A infecção urinária é caracterizada pela presença de bactérias dentro da bexiga. De acordo com o urologista Fábio Borges, existem níveis do problema. “Infecção urinária baixa é quando ela acomete a bexiga, quando tem bactéria na bexiga que faz a infecção. Infecção urinária alta é quando acaba subindo da bexiga para os rins, que daí é a pielonefrite”, explica.

Conforme o especialista, a infecção causa desconforto e dor. “Mas não tem grandes consequências desde que seja tratada precocemente. Quando posterga o tratamento acaba tendo as complicações e uma delas é a ascensão para a parte renal, aí se torna um quadro mais grave, muitas vezes precisa de internação, já tem algum grau de perda de função renal”, comenta. “O tratamento precoce é a chave para evitar as complicações da doença”, acrescenta o doutor.

O problema pode ocorrer em homens e em mulheres, porém, nas mulheres têm maior possibilidade. “A infecção urinária só é comum nos homens no primeiro ano de vida”, conta. “Isso é uma coisa anatômica, o homem tem uma uretra muito maior que a mulher. A média da uretra do homem é de 20 centímetros, da mulher é quatro”, esclarece. Por conta disso, segundo Fábio, é mais comum nas mulheres a infecção de ascensão de bactéria da região do períneo para a bexiga.

Além do desconforto, os sintomas da infecção envolvem dor e ardência ao urinar, sensação de sempre estar com a bexiga cheia e, em alguns casos, sangramento na urina. O assunto foi abordado em entrevista com o doutor Fábio. Ouça mais:

 

Segundo o urologista, alguns hábitos podem ajudar a evitar o aparecimento da infecção. Beber mais água é uma das recomendações. “Se tu não bebe muita água, tu urina menos, se tu urina menos, você não lava tanto a uretra”, explica. “Tomar banho depois da relação, usar roupas de algodão, roupas íntimas de algodão e não sintética”, complementa Fábio sobre outras dicas. “Mas tem situações que acontecem por fatores intrínsecos da pessoa. A pessoa tem uma susceptibilidade maior, sabe? Ela tem mais tendência de ter infecção urinária, ela tem uma tendência a ter alguma susceptibilidade a algumas bactérias específicas. A menopausa é um fator de risco para infecção urinária. Então, não é descuido, é multifatorial”, acrescenta o especialista.

O urologista ainda salienta que o tratamento é realizado através de antibióticos. “O que acontece algumas vezes é que as pacientes têm alguns sintomas e elas relacionam com uma infecção urinária, acabam usando alguns medicamentos sintomáticos e somem. Mas, geralmente, foi visto que não é infecção realmente, porque a partir do momento que teve a contaminação pela bactéria, dificilmente o corpo consegue dar algum jeito e fazer o tratamento sozinho, então precisa do antibiótico. Então, melhorar depois que pegou a infecção só com o tratamento mesmo”, reforça.