A hanseníase é uma doença transmitida por uma bactéria e que afeta a pele. De acordo com o coordenador do Departamento de Hanseníase e da campanha Janeiro Roxo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), doutor Egon Daxbacher, a doença causa falta de sensibilidade e pode gerar deficiências caso não tratada adequadamente. Segundo o especialista, o Brasil registra em média 20 mil casos por ano. A campanha Janeiro Roxo tem o objetivo de falar mais sobre a doença, que ainda possui preconceito e mitos. Para esclarecer mais sobre o tema, o programa Ponto de Encontro recebeu o doutor Egon para uma entrevista. Ouça:

 

A doença causa manchas claras na pele, porém, diferente de outros problemas, ela não arde, coça ou dói. Conforme o doutor, se não diagnosticada de forma rápida, a hanseníase pode evoluir para caroços, além de causar falta de sensibilidade. Além disso, a doença pode afetar os nervos, gerando uma deformidade, na qual a pessoa se queima e não sente, causando problemas nas mãos, pés e olhos.

Conforme Egon, o diagnóstico é feito por um especialista, preferencialmente um dermatologista. “Ele pode ser feito clinicamente, examinando e analisando a sensibilidade do local, reconhecendo e afastando, visualmente, também outras doenças; assim, conseguimos fazer o diagnóstico”, explica. O doutor ainda complementa que não é possível diagnosticar a doença através de exames de sangue.

As formas mais leves da hanseníase, que são aquelas com até cinco manchas na pele, são tradas em seis meses. Já as que possuem mais manchas podem ter até um ano de tratamento. Os medicamentos são disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS). “Como é uma bactéria que causa isso, a cura é completa, o que significa que você erradica o agente causador. Agora, se você demorar muito a conseguir chegar ao diagnóstico, a pessoa continua com alguma deficiência, alguma sequela, e aí ela pode precisar de outros tratamentos, de outros cuidados, até mesmo para o resto da vida. Mas a doença já vai estar curada e tratada”, destaca.

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