Quando o assunto é a saúde das crianças, a família deve ficar atenta a diversos fatores. A visão é um dos pontos a serem observados pelos pais, principalmente quando cada vez mais as crianças têm acesso às telas, como celulares e tabletes. De acordo com a doutora Cristiana Ronconi, tesoureira da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), é muito comum que os pais só percebam que o filho está com algum problema quando se está em um nível mais avançado. “A criança nem sempre vai ter sintomas, aliás, na grande maioria dos casos, a criança não apresenta sintomas claros de baixa visão”, destaca a especialista.

Para a doutora, a criança pode estar com algum problema na visão mesmo que ela não apresente muitas dificuldades ao ler ou outros sinais do tipo, como muitas pessoas pensam. “A ideia é a gente tratar no início, quando as coisas ainda não estão prejudicando a visão e o desempenho escolar”, ressalta Cristiana. Segundo a especialista, em crianças muito novas, muitos problemas estão relacionados à genética e não necessariamente a hábitos de vida. O assunto foi abordado com mais detalhes em entrevista no Ponto de Encontro com a doutora Cristiana. Ouça:

 

A representante da SBOP ainda frisa que muitos problemas são diagnosticados com exames e análises. Pequenas alterações podem indicar várias doenças, até mesmo as mais graves, como catarata, glaucoma ou tumores. Além disso, uma consulta com um especialista pode determinar se a criança precisa de auxílio para enxergar melhor, como o uso de óculos. “O que a gente vem percebendo nas crianças, principalmente mais na fase escolar, já na alfabetização, e até nos mais velhos, é o aumento da miopia, que está relacionada com o uso excessivo de telas, de atividades para perto, que a gente tanto fala”, comenta.

A doutora ainda esclarece que o primeiro exame com um especialista deve ser feito entre os seis meses e um ano de vida. “Esse primeiro exame, a gente já consegue fazer uma avaliação completa do aparelho ocular, do olho em si, das estruturas internas e ver se está tudo direitinho”, conta. “A gente consegue medir grau e existem crianças, casos congênitos, que já nascem com alteração visual, isso já é detectado e, principalmente, a gente consegue saber se o desenvolvimento visual daquela criança está adequado para a idade, porque ali ele já dá dicas, ali eu consigo ter uma noção”, afirma Cristiana.

Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica

A SBOP tem como seus pilares, a promoção de cuidado ocular de qualidade para criança, através do apoio de ações preventivas de saúde pública, e o incentivo e difusão do conhecimento em oftalmopediatria, através de cursos básicos e avançados e jornadas de atualização. A sociedade vem se expandindo muito nos últimos anos, tendo o apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), entidade que representa a oftalmologia brasileira, e participação ativa na Sociedade Brasileira de Pediatria.