Vereadores de Urussanga da base governista usaram a tribuna para celebrar o resultado da Festa do Vinho, realizada na semana anterior, enquanto os de oposição criticaram declarações do prefeito de Urussanga a uma emissora de rádio durante o evento, na qual fez acusações ao Legislativo e à imprensa local. Os debates em torno desses temas pautaram o uso da tribuna na reunião ordinária desta terça-feira, dia 15.

José Carlos José, o Zé Bis (PP), parabenizou o prefeito Gustavo Cancellier (PP), a organização da 21ª edição da Festa do Vinho, as entidades e todas as pessoas que se envolveram voluntariamente.

Zé Bis elogiou particularmente o fato de que todas as pessoas tiveram igual oportunidade de acompanhar o show de perto e a opção por não terceirizar a organização do evento. “A Festa do Vinho foi a festa do povão. Ingressos mais baratos significam mais dinheiro para gastar na festa com as entidades. Foi um planejamento que deu certo”, elogiou Zé Bis.

Ele citou “a alegria do povo de nossa Benedetta fazendo amizades, trocando ideias, batendo papo, reforçando e enriquecendo ainda mais os objetivos da Festa do Vinho” e as diversas atrações. “O vinho, misturado com a nossa gastronomia, nossos pratos tradicionais, ficará para sempre na memória das pessoas, sem contar os shows nacionais e regionais, enriquecendo ainda mais este grande evento”, mencionou.

Zé Bis valorizou os produtos que Urussanga oferece e que ficam em evidência a cada edição da Festa do Vinho. “Temos a produção do vinho tinto, branco, rosé, espumante, verde. Os derivados da uva têm muita riqueza e a cada dia se descobre mais produtos para oferecer. São produtos de excelência com enorme expressão econômica e social”, valorizou.

Bonettinho comemora sucesso da Festa do Vinho e projeta futuro

Odivaldo Bonetti, o Bonettinho (PP), celebrou o êxito da 21ª edição da Festa do Vinho, na qual atuou como presidente da Comissão Central Organizadora (CCO). Ele agradeceu a dedicação de todos os envolvidos.

“A festa, no geral, deu boa. A gente vê no contentamento das pessoas, no lucro das entidades. Ainda não temos os números, mas pelo que vimos num primeiro momento, informalmente, foi um sucesso”, avaliou. Nos próximos dias, uma prestação de contas será apresentada.

O parlamentar ressaltou ter ciência de que há sempre pontos a melhorar. “Eu me comprometi em fazer uma reunião de avaliação com as entidades e a ProGoethe, ver as experiências que deram certo, quais devem ser melhoradas, para deixar um legado a quem, futuramente, presidir a Comissão possa seguir melhorando a eficiência da Festa do Vinho como um todo”, afirmou.

Bonettinho também afirmou buscar uma solução para desonerar as entidades de Urussanga que prestam serviços os eventos da cidade. “A sugestão deste vereador é no sentido de elaborar uma lei neste Legislativo para isentar a cobrança dos valores das entidades filantrópicas do nosso município na Festa do Vinho e Ritorno. São voluntários que se dedicam para trabalhar de graça pelo nosso município. Vamos reunir todos os vereadores, conversar e avaliar se isso mesmo é o ideal”, afirmou. “A festa é do povo urussanguense”, finalizou.

Bonettinho também agradeceu a Eflul por levar rede trifásica na Vila Belmonte.

Nel defende Legislativo e imprensa ante falas de prefeito

O vereador Daniel Moraes, o Nel (PSD), cobrou do prefeito de Urussanga uma retratação do prefeito no que diz respeito às falas concedidas em entrevista, em que diz que a imprensa local estaria sendo comprada por um grupo criminoso.

“Como presidente do Poder Legislativo de Urussanga, eu me solidarizo com os profissionais e veículos de comunicação que foram atacados de forma genérica e leviana. Todos sabemos da importância do trabalho da imprensa profissional como pilar do exercício da cidadania”, ponderou.

O parlamentar também rebateu acusações do prefeito de que haveria uma suposta organização criminosa na Câmara de Vereadores. “Quem está com processo e é réu na Justiça Federal é o senhor Luis Gustavo Cancellier, o prefeito. Eu não gostaria de estar aqui rebatendo, porque é chato, mas a gente não pode se calar. Em vez de o prefeito dar entrevista enaltecendo a Festa, fala bobagem e fala do que ele é”, afirmou.

O vereador frisou que o Legislativo nunca deixou de votar projetos importantes para Urussanga por razões meramente políticas. “Esta Casa vota, aprova regime de urgência, aprova, sempre com idoneidade, todos os projetos que são de valia para Urussanga”, pontuou.

Daniel Moraes ainda cobrou pressa na adoção de medidas para melhorar a segurança das escolas. Ele lembrou que, quando ocorreu a tragédia em Blumenau, em março, procurou o prefeito, que o convidou a gravar um vídeo para as redes sociais e se comprometendo a melhorar a segurança das escolas, mas até o momento não houve avanços. “Somos verdadeiros palhaços”, afirmou.

O vereador ainda destacou que um gestor municipal não pode se pautar por divisões partidárias e que deve governar para todo o município. “Um administrador público que não faz asfalto na frente de um estabelecimento só porque é de outro partido é um canalha que não merece estar onde está”, disse Nel.

O parlamentar voltou a cobrar celeridade no andamento das obras municipais, a maioria delas, segundo Nel, iniciadas no período em que Jair Nandi (PSD) esteve à frente da Prefeitura.

Nel informou, ainda, que cumpre agenda nesta semana em Florianópolis, com a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, a fim de buscar recursos para o Hospital Nossa Senhora da Conceição e destravar liberações de recursos. O vice-prefeito Nandi e o deputado estadual Julio Garcia também estarão na reunião.

Datcho critica cobranças feitas a entidades na Festa do Vinho

Ademir Bonomi, o Datcho (MDB), expôs os valores cobrados pelas entidades na Festa do Vinho, e criticou o fato de elas não terem isenção.

“Trabalhei como voluntário para o hospital, sei o quanto é difícil arrecadar esses valores. Não deveria ser cobrado nada das entidades nas festas. Hoje, praticamente um dia do resultado de trabalho voluntário fica para a Prefeitura”, afirmou.

O vereador exibiu publicação no Diário Oficial que mostra os valores cobrados pels entidades Amodamas (R$ 9 mil), APAE (R$ 8 mil), Auras (R$ 3 mil), Associaçao Bellunesi (R$ 3 mil), CASBEC (R$ 6,5 mil), Clube dos 13 (R$ 10 mil), Friulanos (R$ 8 mil), Lions (R$ 8 mil), Paraíso da Criança (R$ 11 mil), Rotary Clube (R$ 8 mil), Associação ProGoethe (R$ 15 mil), Coral Santa Cecília (R$ 3 mil), Hospital Nossa Senhora da Conceição (R$ 4 mil) e Rádio Fundação Marconi (R$ 10 mil).

“Ano passado, a gente cobrou muito nesta Casa sobre os valores dos ingressos, o fim dos camarotes e a acessibilidade do Parque. Neste ano foi feito, parabéns ao Bonettinho, parabéns à CCO. Mas, se baixou o preço dos ingressos, aumentou para as entidades”, ponderou. Na avaliação de Datcho, a cobrança só deveria ser aplicada a entidades e empresas de fora de Urussanga.

O vereador também criticou declarações recentes do prefeito, em que faz acusações a vereadores e servidores do Legislativo. “Ele está em outro patamar, o patamar da Polícia Federal. Nós colocamos a cabeça no travesseiro e dormimos tranquilos, ele não”, concluiu.

Luan defende imprensa e profissionais da comunicação

Luan Varnier (MDB) apresentou uma Moção de Apoio à imprensa urussanguense, após fala do prefeito de Urussanga em entrevista na última semana em que disse que um grupo criminoso estaria comprando a imprensa para manipular a opinião pública. A Moção deve ser votada na reunião do dia 22 de agosto.

