Seja a vida religiosa, um matrimônio ou um sacerdócio, todos esses três chamados são uma vocação. Agosto é conhecido por ser o mês das vocações, justamente para celebrar a importância delas. De acordo com o padre Valdemar Carminatti, que atua em Urussanga, existem vocações básicas: “O primeiro chamamento que nós recebemos foi o chamado à vida, a vir ao mundo, é um dos chamamentos mais importantes. O segundo chamamento então é a fé, pelo batismo. Depois, como batizados, temos outros chamamentos, que eu digo que é a vida religiosa, o sacerdócio ou a vida matrimonial”, afirma. “Nós somos uma igreja, a igreja de Jesus Cristo, uma igreja do chamado. Ele chama, mas não chama para ficar parado, Ele chama para enviar”, destaca Carminatti.

Como forma de ressaltar o mês de agosto para a Igreja Católica e destacar importantes vocações, o programa Ponto de Encontro realizou uma entrevista especial com o padre Valdemar. O que é a vocação e sua trajetória na igreja foram temas abordados durante a conversa. Ouça na íntegra:

 

Até os oito anos de idade, padre Valdemar vivia em Siderópolis. Depois, acabou se mudando com a família para Nova Veneza. Carminatti lembra que, como forma de brincadeira, subia em cepos enquanto trabalhava na roça e imitava os padres da paróquia. “Eu falava em ser padre, mas depois com o tempo esqueci isso”, conta. Após um tempo, um colega vizinho foi para o seminário e Valdemar relembrou sobre ser padre, porém esqueceu de novo. Enquanto ainda estava na terceira série da escola, um religioso da Congregação Marista realizou campanha vocacional com os alunos. “Ele anotou meu nome e disse: então no fim do ano a gente entra em contato. Mas eu nem pensei mais nisso, nem dei mais bola para isso”, fala o padre. “De repente ele aparece, manda uma carta para mim e outra para meu pai: ‘Quero encontrá-lo firme e decidido’. Fiquei perdido, era, mas não sei se eu vou, não vou”, recorda.

Alguns dias depois de receber a carta, Valdemar encontrou novamente o religioso enquanto ajudava o seu pai a arrumar uma cerca. “Eu gelei e disse barbaridade. Aí chegou ele lá em casa e perguntou ‘que tal? tá firme?’. Eu fiquei mudo, não falei nada, nem sim, nem não”, comenta. “O irmão falou ‘ah, eu acho que ele não tem vocação’. No ano seguinte, eu fiquei pensando, decidi que não vou, e não tive mais contato com esse irmão (o religioso)”, acrescenta. Depois de um tempo, Carminatti procurou saber mais sobre o religioso, já que não tinha mais visto ele na igreja da paróquia de Nova Veneza.

Carminatti explica que, diferente dos padres, os religiosos fazem parte de uma congregação, não sendo ordenados como sacerdotes após os estudos. Naquela época, ao perguntar para os diáconos sobre o religioso, um deles afirmou que Carminatti deveria ser padre. “Meu pai era da comissão da igreja e estava ajeitando as coisas lá na sacristia. Quando terminou, eu contei para o meu pai que queria ser padre. Ele disse ‘queria ser Marista, agora tu quer ser padre, tu não quer nada, se decide né’. Em 1957, Valdemar Carminatti ingressou no seminário menor em Tubarão, sendo que um ano depois, os seminaristas se mudaram para São Ludgero, após o local onde moravam ter queimado em um incêndio.

Já no seminário, após terminar a fase do ensino médio, Carminatti passou a cursar Filosofia e Teologia em Curitiba. O padre foi ordenado em 8 de julho de 1972, exercendo a sua vocação há 51 anos. No mesmo ano, Carminatti começou a atuar como vigário na Paróquia São José de Oficinas, em Tubarão. Além disso, o padre também atuou em paróquias de outras cidades, como em Araranguá, na Catedral São José, em Criciúma, no Santuário Nossa Senhora do Caravaggio, em Nova Veneza, e, atualmente, em Urussanga, como vigário na Paróquia Nossa Senhora da Conceição.