Os moradores de Cocal do Sul e Urussanga já o conhecem bastante, seja vendo ele pegar o ônibus para o Mampituba, nos trabalhos na Coopercocal, ou nos bailes da vida aonde canta. Francisco de Assis Domingos, o Chico massagista como é muito conhecido, possui uma história de superação de vida, positividade e alegria. Com quase 64 anos, que serão completados no fim de agosto, Chico ficou cego aos 25 anos de idade, após levar um tiro acidental. No ano passado, Chico venceu a Covid-19 depois de 73 dias de internação, lutando contra quatro infecções hospitalares, duas infecções urinárias e uma pneumonia. Hoje, Chico segue com a sua rotina de trabalhos, levando sua história de vida, bom humor e cantoria para várias pessoas.

Para enaltecer a sua trajetória e contar histórias que marcaram a sua vida, Chico participou de uma entrevista no programa Ponto de Encontro. Ouça na íntegra:

Parte 01

 

Parte 02

 

Natural de Santana, em Urussanga, Chico mora com sua esposa em Cocal do Sul, tem três filhos e uma neta. Além disso, é massoterapeuta, sendo que trabalha há 18 anos na Sociedade Recreativa Mampituba, em Criciúma, e há 17 anos na Cooperativa Energética Cocal do Sul (Coopercocal). Sobre o seu trabalho, Chico recorda que é muito reconhecido nos espaços do Mampituba. “As crianças passam e ‘mãe, mãe, aquele homem é o da tocha olímpica!’”, comenta Chico, que já teve a oportunidade de carregar a tocha olímpica, sendo pauta em uma publicação da revista do clube.

Sobre a história de como ficou cego, Chico ressalta que é algo que não gosta de comentar a fundo porque já faz muito tempo, mas que gosta de falar da vida após perder a visão. “Quando eu enxergava a minha vontade que eu tinha era de aprender a cantar e aprender a dançar, e aí eu aprendi depois de cego”, comenta. Chico relata ainda que conheceu o seu amigo Galvão, no qual formou uma dupla musical, em uma escola para cegos de Criciúma. “Ele pegou um violão que tinha lá e começou a tocar, ele começou a cantar Menino da Porteira, eu já comecei a cantar com ele”, relembra. “Não deu outra, formou a dupla Chico e Galvão”, completa.

Chico ainda conta sobre a sua superação da Covid-19, no qual ficou mais de 70 dias internado, sendo que em 60 foram em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Eu fiquei dormindo, quando eu voltei e acordei do nada, foi como se eu estivesse dormindo um sono de duas horas. Voltei e não sabia, até meu filho dizer”, recorda. Chico ainda disse que possui apenas uma lembrança dessa época. “Eu vi Jesus Cristo na cabeceira da minha cama com a mão na minha cabeça. Só essa lembrança que eu tenho, assim uma coisa que eu tenho certeza de que foi uma comoção de oração para me ajudar”, afirma. Chico frisa que tem essa certeza ao caminhar pelas ruas e as pessoas dizerem que rezaram por ele para ele sair da internação.

Francisco ainda ressalta a importância da sua esposa, a Beta, em sua vida. “Ela me ajudou demais, não me ajudou, me ajuda, ajuda mesmo, agora mais ainda. Ela foi fundamental, que ela ia todo dia lá no hospital e falava no meu ouvido que eu não morresse porque ela me amava. E o meu filho Adriano, minha filha Gisele e o meu filho Rique também”, ressalta. Chico completa sobre o apoio do seu irmão Orlando, que também o ajudou muito enquanto esteve no hospital.

Filme conta a história de vida de Chico

Francisco de Assis – Uma Lição de Vida conta a trajetória de vida protagonizada por Francisco de Assis Domingos, que fica cego aos 25 anos, ao levar um tiro acidentalmente disparado por um amigo. Francisco aprende a lidar com a deficiência visual e, diferentemente de outras pessoas, cegas ou não, dá a volta por cima de uma maneira formidável e inesperada. O filme é dirigido pelo cineasta Yves Goulart e foi produzido em 2015. Confira sobre a sua história no trailer abaixo:

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