A votação para saber se teria ou não a Comissão Processante em Urussanga é o assunto principal do município. A Rádio Marconi está realizando um especial durante esta semana com os vereadores para saber os motivos que levaram votar contra ou favor da instauração da Comissão Processante. A votação decidiu, por quatro votos a cinco, que não será analisado o pedido de cassação do prefeito afastado Luis Gustavo Cancellier. O pedido foi realizado pelo ex-vice-prefeito, Luiz Henrique Martins, e pelo ex-vereador Júlio Bonetti. Nesta quinta-feira (23), os vereadores Ademir Bonomi do MDB, Daniel Rejes Pereira Moraes do PSD e Fabiano Murialdo De Bona do PSDB se posicionaram a respeito de seus votos favoráveis a abertura da Comissão Processante durante entrevista ao Comando Marconi.

Ademir Bonomi

O emedebista, assim como sua bancada da sigla, foi favorável a abertura de investigação. Bonomi disse que está com sensação de dever cumprido e de consciência tranquila. “Eu sou uma pessoa muito simples, mas quando decidi me candidatar ao cargo de vereador a minha primeira coisa que pensei foi fiscalizar e ajudar a nossa cidade. Fazer lei é um papel nosso também, mas o principal é fiscalizar”, afirmou em entrevista. “Era uma obrigação nossa abrir essa Comissão, e o povo estava pedindo e queria um esclarecimento. Eu sou de oposição, mas eu também sou muito cobrado na rua, e também o nome da nossa câmara que estava em jogo”, completou.

O vereador comentou que ficou muito triste com a situação que aconteceu na terça-feira (21), e que quem perde muito é Urussanga. Além disso, Bonomi frisou que o prefeito afastado não seria cassado no dia seguinte. “Seriam três meses de investigação, iríamos quebrar o sigilo do processo, certamente tudo ficaria mais claro, não só para a gente mas para toda a população”, disse. Segundo o parlamentar, agora o que resta é continuar fiscalizando o município e aguardar os próximos passos da justiça.

Questionado se ficou surpreso com o resultado da votação, Ademir afirmou que todos em geral se surpreenderam com a última sessão. “Até porque teve vereador que quando teve a votação para o empréstimo do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento) votou a favor do empréstimo. E agora a gente quer fiscalizar aonde foi parar esse dinheiro e os mesmos vereadores votaram contra para nós sabermos onde foi parar”, frisou. O parlamentar ainda disse que após a votação houve festa, “como se fosse uma conquista histórica para Urussanga”.

Ouça a entrevista realizada com Ademir na íntegra:

 

Ademir Bonomi do MDB

Daniel Rejes Pereira Moraes

O vereador Daniel também foi favorável a abertura da Comissão. O parlamentar afirmou que já possuía as suas convicções para a votação, mas que se reuniu com a executiva do PSD para saber da retaguarda da sigla. Segundo Daniel, a abertura da Comissão poderia ajudar o prefeito afastado, já que ele teria a chance de apresentar as defesas com a quebra do sigilo. “O pessoal comenta que ele diz que é inocente, então a gente está ali para ajudar, vamos ver, vamos abrir e dar uma chance de resposta para ele, porque até o momento não se ouviu nada dele publicamente”, comentou. “No relatório final dessa Comissão, poderia ser um relatório favorável a ele, então acredito que com o relatório favorável a ele, ele não seria cassado”, completou. “O por quê não investigar? Qual o problema?”. Para Daniel, a abertura da Comissão também contribuiria para que os vereadores soubessem mais a fundo das investigações da Polícia Federal.

Daniel disse que já possuía uma ideia de como seria o resultado da votação, já que convive com todos diariamente. “Até ali no dia fui chamado de traidor, mas se eu fosse querer ir na onda, digamos, eu poderia ter votado para não abrir, porque eu sabia que não ia abrir, era tranquilo para mim. Eu não preciso estar fazendo moral com ninguém, a única moral que eu tenho que ter é com o povo, não com siglas partidárias ou com pessoas específicas”, frisou.

Confira o posicionamento completo de Daniel:

 

Daniel Rejes Pereira Moraes do PSD

Fabiano Murialdo De Bona

Fabiano foi a favor da instauração da Comissão. De acordo com o parlamentar, a abertura da investigação daria chance para Luís Gustavo se defender. “No caso, se ele realmente é inocente, ele ia provar a sua inocência a todos os cidadãos de Urussanga”, afirmou. Além disso, De Bona disse que esta opinião já estava formada desde quando se elegeu. “Fazer o que é certo e seguir o anseio da população. E o anseio da população sim é que os fatos sejam esclarecidos, esse foi meu principal objetivo”. A decisão para seu voto na sessão já estava decidido, mas o vereador também se reuniu com a executiva do PSDB. “A executiva ficou dividida, inclusiva perdi algumas amizades, algumas pessoas próximas por ter opinião contrária”, afirmou. Conforme Fabiano, houve quatro pessoas do partido que queriam que o vereador votasse contra a abertura da Comissão.

De Bona disse que confia no trabalho realizado pela Polícia Federal e que é justamente por isso que os vereadores precisavam abrir a Comissão Processante para analisar o relatório. Fabiano disse que sua intenção não foi julgar Luís Gustavo em 90 dias, mas sim verificar o que a Polícia Federal recolheu durante o período de investigações da Operação Benedetta. “A gente não queria que isso fosse uma inquisição, a gente queria ver o que tinha lá. Afinal, a população quer saber, porque tanto se fala e nós estamos aí há algum tempo e como todo mundo sabe está em segredo de justiça e a gente não tem”, frisou. O vereador disse que se surpreendeu com os votos dos representantes do Partido Progressista (PP), porque em um primeiro momento os mesmos disseram que seriam a favor da investigação. “Na última hora eles usaram o partido como escudo para mudar o voto”, comentou.

Algumas informações de que o prefeito afastado Luís Gustavo teria tentando negociar o voto com Fabiano surgiram nos últimos dias. Questionado sobre, De Bona disse que realmente esteve conversando em duas oportunidades com o prefeito. “Uma delas ele chamou para ir lá na casa da mãe dele e eu fui. E outra delas quando eu vi ele estava na frente da minha casa, eu recebi ele e conversei com ele. Ele veio lá e deu sua explicação do que estava acontecendo e conversamos aí e tal, mas ele não me ofereceu nada, isso você pode ter certeza disso, não sei se ele conhece minha índole, porque as pessoas me conhecem”, explicou.

Ouça a entrevista com Fabiano completa a seguir:

 

Fabiano Murialdo De Bona do PSDB

Confira também os posicionamentos dos vereadores que participaram do Comando Marconi de quarta-feira, dia 22.

Especial: Taliano, Beto e Thiago explicam seus votos da abertura da Comissão Processante