Uma entrevista coletiva para esclarecer mais detalhes sobre a Operação Hera, desencadeada pela Polícia Civil em Urussanga, foi realizada no início da tarde desta segunda-feira, dia 13. Os delegados da Comarca urussanguense, Ulisses Gabriel e Antônio Márcio Campos Neves, e o delegado regional da Amrec, Vitor Bianco Júnior, explicaram para a imprensa sobre a ação que visou a apuração de crimes possivelmente perpetrados no âmbito da Fundação Ambiental Municipal de Urussanga (Famu), especialmente os crimes de extravio ou sonegação de documento público, corrupção passiva, prevaricação, crimes ambientais e organização criminosa.

Dois servidores, da Secretaria da Educação e da Famu, foram presos temporariamente e foram encaminhados ao Presídio Santa Augusta, em Criciúma. Além disso, sete funcionários foram afastados, dentre eles, os vereadores Rozemar Sebastião (PDT), Odivaldo Bonetti (PP) e Fabiano De Bona (PSDB). Estes três vereadores ficarão afastados do cargo no período de 90 dias, podendo ser prorrogado o prazo conforme as investigações. O primeiro-secretário do Legislativo, vereador Elson Roberto Ramos (Beto Cabeludo), do MDB, será notificado ainda hoje para assumir a presidência da Câmara.

De acordo com Ulisses Gabriel, a Polícia Civil instaurou um inquérito policial para apurar as denúncias anônimas em julho deste ano. As denúncias envolviam a autorização por parte da Famu para a realização de empreendimentos que estavam em desacordo com a lei ambiental. Além disso, um ex-secretário de agricultura e atual vereador teria utilizado uma máquina pública para uma obra em um propriedade particular, no ano passado, onde teria acontecido uma situação envolvendo crime ambiental. Conforme Ulisses, a fiscalização da Famu teria notificado os envolvidos, no entanto, o procedimento administrativo teria desaparecido. “Se constatou também que determinadas autorizações para instalação de água e luz, que eram produzidas pela Famu, estariam em desacordo com a legislação ambiental”, completou o delegado.

Confira a entrevista coletiva completa a seguir:

 

Com a apuração das investigações, a Polícia Civil constatou uma séria de situações ilícitas dentro da Famu e que, outras pessoas também estariam envolvidas. “A partir de algumas conexões entre os investigados, nós começamos a ampliar o leque das investigações, passando para o setor de licitações da prefeitura municipal em razão da suspeita envolvendo alguns contratos que foram firmados”, comentou. Ao longo da investigação, foram identificados possíveis crimes de peculato, extravio ou sonegação de documento público, corrupção passiva, prevaricação, crimes ambientais, crimes licitatórios, advocacia administrativa e organização criminosa. O valor dos contratos é de aproximadamente R$ 1 milhão.

“A Câmara de Vereadores acaba sendo um meio necessário para aprovação de leis do Executivo. Então sempre se guarda a relação entre vereadores e Executivo, e há o possível indicativo de utilização de máquinas públicas em prol de determinados vereadores. O objetivo é nós apurarmos essa situação, por isso que na secretaria da agricultura nós realizamos apreensões de documentos referentes ao Porteira Aberta, que é um programa municipal onde o individuo paga determinado valor para que tenha uma prestação de serviço público, porém nós vamos verificar se em determinadas situações de fato ocorreram ou não ocorreram esse pagamento”, esclareceu Ulisses sobre a relação da Famu com os vereadores.

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