O sequestro da menina, de 11 anos, havia sido planejado pelo grupo criminoso. A vítima foi resgatada após quase 24 horas do sequestro, ocorrido no início da madrugada desta quarta-feira, dia 23, no bairro Pio Corrêa, em Criciúma. Ela foi liberada pelo grupo às margens de uma rodovia na região do município de Três Cachoeiras, no Rio Grande do Sul, após negociações com um advogado criminalista, conhecido da família da vítima. Ela não sofreu nenhum tipo de violência, apenas ferimentos nos pés e mãos, já que esteve amarrada com uma fita lacre. A vítima foi solta pelo grupo ainda amarrada e encapuzada, no qual estava no porta-malas do veículo.

Em entrevista coletiva, a Polícia Civil explicou que, horas depois do sequestro, por volta das 6 horas, o grupo entrou em contato com o pai da vítima pelas redes sociais. O grupo mandou uma carta, solicitando uma série de exigências, entre elas o pagamento de R$ 11 milhões no prazo de 72 horas. Nenhum pagamento foi realizado para o grupo. A Polícia Civil ainda investiga as reais motivações do crime. Além disso, a carta continha ameaças com o objetivo de aterrorizar a família, além de pedidos para que o crime não fosse noticiado e que o grupo não fosse preso.

Os investigadores explicaram que o advogado possui uma filha que é amiga da vítima, motivo este que se voluntariou para ajudar no caso e negociar a soltura da menina com o grupo. No sequestro, cinco pessoas estavam envolvidas. Uma delas, um homem de 22 anos, foi preso ainda na tarde desta quarta-feira, no bairro Brasília, em Criciúma. Ele possui passagens pela polícia por tráfico de drogas e tem relação direta com o sequestro da criança. Porém, segundo os delegados, o suspeito não tinha informações da localização da vítima.

A polícia detalhou que o sequestro havia sido planejado, já que o portão da casa da vítima estava com um cadeado, dificultando a entrada do carro na residência. Desta forma, ao sair do carro para verificar o porquê o portão não estava abrindo, o grupo abordou o pai e a filha. Não houve agressões, apenas uma rápida luta corporal.

Ao longo do dia, os criminosos mudaram de cidades com a criança. Três veículos foram utilizados durante o sequestro. Um deles foi incendiado poucas horas depois do sequestro no bairro Linha Torrens, em Morro da Fumaça. Os outros dois foram abandonados horas depois e apreendidos pelas autoridades. Segundo a polícia, os carros estavam preparados para o crime, já que eles haviam sido furtados dois meses antes em Criciúma e em Içara.

A vítima é filha de pastores e seu pai é empresário. A Polícia Civil afirmou que as investigações seguem para identificar a real motivação do sequestro e se há mais pessoas envolvidas.