Muitos sinais de um câncer infanto-juvenil podem ser observados logo no início, através de uma consulta com o médico pediatra. O especialista é fundamental para a saúde da criança, desde seu nascimento até a adolescência. De acordo com a oncologista pediátrica, doutora Tatiana El-Jaick Bonifacio Costa, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), os profissionais conseguem avaliar os sinais e sintomas que às vezes os próprios pais não observam. O assunto foi destaque em entrevista no programa Ponto de Encontro com a doutora Tatiana. Ouça na íntegra:

 

Conforme Tatiana, uma criança que sempre foi ativa, que gosta de brincar e de repente fica mais apática, não querendo brincar ou comer, pode estar apresentando um dos sinais. “A criança vai ficando mais cansadinha, pode ir ficando mais branquinha, ter febre recorrente sem conseguir tratar com medicação que já foi prescrita. Pode ter manchinha pelo corpo, pode ter gânglios, ínguas também, no pescoço, na virilha, embaixo do braço, em várias localizações”, afirma. Dores frequentes pelo corpo e de cabeça, alteração na urina e puberdade precoce são alguns dos sinais de um câncer. Além disso, no caso dos olhos, um sintoma notado é o olho da criança em uma foto com flash, que acaba ficando com uma luz branca ao invés de vermelha.

A doutora Tatiana ainda ressalta que muitos desses sinais podem ser confundidos com outros tipos de doença que são comuns para a idade. “Esses sintomas vão persistindo. Se você chegou a tratar, procurou um atendimento, foi prescrito alguma medicação e não foi melhorando esses sintomas, que são persistentes, que não melhoram, é preciso ter sempre atenção”, destaca. “O principal desafio é essa criança chegar cedo e quem está atendendo conseguir identificar esses sinais. Esse é o principal desafio, e é o que a gente vem cada vez mais fazendo nas universidades, nos postos de saúde”, acrescenta.

Sobre a Sobope

Fundada em 1981, a Sobope tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infanto-juvenil e seu tratamento para todas as regiões do país e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais.