Uma vida agitada, cheia de responsabilidades e com a correria para se conquistar os sonhos e adquirir bens. É assim que a grande parte da população vive todos os dias. Centenas de detalhes do cotidiano passam despercebidos, mas tudo muda ao se ter um diagnóstico de alguma doença. Para a jovem Natália Bettiol, de 25 anos, é esse o resumo. “Quando a doença chega, ela vem para desacelerar, para a gente pensar o que está fazendo, e faz a gente ver a vida com outros olhos”, fala.

Natália, moradora de Cocal do Sul há mais de dez anos, possui câncer de mama. Logo que recebeu o diagnóstico, Natália foi afastada do trabalho para realizar o tratamento. “É um rompimento de ciclos, de rotina, porque eu estava naquela aceleração, enfim, de todo dia, e parou para eu me dedicar totalmente a doença”, comenta. A suspeita do câncer surgiu após um auto exame. “Faço esse acompanhamento desde os 13 anos, porque na minha família são quatro gerações do câncer de mama. Minha bisavó, minha avó, minha mãe, minha irmã, e agora eu”, destaca.

No Dia Internacional da Mulher, lembrado na última quarta-feira, o programa Ponto de Encontro realizou uma entrevista especial com Natália, que contou sua história de vida e o tratamento contra o câncer de mama. Ouça na íntegra:

Parte 01

 

Parte 02

 

A jovem sentiu o nódulo no dia 6 de agosto. Em 14 de setembro, Natália já tinha o resultado dos exames e o encaminhamento para fazer a quimioterapia. Na semana passada, dia 2, a jovem realizou a sua última quimio, e agora aguarda para realizar a cirurgia. “Depois que eu passei dos 23 anos, eu pensei assim ‘ah, minha irmã teve com 23, então eu não vou ter’, mas não escapei”, relata. Durante o tratamento, Natália buscou fazer atividades que a distraíssem. “A gente acaba tendo muito tempo ocioso, então é buscar um curso, fazer uma caminhada, algo que me distraísse, que me fizesse aproveitar esse tempo que estou tendo comigo mesmo”, acrescenta.

A família e os amigos foram a principal rede de apoio para Natália. “O meu parceiro, o Bruno, e a minha mãe viveram fielmente a doença comigo, mas toda a minha família e muitos, muitos amigos. Eu recebo diariamente mensagens de preocupação, de carinho, de apoio”, ressalta. “Hoje eu sou muito mais apegada também às orações. Eu acredito que a minha doença moveu montanhas, durante todo o processo muitas pessoas entraram em contato e falaram ‘a gente está orando por ti'”, comenta também.

Ao descobrir o diagnóstico, Natália teve um importante apoio da sua mãe, que deu forças para continuar em frente. “Não deixar de viver”. “Ela teve câncer há 15 anos, então as incertezas da época fizeram ela ter muito mais medo, de não pode pegar frio, não pode sair muito no sol, não pode isso, não pode aquilo. Então ela se privou de muita coisa na época, e quando eu descobri, ela só me falou ‘filha, não deixa de viver’. Hoje, sempre que eu estou bem, eu aproveito o máximo para fazer as coisas que eu gosto, com as pessoas que eu gosto”, frisa Natália.