Por influências familiares, Ronaldo Rayol ainda na adolescência começou a se interessar pela música. Violinista, arranjador e diretor musical, Ronaldo observava a sua família e amigos irem em sua casa para se reunir e ensaiar. Foi a partir daí que os seus irmãos, Agnaldo e Reynaldo Rayol, referências da Jovem Guarda, ensinaram alguns acordes no violão. Em entrevista ao Ponto de Encontro, Ronaldo contou que, após isso, começou a aprender mais sobre os instrumentos sozinho, já que é autodidata.

Um dos fatores que também o ajudou em seus estudos foi o método Paulinho Nogueira, que era vendido em bancas de jornais. Foi assim que, aos poucos, Ronaldo já estava tocando em festas, participando também junto com o seu irmão Agnaldo. “Aí descobri que eu tinha o dom, eu falei ‘poxa, eu tenho o dom também dessa coisa de cantar’, mas eu escolhi tocar”, relembrou. “Quando eu tinha uns 15, 16 anos, que eu já tocava um pouco, ele (Agnaldo) me chamou para tocar com ele. Então eu comecei a minha carreira de tocar com os artistas e tal”, completou. Além dos irmãos, o pai da família era da Marinha, no qual atuava também como músico.

Nascido em Rio Grande do Norte, Ronaldo possui experiência na área da produção musical com diversos trabalhos lançados. Rayol destacou que o seu estilo está mais voltado a música popular. O programa Ponto de Encontro abordou sobre a sua carreira, a análise das atuais produções musicais comparadas a de anos atrás e outros detalhes em entrevista com Ronaldo. Ouça na íntegra e saiba mais:

 

Sobre as atuais produções, Ronaldo avaliou que a digitalização e a evolução da tecnologia mudou muito a forma de compor e produzir. “Numa época atrás, sei lá, uns 40 anos atrás, 30 anos atrás, não era digitalização, era uma coisa de fita mesmo, feita de duas polegadas, grossa e tal, e depois cortava mesmo com uma gillette, com fita cassete, essas coisas, e depois foi se aperfeiçoando de uma maneira, e foi muito rápido”, comentou.

Além das produções, a música brasileira também foi mudando com o passar do tempo. “Na verdade, eu acho que o grande processo de criação da música popular brasileira foi na década de 60. Porque ali existiam os grandes festivais, da Record, onde surgiram os grandes nomes que até hoje estão aí”, ressaltou. “Eu acho que ali existia uma cumplicidade, uma coisa muito forte de criação de músicas, né, de composição. Uma coisa mais assim integrada”, completou.

Não só a música brasileira, como a música em todo o mundo se diferencia das de anos atrás. “É uma música que eu tento compreender, porque ela é bem diferente da música que se fazia lá atrás. Ela tem poucos elementos, assim dissonantes, acordes, essas coisas com a letra. A música e a harmonia é mais reduzida. Então, antigamente, tinha mais elementos para a música ficar maior”, avaliou o produtor musical.

Para o próximo ano, Ronaldo está desenvolvendo um novo projeto junto com a cantora Vânia Bastos e o pianista Fábio Caramuru, que contará com diversas participações de outros artistas. Confira uma das colaborações de Ronaldo e Vânia: