A Defesa Civil de Santa Catarina pediu apoio dos vereadores para a estruturação em Urussanga. O coordenador regional do órgão, Rosinei da Silveira, e o coordenador da Defesa Civil no município, Emerson Scrins, estiveram na reunião ordinária desta terça-feira, dia 14, atendendo a um convite feito pelo Legislativo por meio de requerimento apresentado pelo vereador Elson Roberto Ramos, o Beto Cabeludo (MDB).

De acordo com os coordenadores, há necessidade de estruturação tanto no que diz respeito à questão legal quanto no que se refere a equipamentos, viatura e recursos humanos. “A Defesa Civil de Urussanga, há muito tempo, vem engatinhando de certas formas, principalmente na parte de estruturação e de pessoal. Mediante a isso, as fiscalizações em meio ao município se tornam difíceis. Mas estamos tentando mudar essa realidade”, detalhou Scrins. Segundo ele, o órgão municipal já foi motivo de chacota, mas o panorama atual é de melhorias.

Conforme o coordenador regional, uma estrutura municipal forte e bem planejada consegue atender a população de forma mais eficaz. Silveira citou o projeto de lei apresentado pelo Executivo que estabelece o arcabouço legal para a atuação da Defesa Civil no município, que já tramita na Câmara. “A população de Urussanga só vai ter uma Defesa Civil forte, estruturada e eficiente com o apoio de vocês (vereadores)”, afirmou.

Scrins e Silveira também destacaram que a atuação da Defesa Civil Municipal não se dá apenas em dias de condições climáticas adversas. De acordo com eles, o foco precisa estar sempre voltado à prevenção de desastres. “A Defesa Civil é todo dia”, resumiu o coordenador municipal.

Após a participação dos representantes da Defesa Civil, a reunião ordinária seguiu o rito normal, com as falas dos vereadores na tribuna e a ordem do dia.

“Cidade suja, sem iluminação pública e com obras inacabadas”

O vereador Beto Cabeludo frisou a necessidade de haver mais atenção com os trabalhos preventivos para evitar cheias em Urussanga. “É preciso parabenizar o trabalho da Defesa Civil, tanto de Urussanga quanto do Estado, que está fazendo o seu papel, assim como nós vereadores no papel de legislar e fiscalizar. Quem não está fazendo é o Executivo”, avaliou Beto.

Ele citou o caso de um muro em situação de risco no bairro Brasília que não é resolvido por causa do custo envolvido. “E se der outra enxurrada, a família está lá. Se cai o muro – que Deus me perdoe e que isso nunca aconteça -, se houver um novo desmoronamento e uma fatalidade. Isso tem preço?”, questionou. Beto também cobrou da assistência social do município providências para que a família tenha condições de morar em um local seguro.

O emedebista afirmou que a cidade está suja, com problemas na iluminação pública e obras inacabadas. “É falta de comprometimento do Executivo”, atribuiu. Beto ainda criticou o salário dos trabalhadores, segundo ele de R$ 1.380, apontando que precisa haver maior valorização. “Enquanto isso, o ‘bonito’ contrata vários cargos comissionados com alto salário. O rei só valoriza quem bate palma e vai estar na campanha ano que vem”.

Beto resgatou um requerimento apresentado por ele no ano passado pedindo informações sobre a limpeza do rio no Bairro da Estação, providência que ainda não foi tomada. O vereador chamou o prefeito de “encantador de imbecis”, por, segundo Beto, haver bajuladores em volta de uma pessoa que só pensa em si e não no município. O parlamentar também agradeceu a equipe do Hospital Nossa Senhora da Conceição pelos cuidados que a mãe dele, internada até há pouco tempo, recebeu dos profissionais.

Retirada de diretora “por politicagem”

O vereador Luan Varnier (MDB) fez críticas às recontratações de pessoas que são rés em processos criminais ao mesmo tempo em que a ex-diretora do CEI Magnólia Branca, do bairro De Villa, perdeu a função. Pais de alunos e profissionais da escola estiveram na reunião para cobrar uma revisão da decisão.

