O infarto é caracterizado pela morte das células de uma região do músculo do coração por causa da formação de um coágulo que acaba interrompendo o fluxo de sangue. A cardiologista Fernanda Tavares explica que esse músculo recebe oxigênio e nutrientes através dos vasos e artérias. “As artérias que se tem no coração são chamadas de artérias coronárias”, comenta. Conforme a doutora, o infarto acaba obstruindo essas coronárias, gerando falta de oxigênio e fazendo com que esse músculo morra. Fernanda ainda esclarece que o principal mecanismo do infarto é a aterosclerose, que é a doença que causa a formação de placas de gordura no interior dos vasos do coração.

Quando placas de gordura são formadas nos vasos há a chance, de em algum momento acontecer, a ruptura dessas placas. “Quando ela rompe é que se aglomeram os coágulos de sangue, então esse é o evento do infarto, uma interrupção abrupta da passagem de sangue”, ressalta. Fernanda esclarece que fatores de risco como hipertensão, colesterol, diabetes, obesidade, sedentarismo e tabagismo podem contribuir para a maior chance do paciente desenvolver o problema. A doutora ainda explica que os fatores de risco são os conhecidos fatores modificáveis, ou seja, mudanças de hábitos de vida, como alimentação e prática de atividades físicas, podem ajudar a evitar o problema, diferente do fator genético.

No fator genético, o paciente possui chance de ter um infarto por causa do histórico familiar. “A genética é um fator de risco não modificável, ou seja, a gente não consegue alterar, pelo menos ainda não, a genética, a herança herdada de cada paciente. Então se você, por exemplo, se o seu pai, sua mãe e/ou seus irmãos tiveram um infarto um pouco mais jovem, principalmente antes dos 55 anos, a gente diz que a sua chance de ter um evento é maior, por conta dessa carga genética, e aí está a importância que a gente tem que ter”, reforça.

A doutora Fernanda participou de entrevista no programa Ponto de Encontro e explicou mais sobre o problema. Entenda na íntegra:

Parte 01

 

Parte 02

 

A cardiologista ainda frisa que pacientes que possuem estresse crônico também podem ter maior pré-disposição a ter um infarto. “O estresse crônico são aquelas pessoas que vivem mais comumente estressadas ao longo de vários períodos”, explica. Tanto o crônico como o estresse agudo, que é aquele comum do cotidiano, liberam hormônios na corrente sanguínea, aumentando a pressão. “Alguns desses hormônios também estão associados a possível inflamação das artérias do coração, que associados a outros fatores de risco, então, ele pode sim ter mais chances de enfartar”, comenta. Fernanda ainda lembra que pacientes mais estressados, geralmente, possuem uma rotina mais conturbada, com alimentação ruim, falta de atividade física e poucas horas de sono.

Para o diagnóstico, a dor é um sinal, além de um exame de eletrocardiograma. “A dor pode ser quando a gente tem uma obstrução no coração, uma plaquinha de gordura que está obstruindo a passagem do sangue, está dando um aviso quando a gente vai fazer um esforço, vai fazer alguma atividade que requer mais do coração, o paciente sente dor”, afirma. Fernanda explica que essa dor no coração é conhecida como angina. A cardiologista ressalta que é necessário procurar uma consulta com um profissional da área para fazer os exames necessários e buscar o tratamento adequado.