A espondilite anquilosante se trata de uma inflamação da coluna que leva a sua calcificação. Além da dor, o problema causa perda de mobilidade, resultando em uma piora na qualidade de vida. O diretor da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), o reumatologista Marcelo de Medeiros Pinheiro, explica que a doença acomete pessoas mais jovens, entre 20 e 40 anos. Segundo o especialista, em geral, as pessoas têm dores nas costas que pioram ao fazer atividades físicas e esforço. No caso da espondilite anquilosante, o sinal é diferente. “Essa dor nas costas desses pacientes mais jovens com espondilite tem uma característica que serve de alerta para a gente: é a dor que piora quando a pessoa faz repouso”, esclarece.

Conforme o doutor, além das dores durante o repouso, a dor e a rigidez no corpo ao acordar também são características. “É uma doença inflamatória, ela tem muito a ver com as alterações do intestino. Até é muito comum que o paciente tenha desconforto intestinal. Provavelmente, a doença começa pelo intestino e tem a ver com a nossa microbiota, a nossa flora intestinal. Essa é a principal teoria para explicar a doença”, comenta. Marcelo ainda completa que a doença também pode se manifestar com o chamado olho vermelho, que acontece ao olhar para a luz, ou com a psoríase (lesão de pele).

O assunto foi abordado com mais detalhes em entrevista no programa Ponto de Encontro com o doutor Marcelo. Ouça:

 

O doutor Marcelo ressalta que o diagnóstico pode ser feito através de exames de sangue. “Essa doença está relacionada com um marcador genético chamado HLA B27. Esse HLA é a marcação de todas as células de defesa do nosso organismo, é como se fosse o nosso CPF, cada um de nós tem um número, e curiosamente essas pessoas que têm espondilite anquilosante têm esse número B27”, afirma. Além disso, também é analisado substâncias que medem a inflamação no sangue, além de exames de imagem para o diagnóstico que são solicitados pelo reumatologista.

Pinheiro destaca que há tratamentos que evitam o progresso da doença, e, consequentemente, a perda dos movimentos. Segundo o especialista, existem medicamentos disponíveis, tanto na rede privada como na pública, que minimizam a progressão da doença. Além disso, hábitos de vida mais saudáveis, como uma alimentação adequada e não fumar, são recomendados para o tratamento da doença. A prática de atividades físicas é fundamental, já que as dores minimizam com o corpo em movimento.