“A educação deste município foi atacada. A secretária de Educação foi na rádio falar que Urussanga tem pessoas com desequilíbrio mental. Eu concordo com ela, realmente tem, na Secretaria de Educação. Ela, sim, é desequilibrada. Não tem sensibilidade e nem respeito pela comunidade”, criticou Luan.

De acordo com ele, a retirada da diretora do Magnólia foi “por politicagem”. A justificativa do Executivo é que a ex-diretora, Eliane de Costa Constante, não pode estar no cargo por estar respondendo a um processo administrativo disciplinar.

“São tão salafrários que colocam na rua mentiras para tentar prejudicar a história de uma diretora que está há anos na educação. Por que a administração não está preocupada com as pessoas que são rés na Justiça? A regra não é a mesma, porque estão preocupados com eleição, querem continuar roubando Urussanga”, afirmou.

Luan afirmou que, em 2024, as mesmas pessoas estarão pedindo votos na comunidade.

Vereador vê injustiça no Magnólia Branca

O vereador Erotides Borges Filho, o Tidinho (PDT), endossou o pedido da comunidade presente à reunião ordinária da Câmara pelo retorno da ex-diretora do CEI Magnólia Branca, Eliane de Costa Constante. Ele exibiu imagens do telhado anterior da escola e do atual renovado que, segundo ele, foi conquistado graças ao trabalho de Eliane, com recursos viabilizados pelo ex-deputado Luiz Fernando Vampiro.

“Eu falo isso porque, enquanto a Eliane estava preocupada em comprar fogão, ar condicionado, brinquedo, impressora, ajudar a cozinheira quando necessário, tinha uma coordenadora indicada pela Secretaria de Educação que ficava atualizando a lista de filiados do PP. Eu acho que vocês conhecem este computador lá da creche, não é?”, expôs Tidinho.

Ele exibiu imagens do equipamento da escola com arquivos nos quais constavam dados pessoais de filiados ao Partido Progressista. “Eu não estou pedindo que a coordenadora seja demitida ou que tenha sindicância. Só mostrei para que os responsáveis reflitam sobre o quão injustos estão sendo (com a diretora)”.

Tidinho também mencionou a viagem a Brasília feita na semana passada, ocasião em que apresentou cerca de R$ 3 milhões em demandas de Urussanga.

Obras realizadas após as chuvas

Gilson Casagrande (PP) exibiu imagens de obras que estão sendo realizadas em Urussanga após os estragos causados pela chuva. “Estão sendo feitas reformas em bocas de lobo, pontes. Houve um grande estrago no município e estamos com uma equipe trabalhando com força para resolver toda a situação. Não estamos parados, estamos trabalhando”, assegurou.

Casagrande também destacou os trabalhos em faixas de pedestres que estão em andamento pelo município. “A sociedade merece uma cidade que traz segurança. Tudo isso está sendo feito e muito mais vai ser realizado. Esta semana, também vai chegar máquinas pesadas para reformar o que a chuva causou”

O progressista mencionou que, por vezes, as pavimentações estão sendo executadas sem a devida atenção quanto à drenagem. “Há 20 anos, uma drenagem suportava a quantidade de água, porque era tudo terreno e a água ia para os lados. Hoje há casas, ruas pavimentadas. A água precisa passar pela drenagem, que, muitas vezes, ainda é a mesma”, considerou Casagrande.

Sobre a situação envolvendo a direção do CEI Magnólia Branca, no De Villa, o parlamentar reconheceu a capacidade da ex-diretora e pediu para que todos os lados sejam ouvidos e avaliados pela comunidade.

Em busca de soluções concretas

O vereador Odivaldo Bonetti (PP) propôs que apenas soluções concretas sejam apresentadas à comunidade no caso do impasse envolvendo a direção do CEI Magnólia Branca. Na avaliação dele, há ‘politicagem’ em torno do assunto que não traz resolutividade.

