Seja a vida religiosa, um matrimônio ou um sacerdócio, todos esses três chamados são uma vocação. Agosto é conhecido por ser o mês das vocações, justamente para celebrar a importância delas. A vocação religiosa também pode estar ligada a uma outra profissão. É o caso da irmã Isaura Carlessi, que possui uma história de mais de 60 anos dedicados à vida religiosa e à saúde. “Eu tinha uma tia que era religiosa, mas eu era bem pequena. Quando ela passou na nossa casa eu achei bonito, achamos bonito, eu era pequena, tinha sete, oito anos, e depois aquilo foi ficando na minha mente”, relembra.

Isaura é natural de Garuva, que na época era distrito de Sombrio. Ainda criança foi morar no extremo oeste do estado, em São Lourenço do Oeste. “Eu tinha 22 anos quando fiz meus primeiros votos”, conta. Irmã Isaura explica que os processos para se tornar uma religiosa mudaram, sendo que antigamente eram mais simples. “Nós temos um chamado pré-postulando. Depois, temos um postulando, que vão aprendendo sobre vida religiosa e um pouco de catequese. Depois passa pelo noviciado, que é dois anos mais ou menos fechado, só estudando coisas nossas, e um chamado prático. Aí elas vão conforme a educação, se quer ser enfermeira, trabalhar na área”, esclarece. “Na minha época, mandavam aonde achava que era, onde precisava mais e lá a gente ia se habituando”, acrescenta.

A religiosa atuou na área da enfermagem em diversos hospitais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Durante 50 anos, atuou como gerente de enfermagem nas instituições que passava. Atualmente, irmã Isaura atua no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Urussanga, desde 2018. “Hoje, eu estou mais na visita aos pacientes, vejo alguns, se precisa chamar o padre, a gente pergunta se a família quer. Então, a gente chama para dar a unção, às vezes uma benção, mais a parte da espiritualidade”, comenta.

Como forma de ressaltar o mês de agosto para a Igreja Católica e destacar importantes vocações, o programa Ponto de Encontro realizou uma entrevista especial com a irmã Isaura. Ouça mais sua história:

Parte 01

 

Parte 02

 

Sobre a vocação, a irmã ressalta que é preciso persistir no chamado e se aprofundar cada vez mais, se ligando com Deus. “É procurar auxílio. Hoje, tem tanta gente que pode ajudar, as casas de formação, hoje com os meios que nós temos não precisa nem ir lá, essa informação chega em casa”, afirma. “Tem que procurar auxílio para não ir naquela incerteza, vai hoje, volta amanhã”, completa. “Quem sente algo não deve se esquivar. Tem que fazer, mesmo que no começo seja difícil, para todo mundo é difícil, e aos poucos vai se habituando”, destaca. “Que as pessoas que sentem esse chamado que realmente vão sem medo”.