“Quando eu nasci, o Panorama já existia. O Vanguarda está aí também há décadas. O Blog do Paulo Matias está há oito anos. A rádio Marconi, do nosso padre Agenor, está com 72 anos e uma história muito bonita. Quando o prefeito, sem credibilidade e sem moral, diz que uma organização criminosa compra a imprensa em Urussanga, falta com respeito, como também não respeita a população”, avalia Luan.

O parlamentar afirmou que o trabalho da imprensa deve seguir independente. “Eu considero o trabalho da imprensa muito importante, porque deixa os cidadãos informados sobre o que acontece. O que o prefeito quer é uma imprensa tendenciosa, mas isso não vai acontecer, porque temos jornalistas com história, com trabalho prestado”, observou.

Luan criticou o tratamento dispensado à Rádio Marconi durante a Festa do Vinho. “É desrespeitoso notificar a Marconi com pedido extrajudicial para que saia do Parque Municipal. Antes mesmo da festa iniciar a Marconi já fazia um trabalho de divulgação, como faz o Panorama, como faz o Vanguarda, como faz o Blog do Paulo Matias. A imprensa tem que estar junto e esta Casa tem, sim, que fazer Moção de Repúdio”, afirmou.

“O que me deixa mais triste é que o prefeito poderia fazer um trabalho diferente na cidade, poderia pavimentar, dar saúde de qualidade, dar educação, poderia fazer muita coisa boa. Deveria usar seu tempo para melhorar a vida das pessoas, não para atingir a imprensa”, disse Luan. “E vem dizer que esta Casa é uma organização criminosa. Eu não sou réu em Polícia Federal. Ele, sim, faz parte de uma quadrilha, e quem diz é a desembargadora”, continuou.

Tidinho rebate declarações de prefeito

Erotides Borges Filho, o Tidinho (PDT), considerou que a entrevista do prefeito de Urussanga ao jornalista Denis Luciano, concedida no último dia 11 de agosto, poderia ser intitulada “acuse do que você faz, chame do que você é”.

O parlamentar rebateu ponto a ponto o que chamou de “narrativas” apresentadas pelo prefeito na entrevista. A primeira fala a ser rechaçada foi a de que uma organização criminosa estaria agindo no Legislativo municipal.

“Organização criminosa tem é na prefeitura. Segundo os desembargadores, o líder é ele (prefeito), junto com o irmão e mais funcionários, com o intuito de saquear os cofres do município”.

Tidinho também ironizou a fala de que os vereadores estariam “orquestrando” a cassação do mandato, o que estaria registrado em um computador da prefeitura apreendido em operação policial. “A prerrogativa de cassar prefeito e vereadores é dos vereadores. E, pelo número de operações que teve, nem sei se sobrou computador na Prefeitura”, afirmou.

Ele também mostrou uma entrevista do prefeito à rádio Marconi acerca das acusações este que enfrenta na Justiça, o que contraria a alegação do gestor municipal de que não foi ouvido pelos veículos de comunicação.

Tidinho ainda criticou a fala do prefeito de que a Polícia Federal tenha sido induzida ao erro, quando, na avaliação do vereador, esta é a instituição de maior credibilidade no país. “A estrada tinha mais de 100 anos. Nem havia necessidade de trator esteira, e foram pagas 400 horas. Mil horas de caminhão-pipa para molhar 700 metros de estrada”, relatou.

Tidinho lembrou de quando o governo tinha maioria na Câmara, mostrou um vídeo que, segundo ele, mostra a comemoração na casa do prefeito após a rejeição da criação de uma comissão para investigá-lo.

“Ele poderia falar de um vereador do MDB votou a favor do empréstimo de R$ 14 milhões e foi beneficiado posteriormente com um cargo de secretário do Samae. Logo após o voto ele fez muitas visitas ao seu irmão em Cocal. Ia fazer o quê? Buscar o dízimo?”, questionou.

“Não tenho corrupto de estimação. Me oponho a tudo o que não é correto. Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única”, finalizou o vereador.

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Colaboração: Renan Medeiros Amâncio / Assessoria de Imprensa