“O problema é que existe uma lei que o professor que exerce a direção não pode responder a processo administrativo”, esclareceu. De acordo com ele, a solução mais viável passa por uma modificação desta lei. “Se existe esse problema, vamos nos unir e mudar a lei. Tira esse fator que diz que não pode assumir se tem processo administrativo. Se é isso que impede, a gente retira. Já tem o meu apoio, mas precisamos seguir a lei”, pontuou. “Eu defendo que quem trabalha certo deve continuar, independente de sigla partidária”, disse Bonettinho.

O parlamentar ainda destacou o mutirão de castração organizado pelo Conselho Municipal de Bem-Estar Animal (Combea) no último sábado, dia 11. Na ocasião, 105 animais foram castrados.

Apelo por um projeto para a Genésio Mazon

O vereador Daniel Moraes, o Nel (PSD), propôs uma grande união de forças políticas e empresariais em defesa do projeto de restauração e aumento de capacidade da rodovia Genésio Mazon, a SC-445. “É claro que não é culpa da atual gestão do Governo do Estado, que assumiu há pouco tempo, mas de governos anteriores que abandonaram a nossa rodovia. A gente precisa fazer algo”, ressaltou Nel.

Ele diz ter alinhado esta união de forças com a presidente da Associação Empresarial de Urussanga (ACIU), Joelma Fornasa, que também se mostrou disposta a atuar nesse sentido. Uma moção de apelo, com a assinatura dos nove vereadores, será protocolada na Câmara.

“A moção será encaminhada ao governador Jorginho Mello e ao secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper. O primeiro passo de qualquer obra é o projeto e é isso que estamos pedindo. Precisamos estar em cima e não deixar esse pleito ser esquecido”, afirmou.

Nel ainda teceu críticas quanto aos buracos na SC-108, rodovia que passa por uma obra de duplicação. O vereador propôs uma reunião envolvendo autoridades de Urussanga, Cocal do Sul e a empreiteira responsável pelas obra para que haja um paliativo. “Não pode ficar assim até terminar a obra”, afirmou.

O vereador também propôs uma audiência pública sobre a Praça Anita Garibaldi e a possibilidade de melhorar a infraestrutura oferecida a quem passa por ela. “O Legislativo precisa promover esse tipo de discussão, sobre cobertura, banheiro, onde fazer, onde não fazer, já que o povo sempre nos cobra em relação a isso. O diálogo deve ser buscado”, declarou.

Recursos federais para Urussanga

Fabiano De Bona (PSDB) relatou os compromissos de trabalho em Brasília realizados na última semana. De acordo com ele, o deputado federal Ismael dos Santos se comprometeu em viabilizar R$ 1 milhão para pavimentar a rodovia Rony Zaniboni, enquanto Jorge Goetten se comprometeu em garantir uma viatura da Defesa Civil para Urussanga.

“Também, vendo que o nosso presidente ‘Dilmo’ baixou um decreto para acabar com o armamento no Brasil, conversei com o deputado Sargento Fahur e o senador Flávio Bolsonaro para a derrubada desse decreto, e parece que eles vão conseguir alguma coisa”, afirmou.

Outro tema tratado, desta vez com a senadora Damares Alves, foi a pedofilia. “A Rede Globo já está dizendo que a pedofilia é uma doença, e não um crime. A rede de pedofilia é muito lucrativa, então é a primeira vez que eu vejo um doente ganhar dinheiro com a doença”, ironizou.

O vereador também esteve no município de Águas Claras, a 22 quilômetros de Brasília, em um encontro de gestores de escolas cívico-militares. De Bona reiterou que não há nenhum impeditivo para a implantação de uma em Urussanga. “Basta querer implantar, viu, Gustavo? Era promessa política. Cumpre”.

O parlamentar ainda considerou que o prefeito deseja que as pessoas digam que Urussanga está um caos para poder decretar situação de calamidade e poder fazer contratos sem licitação. De Bona ainda ironizou uma fala de outro vereador sobre a atual gestão pagar contas de gestões passadas. “Eu espero que o prefeito pague todos os R$ 14 milhões desse financiamento dele e não deixe para o próximo prefeito”, declarou.

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Colaboração: Renan Medeiros Amâncio / Assessoria de Imprensa