Ontem, dia 17 de agosto, foi o Dia do Patrimônio Histórico. A importância da preservação desses patrimônios históricos e culturais está ligada à memória e identidade de uma sociedade. Este fator gera um sentimento de pertencimento, de autoestima e engajamento. O município de Urussanga é um exemplo vivo e claro dessa importância, que preserva a sua história, principalmente da imigração italiana. A data foi escolhida em homenagem a Rodrigo Melo Franco de Andrade, que foi o primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Lembrando da celebração, a Rádio Marconi realizou uma entrevista com a chefe do Escritório Técnico do Iphan de Laguna, arquiteta Ana Paula Cittadin.

Ouça na íntegra a conversa realizada para o Comando Marconi:

 

O programa Giro Final também contou com a participação do diretor de Cultura, Névton Vicente Rech Bortolotto. Confira:

 

A proteção estadual no município de Urussanga vem preservar o legado construído pelo imigrante ítalo-brasileiro, nas dimensões urbana e rural. Embora tenha se iniciado como um núcleo da Colônia Azambuja, Urussanga tornou-se o mais expressivo centro urbano da cultura italiana no Estado. Na área urbana, o valor patrimonial encontra-se sedimentado na praça principal, núcleo original, espelho da miscigenação ocorrida com a forma luso-brasileira de construir, influenciada pelo centro de importância regional que foi Laguna.

Embora de caráter singelo, a arquitetura traduz um quadro evolutivo, que vai desde unidades expressivas da cultura italiana como os sobrados austeros com enquadramentos de pedra, passando por unidades próprias do ecletismo, com ornamentos, arrematados por platibandas balaustradas. Mesmo apresentando esta heterogeneidade de linhas arquitetônicas, o conjunto de edificações possui uma volumetria e um gabarito ainda uniforme, sendo a praça o agente conformador deste espaço urbano, palco da vida social em todas as suas dimensões, devendo sobre ela também estender a proteção do tombamento estadual.

Entretanto, é na área rural que encontramos a mais genuína representação da forma de construir dos imigrantes italianos. São casas térreas e sobrados de pedra rebocados ou não, na sua maioria localizados ao longo de estradas que ligam os municípios de colonização italiana no sul do Estado. Ao longo da SC-446, no distrito de Rio Maior, ao norte de Urussanga, encontra-se o maior número de edificações do gênero.

Com informações da Fundação Catarinense de Cultura