A recente retomada da gastronomia catarinense será lenta e estima-se que deverá levar entre dois e cinco anos para que o setor recupere os prejuízos causados pela pandemia. A informação é de acordo com a pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em Santa Catarina. Conforme a pesquisa, houve crescimento das empresas endividadas – em 2020 eram 41,4% e em 2022 o número subiu para os alarmantes 67,5%. “É uma situação extremamente crítica, agravada pelos sucessivos aumentos da taxa de Selic, colocando em risco a sobrevivência de muitas destas empresas”, ressalta Raphael Dabdab, presidente da entidade, frisando que 17,9% dos empresários não estão conseguindo pagar todas as obrigações em dia, sob o iminente risco de fecharem em curto prazo.

“Ao mesmo tempo em que a gente tem uma certa ocupação das casas, os estabelecimentos não conseguiram repassara todos os reajustes que tiveram e hoje a gente, basicamente, tem uma operação no zero a zero quem não está no prejuízo”, afirma o representante da Abrasel no Sul do estado, Joster Fávero. O representante também conta que existem alguns fatores que contribuem para que a recuperação dos prejuízos seja lenta. Dentre eles está a mudança de hábitos, onde o consumidor passou a optar por deliverys, e consequentemente ele passa a consumir menos em casa do que se ele estivesse no estabelecimento. “O segundo ponto é nunca, na história do segmento, se passou praticamente um ano sem trabalhar, e isso acarretou várias dívidas para ao setor”, completa. Além disso, o setor gastronômico não teve nenhum apoio financeiro do governo.

O segmento teve uma alta inflação, que corroeu a saúde financeira das empresas – os aumentos nas carnes beiraram os 40%, a energia elétrica os 25% e os aluguéis cerca de 18% – todos absorvidos significativamente pelos estabelecimentos, já que os consumidores também foram impactados pela inflação e tiveram grande perda de poder de compra. “Enquanto a inflação da alimentação fora do lar (restaurantes) foi em torno de 13% em 2021, na alimentação no lar (supermercados) o acréscimo foi de 21,39%”, esclarece Dabdab. De acordo com a consulta, 70,5% dos entrevistados ainda não conseguiram recuperar a rentabilidade desejada.

O programa Comando Marconi abordou mais sobre o assunto em entrevista com o representante Joster. Ouça na íntegra:

 

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