O crime e a violência sempre existiram na sociedade, e entender o desenvolvimento e a evolução desses comportamentos é importante para prever ações futuras. Isso é o que define Rubens Correia Jr., especialista da área da criminologia há 20 anos. Recentemente, Rubens lançou o livro “Serial Killers: Como funciona a mente sombria dos assassinos em série”, no qual fala um pouco mais sobre o seu trabalho e suas pesquisas. O autor participou de entrevista no programa Ponto de Encontro e falou mais do assunto e da área da criminologia. Ouça na íntegra:

 

Conforme o especialista, a criminologia é multidisciplinar, ou seja, se comunica com diversas outras áreas, como a antropologia, sociologia, direito e psiquiatria. “Hoje a criminologia está muito ligada ao perfilamento criminológico também, que é traçar um perfil criminal de suspeitos. Você tem um crime, você tem a cena do crime, o criminólogo pode traçar um perfil de suspeitos, como assim? Olha, a pessoa que cometeu esse crime deve ter tal idade, tal personalidade, uma inteligência na média, acima da média ou abaixo da média”, explica. “Do ponto de vista da segurança pública, a criminologia também atua de uma maneira macro, tentando entender se os crimes naquela região têm um viés social, tem um viés econômico, tem um viés individual, porque aí nós podemos adaptar as políticas de segurança pública”, acrescenta Rubens.

Falando mais da profissão, o especialista destaca que não existem crimes perfeitos, mas sim crimes não investigados ou elucidados. “Realmente não existem crimes perfeitos porque sempre o ser humano acaba deixando pontas soltas, de maneira consciente ou de maneira inconsciente”, conta. “Por outro lado, eu tenho que falar o seguinte, a maioria dos crimes no Brasil, no mundo, eles não são elucidados. Não existe crime perfeito, mas isso não quer dizer que nós vamos pegar o criminoso, porque, não só no Brasil como com o resto do mundo, são poucos policiais, poucos investigadores”, complementa o criminologista.

Já sobre a sua obra, o especialista esclarece mais sobre os serial killers, ou, os assassinos em série. Rubens frisa que a identificação de um assassino em série também é multidisciplinar, ou seja, também envolve diversas etapas. O caso começa com o crime sendo descoberto, no qual a Polícia Militar vai até o local onde aconteceu. Depois, feito um boletim de ocorrência, o crime chega até a Polícia Civil, que passa a investigar. Segundo Rubens, é a Polícia Civil que poderá identificar se o crime há relação com outros.

Conforme o autor, para ser considerado um assassino em série não basta haver muitos assassinatos. “Não é só matar muitas pessoas, é matar muitas pessoas dentro de um mesmo padrão. Então, a cena do crime é muito semelhante, a vítima é muito semelhante, a maneira que a pessoa efetivou a morte é muito semelhante”, comenta. Já em relação ao título de seu livro, Rubens explica que os assassinos não são monstros, mas sim, seres humanos que cometem atos absurdamente monstruosos.

O livro de Rubens pode ser adquirido através da Editora Matrix.