Nesta terça-feira, dia 31 de agosto, completam 15 anos de falecimento do Monsenhor Agenor Neves Marques, fundador da Rádio Marconi e importante nome para Urussanga. O sacerdote faleceu em 2006, aos 91 anos de idade. Monsenhor era natural de Palhoça e chegou ao sul do estado com milhares de propósitos em setembro de 1947. Considerado um homem de fé e visionário na comunicação, Monsenhor Agenor esteve a frente de diversos projetos sociais que ainda permanecem após vários anos, como o Paraíso da Criança, a Rádio, e outros. Seu nome não era conhecido somente em Urussanga e região, mas sim em toda a Santa Catarina e em várias partes do Brasil. O velório foi realizado na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição e contou com a presença de milhares de pessoas no cortejo.

“A primeira ação dele foi aquilo que ele sempre trouxe no coração que foi o amparo à criança”, destaca a ex-presidente da Academia de Letras de Urussanga, Márcia Marques Costa. A jornalista e escritora frisa sobre a importante iniciativa de fundar a Casa da Criança, hoje conhecida como Paraíso da Criança. Monsenhor fundou a instituição no mesmo ano que chegou em Urussanga. O antigo orfanato abrigou quase mil crianças e trouxe novos olhares a respeito do trabalho social para a região, levando futuro para muitos através do apoio. “Foi de ter passado pelo Paraíso mais de mil crianças e eu não ter feito o enterro de nenhum”, respondeu o Monsenhor Agenor ao Sérgio Maestrelli, em seu vídeo sobre os 50 anos do programa Andorinha Mensageira.

Além do orfanato, Agenor Neves Marques organizou a escola Paraíso da Criança dentro da instituição. O atendimento contava com maternal, pré e ensino fundamental até a quarta série. A escola era registrada pela Secretaria Estadual de Educação e formou vários alunos, como Sérgio, Márcia e Rosa Miotello, hoje apresentadora do Andorinha Mensageira. Além de diversos projetos, Maestrelli relembra das suas anotações sobre os ensinamentos de Monsenhor durante as aulas. Maestrelli lê trechos que o sacerdote comentou quando suspendia de forma rápida a aula para conversar. “O padre disse que: quando começamos alguma coisa, é preciso terminar”; “O padre disse que precisamos enfrentar os nossos problemas, e não fugir deles”; “O padre disse que não quer morrer de repente”. Nesta última lembrança, Maestrelli ressalta que este pedido de Monsenhor foi atendido.

Os três últimos presidentes da Academia de Letras de Urussanga, Rosa Miotello, Márcia Marques e Sérgio Maestrelli, participaram do Comando Marconi e falaram toda a história de Monsenhor Agenor, desde sua chegada, trajetória e morte. Ouça na íntegra:

Parte 01

 

Parte 02

 

 

O padre Agenor usava a imprensa como forma de evangelização. Prova disso é a existência da Rádio Fundação Marconi, criada pelo sacerdote, no início era apenas um alto falante na igreja. “Era através dela que ele dava exemplos do que devia ser feito, de como as pessoas deviam agir. Então, acho que ele foi muito sábio nesse ponto, e conseguiu aqui em Urussanga agregar interesses em torno da comunicação”, comenta Márcia. Como forma de manter viva a história de Monsenhor, principalmente em seu envolvimento com a comunicação, a Rádio Marconi está preparando um memorial da emissora nas dependências do local. “Foi a melhor forma que nós encontramos de homenagear, dentro da comunicação, o padre que em toda a sua vida podia ter vivido como águia e optou por ser andorinha mensageira”, afirma Maestrelli.

Repórter Marconi também abordou sobre a história de Monsenhor em entrevista com a primeira locutora da emissora, a senhora Maria Damiani Alves Batista. Saiba mais na íntegra: