Apesar de ser um problema global, as ações de prevenção a desastres climáticos devem ser discutidas localmente. Para especialistas, todos os municípios devem ter consciência disso. André Luiz Cotting, planejador territorial e pós-graduando em Desastres pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com bolsa de apoio da Fapesp, destaca que a temperatura do mundo está aumentando e as consequências disso se tornarão mais comuns. Prova disso é o recente desastre no Rio Grande do Sul, que teve diversas cidades atingidas pelas enchentes. “É importante, principalmente nesse período eleitoral, que tanto o Executivo como o Legislativo, e as pessoas que vão se candidatar a um ou a outro, apresentem propostas concretas para proteger vidas em última instância, para que os efeitos dos eventos extremos sejam evitados completamente, ou pelo menos amenizados”, afirma.
O assunto foi abordado com mais detalhes em entrevista com André no programa Ponto de Encontro. Entenda:
André em seu artigo da Agência Bori, junto com o sociólogo Victor Marchezini, destaca que menos de 15% dos municípios brasileiros têm planos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. “As enchentes que estão atingindo as cidades gaúchas de forma desproporcional agora em maio mostram a necessidade de incluir a gestão de riscos de desastres nos programas de governo para prefeito(a) e nos planos de legislatura para vereador(a) nos municípios brasileiros”, destaca o artigo de opinião. “O governo municipal tem uma série de responsabilidades nesse tema, conforme a Lei 12.608/2012, como garantir o pleno funcionamento das defesas civis municipais, que devem atuar em contextos de desastre, fazer o mapeamento das áreas de risco de inundação e deslizamentos para implantar medidas estruturais, como muros de contenção de encostas, e não estruturais, como sistemas de alerta e realizar o zoneamento municipal, que prevê melhorias na infraestrutura urbanas para as áreas de risco, como a drenagem da água das chuvas. Também cabe ao poder público municipal definir onde podem ser construídas moradias para pessoas desabrigadas por desastres”, acrescenta o artigo.