duas pessoas. Segundo o prefeito, a Polícia Federal usou este fato como sendo queima de arquivo. Cancellier justificou dizendo que estava saindo para se reunir com a deputada federal Geovania de Sá para discutir possíveis coligações. Este exemplo citado pelo prefeito é um dos casos considerados como equívocos.

O prefeito afirmou que não existem as planilhas do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento) e que eram apenas para controle interno que os funcionários possuíam acesso. Estes documentos foram solicitados por alguns parlamentares desde o ano passado. Segundo Cancellier, as planilhas oficiais do financiamento são as que a prefeitura encaminhou à Caixa Econômica Federal, e que a Polícia Federal teve acesso a todas essas informações durante as investigações. Parte do trecho do relatório foi publicado pela jornalista Karina Manarin, em uma delas a PF diz que o prefeito teria negado ou dificultado acesso a documentos públicos e controles das obras. Cancellier disse que este fato não ocorreu e que faz parte dos equívocos do órgão federal. “É uma situação muito difícil para  Polícia Federal, onde ela vai e escuta denunciantes, denunciante fala o que pensa e são obrigados depois a depurar o que é verdade e o que é mentira, e em vários momentos acontecem esses equívocos”.

Confira a entrevista completa exclusiva com Gustavo Cancellier para o programa Comando Marconi:

Parte 01

 

Parte 02

 

Parte 03

 

Sobre a instauração da Comissão Processante, Cancellier afirmou que se fosse aberta seria um golpe político no município. “Foi um momento de oportunismo político por parte de algumas pessoas da cidade, ou seja, aproveitaram um momento de fraqueza do prefeito Gustavo”, comentou. Segundo Cancellier, a protocolação do pedido de cassação do mandato foi feita e em menos de uma semana já houve a emenda para que fosse votada a abertura na Câmara. “Essa comissão que estava sendo feita pelos dois denunciantes que pediram era um verdadeiro golpe político de Urussanga, era a entrega final de uma perseguição política que vem acontecendo no município de Urussanga há mais de um ano”, disse. “Se tivesse aberto a CPI eles iam me cassar, eles iam me tirar da prefeitura sem eu ter direito de defesa, iriam tirar a vontade popular”, completou.

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