Seja um torcedor de futebol fanático ou não, todo mundo tem uma lembrança especial que está ligada a alguma Copa do Mundo. Uma das mais memórias mais recentes na história do futebol brasileiro foi o “traumático” 7 a 1 para a Alemanha, na Copa realizada no Brasil em 2014. Naquele ano, muitos torcedores alegavam que não iam mais torcer para a seleção após o “vexame”, que poderia ter sido ainda pior. Só que esse sentimento durou pouco, prova disso é a ansiedade para a Copa deste ano, que já iniciou no Qatar, no qual o Brasil busca novamente o tão sonhado hexa.

O jornalista da Rádio Jovem Pan, de São Paulo, e autor dos livros “Biografia das Copas”, “1958 o Brasil é campeão”, “1962 o Brasil é bi” e “1970 o Brasil é tri”, Thiago Uberreich, ressalta uma grande expectativa para a Copa de 2022. O jornalista começou as suas pesquisas desde muito novo, já em 1990 quando tinha 13 anos. “Eu comecei a ler muito, comecei a comprar livros sobre a Copa do Mundo, separar aqueles encartes dos jornais falando sobre a história das Copas”, contou Thiago em entrevista especial para a Rádio Marconi.

Uberreich ressalta que naquela época não tinha as facilidades tecnológicas de hoje, mas que mesmo assim sempre se interessou pelo assunto. Desde os tempos de colégio, Thiago sempre teve um sonho de escrever um livro sobre a história da Copa de 1970. “Por mais que eu nasci seis anos depois da Copa de 70, eu tenho uma ligação com aquela Copa, porque aquilo mexe comigo de um jeito muito maluco”, comenta. “A seleção de 70 para mim até hoje tem uma marca de imbatível, de insuperável”, acrescentou.

Com o passar dos anos, o jornalista foi juntando todas as pesquisas e informações que tinha, desde matérias de jornais, até gravações de narrações dos jogos das Copas. Em 2016, Uberreich criou um blog contando a história das transmissões esportivas em cada uma das Copas. Por volta de 2018, Mauro Beting, que trabalha junto com Thiago na Rádio Jovem Pan, interessou-se pela pesquisa e viabilizou o contato do jornalista com e Editora Onze Cultural. No mesmo ano, Thiago lançou a Biografia das Copas, que foi relançado neste ano às vésperas da Copa do Qatar.

O jornalista Thiago participou de uma entrevista especial na Rádio Marconi e falou sobre a sua carreira, sua paixão por futebol e pelas Copas, além das suas obras e as suas expectativas para a Copa de 2022. Ouça na íntegra:

 

Na visão de Uberreich, a seleção brasileira deste ano tem potencial para o hexa. “Sem dúvida nenhuma é a melhor seleção desde, pelo menos, a Copa de 2006, quando a gente tinha lá o Ronaldo, Ronaldinho, o Adriano e o Kaká, sem dúvida nenhuma é o melhor grupo da seleção dessas últimas Copas. Isso pode deixar a gente muito empolgado, né? Muito na expectativa e torcendo para que a seleção realmente conquiste e volte a alcançar uma Copa do Mundo”, destaca.

Uma das primeiras memórias de uma Copa do Mundo para o jornalista foi a Copa de 1982. “Eu tenho muito carinho por essa seleção de 82”, comenta. “Os detalhes dos jogos que eu tenho aqui, eu acabei buscando depois, porque eu era muito pequeno, mas eu me lembro do clima, da época e tudo mais”, completa. Em 82, o Brasil perdeu na partida contra a Itália, que foi a grande vencedora da edição. “O futebol é isso: um ganha e outro perde. A gente vai para uma Copa do Mundo, agora a gente está com uma Copa com 32 seleções, e só uma ganha. A gente prevê, entre aspas, 31 fracassos, são 31 seleções que não vão ganhar a Copa do Mundo, né? Seria bom se todas pudessem ganhar”, fala.

O jornalista frisa que as Copas do Mundo estão ligadas às memórias afetivas. “A gente se lembra de períodos da nossa vida, fazendo referências às Copas do Mundo. A gente tem que saber, tem que lembrar que a Copa do Mundo faz parte das nossas memórias afetivas. Todos nós temos na memória um jogo que a gente não esquece. Eu, por exemplo, tenho muita saudade, muito carinho, pelo título de 1994, porque foi a primeira vez que eu vi a seleção brasileira campeã do mundo”, conta.