Daniel Francisco Lopes e Rosane Faria Bonfim, responsáveis por matar um homem com 35 golpes de faca, no bairro Mato Alto, foram condenados em julgamento pelo Tribunal do Júri no fórum de Araranguá. Os jurados seguiram entendimento do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e consideram os réus culpados pelos crimes de homicídio qualificado por meio cruel e ocultação de cadáver, pois, após matarem a vítima, esconderam o corpo dentro de um bueiro e jogaram areia por cima.

Daniel foi condenado a 17 anos e seis meses de reclusão, em regime fechado, além do pagamento de 11 dias-multa. Já Rosane foi sentenciada a 13 anos de reclusão, em regime fechado, e ao pagamento de 10 dias-multa.

O Promotor de Justiça Gabriel Ricardo Zanon Meyer, da 4ª Promotoria de Justiça de Araranguá, atuou pelo MPSC durante a sessão do júri e sustentou que o crime foi cometido por meio cruel, já que os acusados agiram com brutalidade fora do comum ao desferir mais de 30 facadas na vítima.

Conforme Meyer, um dos golpes provocou uma lesão extensa e profunda na região cervical esquerda da vítima, causando grande perda hemorrágica e sofrimento.

Como foi o crime

No dia 11 de junho de 2021, por volta das 23 horas, no Residencial Flor do Campo, localizado na Rua José Roberto Paulino, os réus Daniel e Rosane desferiram 35 golpes de faca contra a vítima, que atingiram as regiões da cabeça, pescoço, tronco e membros superiores.

Depois de matarem a vítima, os réus a arrastaram para dentro de um bueiro, jogaram areia sobre o corpo e recolocaram a tampa de concreto. O cadáver foi encontrado no dia seguinte, por volta do meio-dia, com celular e carteira.

Conforme a denúncia do MPSC, na noite do crime, a vítima estava reunida com três amigos próximo à casa de Rosane. Ela e Daniel passaram diversas vezes em frente à residência encarando o grupo.

Depois que saiu da casa, a vítima e Daniel começaram a brigar com tapas e socos, de acordo com uma testemunha. Rosane, que estava ao lado do companheiro, foi para casa, pegou uma faca e começou a desferir os primeiros golpes, e Daniel continuou as agressões.

Ainda segundo a testemunha, o casal desligou parte da energia do residencial para conseguir esconder o corpo.

Na sentença, a juíza decidiu que Daniel continuará preso preventivamente, para assegurar a ordem pública e evitar a reiteração na prática criminosa, já que ele é reincidente e possui maus antecedentes.

Rosane, que já respondeu ao processo solta, poderá recorrer em liberdade.